Capítulo 27

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Eu fui a arqueira
Eu fui a presa
Quem poderia me deixar, querido?
Mas quem poderia ficar?

The archer



Susie sorriu mais tranquila ao ver Jack novamente com Toto, sendo capaz de perdoar o cabeça dura do pai. Ela podia dormir mais tranquila naquela noite e nas próximas que viriam. Era provável que nada seria capaz de realmente separar os dois.

— Nosso filho tem cinco mil dólares na mochila. – o anuncio a pegou de surpresa, pois esperava um comentário que não parecesse tanto com um crime premeditado. A informação fez o sorriso desaparecer.

— Quem ele roubou?

— Ele é pedinte, Suzanne! Pedinte.

— É pra faculdade. – Jack sorriu ao mostrar para a mãe o que havia na mochila – Sabia que meu pai não vai pagar a minha faculdade?

— Ele precisa guardar dinheiro para o exame de próstata.

— O que é isso? – encarou-os com estranheza.

— Nada importante.

— Um homem da sua idade avançada deveria se preocupar com essas coisas. – riu.

Toto respirou fundo, dando a ela um dos seus sorrisos fingidos. Ele não cairia naquele papinho para esquecer o real problema se desenrolando diante de si. Não era um tolo que caia nas provocações da ex-esposa, havia se livrado daquilo no divorcio. Bastava um comentário premeditado para que Susie enrolasse quem fosse no dedo mindinho, porém não seria Toto a grande vítima.

— A Hande não vai! – avisou.

— Mas é claro que ela vai.

— Eu quero ir.

— É perigoso, e a Suzanne não pensa nas consequências.

— O pior piloto do mundo é você, Torger!

Jack concordou com a mãe, recebendo um olhar repreensivo de Toto, obrigando-o a discordar.

Ele não era o pior, apenas não tinha sorte. Acontecia o mesmo com Charles Leclerc, e ninguém o acusava de ser ruim.

— Não parece tão perigoso. – Hande colocou a balaclava antes do capacete – Vou ficar bem.

— É muita pressão, Suzanne.

Estava desesperado para dizer que era perigosa a ideia de Hande se colocar naquela situação, porque podia acontecer um desastre e ele jamais se perdoaria. Ele conseguiu fazer a cafeína sumir, mas aquilo era o limite de todos os limites. Se algo acontecesse dentro daquele carro, Toto perderia a cabeça.

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