Um dia ele manipulou sua entrada no mundo real, e nunca mais parou. O controle total era seu único aliado, melhor amigo e parceiro. Não importava quantas pessoas perdiam pelo caminho, ou quantos amores apodreciam. Nada nem ninguém era capaz de supor...
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Estive esperando uma vida toda por você Estive despedaçando uma vida toda por você Não estava procurando por amor até eu te encontrar
For you
Deu uma voltinha, melhorando a postura para ter certeza que não parecia estranha naquele vestido reto azul. Não parecia valoriza-la. Tudo aparentava sumir com aquele tecido, tornando-a uma vareta. Não era ruim esconder os seios e a bunda, mas não podia valoriza-la minimamente?
Amassou a etiqueta, jogando-a no lixo do banheiro cheio de caixas vazias de produtos para o rosto masculino. Toto era obcecado por skin-care, ele era capaz de fazer atrocidades com novos ácidos indicados por seus dermatologistas. Por sorte Hande não foi vitima das suas armas letais de cheiro estranho.
Virou-se para tentar enxergar o cabelo atrás, tendo a certeza que pelo menos ele estava ótimo. Não podia fazer milagres com ele. Ás vezes aceitava um penteado menos elaborado, e no outro dia amanhecia pronto para mata-la.
— Que sorte isso chegar antes da minha morte. – ouviu Toto dizer do quarto.
Hande revirou os olhos. Toda encomenda comprada que chegava era parabenizada por chegar antes da morte do comprador.
Apagou a luz do banheiro sabendo que ele reclamaria que não era um vampiro para viver no escuro, mas ela não gostava de gastar sem necessidade.
— O que chegou?
Sentou-se na cama.
— Veja você mesma.
Abriu a caixa, tirando todo o papel desnecessário e deixando que Toto lesse o que havia na carta. Abriu a proteção de veludo, tirando dela uma bolsa. Sua primeira observação estava no peso.
— Outro presente?
— Mas é um bom presente.
De todos os presentes, aquele era o mais feio. Gostava muito mais das outras bolsas, até mesmoas minúsculas que não serviam nem para guardar o celular exagerado que Toto lhe deu prometendo ser capaz até tirar foto da Lua com precisão.
— Obrigada. – sorriu, beijando-o no rosto – Vou guarda-la.
— Guardar? Achei que fosse usar hoje. É sua chance.
Hande olhou para o próprio vestido azul desanimada por ter que troca-lo. Ela estava começando a se acostumar.
A contragosto entrou novamente no closet pegando seu único vestido branco que Toto jurava ser marfim. Saber a diferença de ambos era inútil para Hande. Vestiu-o odiando o fato de ter que mudar até mesmo o sutiã porque ele era frente única. Pegou os saltos ao lado dos sapatos italianos e os colocou com dor no peito.
— Agora podemos ir?
Precisou tirar os seus pertences da sua bolsa favorita que todos odiavam, e colocou na bolsa nova.
