Suicídio

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Oi, meninas! Vocês estão bem? Estava lendo alguns comentários sobre a fic... quando a idealizei, contava com tudo o que tenho publicado aqui em cada capítulo. Sei que é um pouco pesado, mas é o meu lado dramático aflorado que tenho. Se vocês se sentirem desconfortáveis em ler, parem (principalmente esse capítulo, não quero despertar gatilhos em ninguém) 🙏🏽🥺, mas preciso seguir a ordem dos fatos pra poder terminá-la do jeitinho que programei. Podem ficar despreocupadas, que tudo vai acabar bem... ☺️
Fiquem bem e boa leitura 🩷

Narrador: Ficou com aquilo martelando na cabeça... sua filha tinha razão. Pensou só no seu lado quando resolveu pedir a guarda das meninas na justiça. Queria o bem delas, de verdade, mas em nenhum momento, ouviu o que elas achavam disso tudo! Como ficou cega! Como pode ter passado por cima da vontade das suas filhas? Mas deixaria o tempo passar e não daria o braço a torcer. Tentou afastar aqueles pensamentos se enterrando no trabalho, parando só pra atender as solicitações das meninas.

Era um sábado e as meninas estavam se arrumando pq iriam almoçar na casa dos pais de Malu. Não voltariam pra casa e dormiriam lá pra ficarem na farra com as primas.

- Meninas, estão prontas? - Malu apareceu no quarto.

- Sim, estamos mãe - foi Alice que respondeu.

- Então vamos, garotas!

Almoçaram na casa dos avós e se despediram da mãe quando chegou a noite:

- Se comportem hein - Malu passava as recomendações - nada de dormirem muito tarde, nada de muito doce nessa festa do pijama e cuidem da irmã de vocês, combinado?

- Pode deixar, mãe. Vamos ficar bem - cruzaram os dedinhos.

Daniela já não aguentava mais ficar em casa. Estava sufocada. Sem ver o mar, sentir a brisa dele. Nem se alimentando estava direito. Uma merda de vida! Resolveu que iria sair pra aliviar um pouco a cabeça. Partiu sem direção, não sabia ao certo onde pararia. Lembrou de quando saía com as meninas e Malu escondidas para os fãs não a reconhecer. Sentiu as lágrimas no canto dos olhos quando lembrou das filhas. Que saudade estava delas! Nem uma ligação poderia dar pra ouvir a voz das pequenas. Bateu a mão forte no volante do carro! Começou a se sentir impotente. Dirigiu até à praia que amava: o Farol da Barra. Lá, ficou por longo tempo refletindo sobre a sua vida. Mas em muitos momentos, sentia tanto ódio, rancor, mágoa do que estava acontecendo... Tentou afastar aqueles sentimentos e percebeu que estava próxima ao apartamento de Malu... Decidiu que quebraria a ordem judicial e iria ver as meninas na casa da ex - esposa. Já estava lenhada mesmo. Pelo menos, abraçaria as filhas.
Ficou aguardando a jornalista chegar. Já tinha falado com o porteiro que disse que a mulher não estava em casa. Ao avistar o carro de Malu entrar na garagem, saiu do seu automóvel e foi falar com o porteiro que lhe concedeu a entrada ao prédio. Tocou a campainha e esperou a outra vir abrir. Estava torcendo que ela não olhasse no olho mágico, mas mesmo que fizesse isso, tocaria até acordar todo o prédio!

Malu tinha acabado de chegar quando ouviu a campainha de sua casa. Estava tão abafada com a chegada que nem olhou quem era, abriu:

- Daniela??? - se surpreendeu de ver a mulher ali - o que você está fazendo aqui???

- Deixa eu ver minhas filhas! - estava nervosa demais.

-  Você sabe que não pode vê-las... sequer ter vindo aqui na minha casa, Daniela - não estava acreditando na mulher ali na sua frente.

- Dane-se!!! - passou pela porta - tô pouco me importando, se posso ou não. Eu quero vê-las!!!

- Para com isso! Elas não estão aqui.

