Sixty-Five Zombie

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 O som das vozes era muito alto, ecoando pelas paredes daquele lugar abafado

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 O som das vozes era muito alto, ecoando pelas paredes daquele lugar abafado. Mesmo assim, minha atenção estava completamente fixada na arena. Cada segundo parecia se arrastar, esticando aquela tensão até o limite.

 Os prisioneiros estavam de pé, agora livres das algemas. Os carniceiros modificados, agora ficaram livres das pinças de captura, os prisioneiros finalmente foram deixados a sós com aquelas criaturas no centro da arena. Jacks estava ali, calmo e imóvel, como se fosse uma noite qualquer. O outro prisioneiro tremia visivelmente. Ele mal conseguia se manter em pé enquanto os mortos avançavam sobre eles.

 A luta começou com uma brutalidade que fez meu estômago se revirar. O primeiro zumbi se moveu rápido, mais rápido do que parecia possível para algo tão grotesco. O outro prisioneiro tentou empurrá-lo, mas seus movimentos eram desajeitados, e desesperados. Os mortos atacavam em uníssono, vindo de todos os lados, mas Jacks parecia antecipar cada movimento.

 Ele agarrou o braço de um dos zumbis, arrancando uma das lâminas cravadas em sua carne podre com um puxão brutal. O som era um misto de carne sendo rasgada e metal rangendo. Com a lâmina improvisada na mão, ele atacou.

A primeira criatura caiu depois de um golpe direto no crânio, e a multidão explodiu em aplausos e gritos.

— Olha isso! Ele é um monstro! — alguém comentou ao meu lado, a voz cheia de excitação.

 Meu coração batia tão rápido que eu quase não conseguia ouvir o resto da plateia. Meus olhos estavam grudados em Jacks enquanto ele se movia pela arena com uma habilidade quase sobre-humana. A cada golpe que ele desferia, parecia que ele estava se divertindo mais e mais.

O outro prisioneiro, no entanto, estava em apuros. Ele corria de um lado para o outro, escapando por pouco dos ataques do quarto zumbi. A plateia o vaiava sem piedade.

— Covarde! — gritou um homem próximo, jogando algo na arena.

 Mas Jacks não parecia se importar. Ele observava o sofrimento do colega com uma expressão de puro deleite, como se fosse apenas mais uma parte do espetáculo. Ele estava gostando de ver o homem sofrer, sua diversão doentia era palpável até para quem estava assistindo de longe.

 Quando o terceiro zumbi avançou, Jacks sofreu um corte no ombro, mas sequer pareceu sentir a dor. Ele chutou a criatura, os movimentos precisos e estratégicos. Então, subiu na parede, agarrando-se em um vão estreito para impulsionar-se. Foi ali que ele desferiu um chute certeiro, arrancando o capacete da criatura.

A multidão enlouqueceu.

— Ele é um gênio! — ouvi alguém gritar. — Eu também teria feito aquilo!

 Mesmo que eu não quisesse admitir, parte de mim estava aliviada por ele estar vencendo. Talvez fosse o instinto humano de torcer pelo sobrevivente mais forte, ou talvez fosse o medo irracional de vê-lo derrotado por aquelas coisas. Eu não sabia ao certo.

T.W.D - 𝙎𝙩𝙖𝙮 𝘼𝙡𝙞𝙫𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora