Sixty-two Zombie

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Agora o ar na sala estava sufocante, tinha cheiro de suor e ferrugem

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Agora o ar na sala estava sufocante, tinha cheiro de suor e ferrugem. Cada golpe dos carniceiros contra a porta fazia o metal ranger mais alto, como se estivesse prestes a ceder. Meu coração parecia um tambor descontrolado, pulsando tão rápido que eu quase podia ouvir abafando os gemidos lá fora.

Alonso puxou a mesa de ferro para bloquear a porta, mas até ele sabia que aquilo só nos daria mais alguns meros segundos.

— Isso não vai segurar. — Ele rosnou, os olhos percorrendo o lugar em busca de uma saída.

Meu olhar varreu o ambiente também, desesperado, até que vi um alçapão no teto, era bem no canto da sala, quase imperceptível.

— Ali! — Apontei.

Lincon e Alonso se moveram rápido. Lincon empurrou uma mesa de metal com força. Alonso subiu imediatamente, puxando a tampa com um esforço que fez seus braços tremerem. Ela rangeu alto, nos revelando um tubo de metal por onde costumava passar a ventilação.

— Parece que dá pra sairmos daqui por cima. — Alonso anunciou, colocando a cabeça dentro para ver.

Olhei para aquele buraco escuro e estreito, senti meu estômago revirar. O cheiro de ferrugem e umidade já escapava de lá, e a ideia de me enfiar naquele espaço me fez respirar fundo várias vezes.

— Não temos tempo pra hesitar. — Lincon se aproximou, já subindo na mesa de ferro. — Eu vou primeiro.

Ele desapareceu rapidamente no tubo, puxando-se com uma força surpreendente. Assim que chegou ao topo, estendeu a mão para mim.

— Sua vez, Ayumu. Rápido!

Minhas pernas tremiam enquanto subia na mesa. Estiquei a mão para Lincon, que me agarrou com firmeza, me puxando para dentro daquele espaço apertado. O metal era áspero e frio contra meus braços, mas tudo o que conseguia pensar era no som atrás de nós. A porta rangia perigosamente.

Alonso subiu na mesa logo atrás de mim. Mas então aconteceu.

A porta estourou!

Os mortos invadiram a sala como uma avalanche, gemendo e arrastando-se em nossa direção. Eles eram tantos que pareciam uma massa pulsante, avançando com fome e violência!

— Vai, Alonso! — gritei, a voz quase um grito de pânico. — Sobe!

— Tô tentando!

Alonso jogou a bolsa com os remédios e subiu o mais rápido que pôde, mas eu vi as mãos podres se estendendo para ele, dedos ossudos e ensanguentados tentando agarrar suas pernas. Ele se puxou para dentro no último segundo, as unhas de um deles raspando contra sua bota.

— Puta merda! Isso foi por pouco. — Ele arfou, fechando o alçapão com força.

O tubo era apertado, quente, e o ar parecia mais denso a cada respiração que dávamos naquele espaço apertado.

T.W.D - 𝙎𝙩𝙖𝙮 𝘼𝙡𝙞𝙫𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora