O Pra Sempre, Sempre Acaba(?)

Mágoas

Narrador: Do outro lado da cidade, em um apartamento, duas pessoas conversavam sobre Daniela e Malu: Fernanda, ex namorada da jornalista e Vitória, produtora de Daniela.

- E aí, como está o casal 20, da Bahia? - Fernanda falou com ironia - aquelas traíras!

- Para com isso amiga, você sabe que as coisas não são exatamente assim né? - Vitória tentou ponderar - elas estão muito bem, apaixonadas uma pela outra, um grude total - sorriu.

- Falsas - riu ironicamente - se merecem!

- Pensei que você já tinha virado a página - preparava um lanche para as duas - segue sua vida em frente e deixa isso pra lá.

- Haha, eu já segui viu - falou um pouco embargada - e já virei essa página há muito tempo.

- Que bom, que bom - sorriu genuinamente - você sabe que você e Malu não tinham mais nada uma com a outra e que não adiantava insistir mais - foi sincera - e que aquela história inventada de traição foi apenas invenção de pessoas maldosas .

- Nós não tínhamos mais nada quando ela começou com a outra, é verdade, mas nosso término foi rápido - falava com mágoa - e ela sequer me deu chances de tentar salvar nosso casamento - estava com os olhos cheios d'água - e ainda me expôs daquela maneira!

- Mas não foram elas, você bem sabe disso - falou mais séria - você sabe muito bem como as coisas aconteceram. Eu sei que foi complicado pra você naquela época por causa da exposição e tudo, mas as meninas não tiveram culpa diretamente né - Vitória era uma pessoa justa e não aceitaria injustiças.

- Você tem razão - se deu por vencida, pelo menos naquela conversa - não dá pra ficar marcando passo e remoendo coisas que não tem mais importância - disse um pouco desanimada.

- Você ainda a ama? Não né? - questionou.

- Não, não, claro que não, Vitória!!! - se alterou um pouco - de onde você tirou isso, hein!? - se levantou e ficou mais próxima da outra - já estou em outra, de verdade. Só quero esquecer que um dia fui casada com a Malu - cruzou os dedos.

- Fico bem mais aliviada viu, minha amiga - abraçou a outra.
- Agora, mudando de foco... Coloquei a Lara pra trabalhar lá comigo, mas já me arrependi viu - fez cara de sofrimento.

- A Lara? Aquela tua sobrinha que ficava dizendo que ia namorar comigo? - riu.

- Haha, ela mesmo, você sabe, ela formou em Jornalismo faz pouco tempo e aí, ela me dá uma força na parte de assessoria de Daniela.

- Ela deve estar gostando muito né!? - pensou por um segundo - apesar de que, com Daniela, as vezes era difícil nos entendermos - retorceu a cara - como ela está se saindo?

- Ela faz um trabalho muito bom, mas muitas vezes faz o que quer e não o que é mandado por Daniela ou Malu - seguiam o papo - já levou muita bronca da rainha do axé, mas sempre se acertam, é como se fosse uma relação de amor e ódio - falou inocentemente e riu.

- Só ódio né? - riu alto - pq amor, sem condições, do jeito que Malu é ciumenta, não aceitaria esse amor aí não - continuava a rir.

- Boba - ria também - você sabe em que intenção falei amor - pararam de rir - Daniela é só amor, mas para a sua mulher, Malu - terminava de mexer o suco para lancharem - nunca permitiria nada que não fossem só elas duas, nem casamento aberto ou algo do tipo... São muito apegadas e vivem trocando carinhos, seja onde for e com quem esteja no local - foi levando os pratos para a bancada - e nem imagino traição de qualquer um dos dois lado - finalizou a chamando pra degustar o lanche.

Fernanda não disse nada sobre o relato final, apenas ouviu o que a amiga tinha dito e ficou pensando várias coisas que colocaria em prática no dia seguinte.