Um dia ele manipulou sua entrada no mundo real, e nunca mais parou. O controle total era seu único aliado, melhor amigo e parceiro. Não importava quantas pessoas perdiam pelo caminho, ou quantos amores apodreciam. Nada nem ninguém era capaz de supor...
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Eu nunca me apaixonei desse jeito Tudo que eu queria era derrubar suas barreiras Tudo que você fez foi me destruir Sim, você, você me destrói
Wrecking ball
Falar em voz alta era pior do que ela imaginara.
Suas poucas palavras foram o suficiente para Toto terminar a conversa e não fazer mais perguntas.
Hande não sabia o que fazer com tanta falta de sentimentalismo, porém raramente conseguia evitar a indiferença. A empatia existia, mas não se transformava em amor, porque seu coração não era capaz de algo tão simples quanto amor. Ela queria poder amar algo além de sua mãe. Qualquer um. Sendo reciproco ou não.
— Quero ir para a empresa. – comentou, reconhecendo o caminho pelo qual ele seguia.
— Não sei se está bem o suficiente pra isso, e não sou um médico.
— Voltar para casa seria pior.
Imaginar-se dentro daquele apartamento era assombroso. Estranhamente sentia falta do prédio problemático no qual vivia, porque sua sala estava cheia de objetos velhos que não a pertenciam e, ás vezes passava a noite acordada curiosa com as histórias que aqueles itens contariam se tivessem boca. Agora o mundo de Hande era tão limpo que nada mais existia além dela e outras pessoas completamente distintas.
Voltar também significaria pensar em Benedict. Tentaria fugir daquela responsabilidade afetiva, pois não importaria o quanto falasse, ele só acreditaria no que quisesse. Bene quis arrancar as pernas de Hande para não lhe sobrar escapatória além dele, e ela conheceu homens o suficiente para entender que a melhor fuga era deixar que outra tomasse seu lugar.
Talvez um dia Hande se tornasse sincera consigo mesmo, e permitisse que as pessoas mais próximas conhecessem sua história.
Toto parou o carro na vaga de William.
— Sobre Benedict...
— Não termine a frase, porque quero me esquecer. – tirou o cinto.
— Ok Hande, faça como achar melhor.
— Obrigada. Por tudo. – saiu do carro sem espera-lo.
Ela aprendeu que se concentrar nos problemas atraia mais problemas, então o jeito mais rápido era focar no futuro. Hande só entendeu a importância do conhecimento quando pisou em solo inglês, desde então tentou ser a melhor, porque de onde veio existia poucas oportunidades e sonhos. Por essa razão conseguiu uma bolsa em Oxford. Com um novo problema, tentaria focar no trabalho para obter bons resultados e levar adianta o sucesso, principalmente ao conquistar seu tão esperado diploma.