- É mentiiiiiraaaaa! - gritou forte - você está escondendo elas pra eu não ver.

Ia indo para o quarto, quando foi puxada bruscamente pelo braço por Malu.

- Eu já disse que elas não estão aquiiii - a sacudiu pra ela voltar a si.

- Mentirosa, cruel, miserável, eu te odeio, eu odeio você, Malu - começou a tentar estapear a outra que ia se defendendo.

- Escuta aqui, mesmo que elas tivessem aqui, depois desse escândalo todo, eu não deixaria você vê-las, tá ouvindo? Louca!

Daniela foi caindo ao chão quando Malu afrouxou as mãos que a seguravam. Diante do desespero, agarrou nas pernas da jornalista, implorando:

- Malu, deixa eu ver minhas filhas, pelo amor de Deus - chorava e agarrava mais as pernas da outra - eu juro que será só uma vez, mas eu não estou aguentando viver sem elas, eu imploro a você, me deixe ver minhas meninas - continuava a implorar ali, de joelhos.

Malu não disse nada... não conseguia verbalizar nada naquele momento. Apenas se permitiu chorar ao ver a cantora daquele jeito. Se agachou e a levantou a muito custo.

- Elas não estão aqui, de verdade... elas estão na casa de minha mãe. Vão dormir lá - retirou as mãos dela pq ela se desvencilhou - Espera passar esses dois meses que faltam, que você voltará ao convívio delas.

- Eu nunca vou te perdoar, Malu - estava descontrolada... aquela tentativa de ver as meninas, piorou o psicológico dela - nunca, nunca!

Saiu do apartamento e vinha na estrada sem muito prestar a atenção no trânsito. Pouco importava já sua vida. Talvez, se morresse, seu sofrimento teria fim.
Ao chegar em casa, se jogou no sofá e chorou com raiva de tudo. Acendeu um cigarro, o que fez com que o cheiro trouxesse sua mãe até à sala.

- Minha filha - foi alisando seu cabelo - saiu pra aliviar a cabeça e voltou assim?

- Eu fui ver as meninas, mãe - chorava como uma criança - mas não consegui - apagou o cigarro.

- Dam, pq você fez isso? Sabe que não pode, ohh minha filha...

- Não aguento mais, mãe. Não aguento mais!

- Vem cá meu amor, vem tomar um banho, relaxar um pouco, aliviar essa cabeça. Já já você poderá ver suas filhas - acariciou o rosto da mulher, limpando as lágrimas que caíam.

Quando chegaram ao quarto, Daniela parecia que estava anestesiada com tanta dor. Mas a mãe a ajudou a ir até o banheiro e perguntou se ela queria que a fizesse companhia. A cantora negou, o que fez com que a mãe descesse com a promessa de trazer um sanduíche com suco para a filha comer.

Quando se viu sozinha naquele banheiro, não conseguia pensar direito em que fazer. Só tinha que jogar água no seu corpo, pra tentar aliviar um pouco a pressão que estava sentindo, mas se recostou de costas na pia... as lágrimas caíam de 4 em 4. Sentia uma angústia, só queria que aquilo tudo terminasse. Virou-se e viu em cima da pia uma gilete. Viu a lâmina brilhar e no mesmo instante, passou pela sua cabeça pega-la pra usar. Não para aparar nada no seu corpo e sim pra dar um fim naquela situação. Relutou um pouco em pegar o objeto, mas pegou. Mordia os lábios tentando se conter em fazer aquilo que estava passando na sua cabeça. Virou pra frente novamente. Estava no espaço entre a pia e o box. Esticou o braço esquerdo e tremulando com o direito, apertou a lâmina na mão direita. O objeto já estava machucando sua mão, mas como num golpe de coragem, passou a lâmina prata no pulso esquerdo, tocando de leve a pele. Não satisfeita, passou mais uma vez e mais outra, até o jato forte de sangue espirrar no box e seu corpo quedar ao chão!

O Pra Sempre, Sempre Acaba(?)Onde histórias criam vida. Descubra agora