Um tiro no escuro
Um passado perdido no espaço
Por onde eu começo?
O passado e a caçada?
Você me perseguiu
Como um lobo, um predador
Eu me senti como um cervo nas luzes do amorShe wolf (falling to pieces)
— Hande Korel.
Estendeu a mão na direção da roupa preta na mesa.
— Seja obediente.
— Sim, madre.
Hande.
Hande era um nome bonito.
Agora ela tinha uma cama de verdade, e poderia tomar banho quente.
— Precisa esfregar o chão com força ou então não fica limpo.
— Sim, madre.
Seus braços doíam e seus dedos estavam em carne viva. Ela esfregava com força até que pudesse se enxergar.
Hande não era nada parecida com Asli. Havia cor em suas bochechas e vida nos olhos verdes.
— Onde aprendeu a rezar assim? – padre lhe perguntou.
— Minha mãe gostava de rezar.
Seu primeiro presente foi um terço igual a de todas as outras meninas. Muitas odiavam a igreja, mas ela se sentia mais próxima da mãe quando se ajoelhava e fechava os olhos. Gostava de sonhar com o paraíso.
A segurança de ser mantida entre meninas fechou seus olhos para a realidade.
Correndo pelo jardim atrás de coelhos. Ela os pegava no colo e cantava canções turcas que jamais esqueceria. Hande se entretinha com os sapos que pulavam no lago, rindo deles ao tentarem fugir de suas mãos rápidas.
Alimentar-se a colocou em posição desprivilegiada. Não se parecia em nada com uma criança, apesar da sua mente começar a se desenvolver como tal, tendo experiências infantis que jamais teria estando na Turquia. Ela descobria uma grande habilidade em brincar com bonecas deixadas por outras crianças adotadas, pintar desenhos de anjos e brincar com o cabelo de outras meninas.
Ela ainda gostava de rezar pela manhã e nunca reclamava de esfregar o chão.
Um dia um casal quis conhece-la porque a considerou muito bonita e exótica. A palavra a deixou desconfortável. A mulher que se sentou ao seu lado tocou sua mão suada com imenso carinho, descendo a mão pelo rosto infantil até tocar os lábios de Hande. Ela agiu depressa, dando lhe um tapa estalado.
Mais tarde fora castigada e ficou horas de joelhos no milho, com as mãos machucadas estendidas, obrigada a pedir perdão por todos os seus pecados nunca cometidos.
Hande fora obrigada a cortar o próprio cabelo quando todas as meninas ficaram com piolhos. Ela tentou lutar contra aquela decisão, agarrando-se aos longos fios que eram picotados de qualquer maneira pela freira. Não conseguia mais se reconhecer quando se encarava no espelho ou no chão que limpava arduamente.
A verdadeira Hande Korel tinha treze anos quando faleceu, dois anos mais nova que Asli. No primeiro momento o detalhe não fez diferença, mas um dia a falsa Hande fizera quinze anos, e todo o seu corpo a tornava uma mulher para quem olhava.
Seu remédio era rezar por dias melhores.
Abriu os olhos na direção do púlpito fazendo contato visual com o bispo. Suas diversas rugas a assustavam. Ele sempre passava devagar quando a via esfregando o chão e a observava rezar pela manhã. Hande fingia não perceber, porque temia levar outro castigo.
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Mastermind ✔
FanficUm dia ele manipulou sua entrada no mundo real, e nunca mais parou. O controle total era seu único aliado, melhor amigo e parceiro. Não importava quantas pessoas perdiam pelo caminho, ou quantos amores apodreciam. Nada nem ninguém era capaz de supor...