O Fim do Sofrimento

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Narrador: Foram tiradas do transe quando Dona Liliana chegou perto delas:

- Malu, minha filha. Que supresa vê-la aqui - cumprimentou a mulher com um beijo no rosto.

- Como vai, Dona Liliana?

Depois, Seu Abreu chegou e Cristiana também. Todos foram gentis com a jornalista. Não tinham pq trata-la mal, se nem a própria Daniela não tratava.

Era lógico que estava desconfortável ali, mas passaria por cima disso tudo, para ter a sua cantora de volta.

Logo, os amigos foram indo embora e ficaram só os familiares, exceto a irmã com o cunhado. As meninas faziam companhia à Malu que estava mais afastada e que de vez em quando, trocava olhares com Daniela. Em um certo momento, Malu foi para fora da casa. Foi ficar um pouquinho sozinha em um lugar que adorava quando ainda morava naquele local. Era um banco de madeira em frente ao jardim. Costumava ficar ali trabalhando ou com Daniela. Ficavam admirando as flores e a natureza em si, enquanto liam algum livro ou Daniela escutava uma música. Ficou ali... com seus pensamentos, mas foi surpreendida com a chegada da outra de perfume doce:

- Malu... tudo bem? - foi se sentando ao lado dela.

- Estava aqui, lembrando dos momentos que ficávamos aqui. Lembra? - sorriu ao olhar pro lado.

- Claro que lembro... era nosso lugar preferido da casa... depois da nossa cama - riu baixinho.

- A nossa cama é um lugar emblemático, amor - a olhou fundo nos olhos - eu queria conversar contigo sobre nós duas...

- Você acha que ainda temos algo a conversar, Malu?

- Acho! Eu sei que nos ferimos, que isso o que sofremos abalou a nossa relação, mas tenho certeza, que isso não abalou o amor que sentimentos uma pela outra.

- E você acha que só o amor nos sustentará? E o dia a dia? E a confiança?

- Podemos recomeçar do zero. Podemos fazer acontecer. Essas coisas são importantes, mas o amor que sentimos uma pela outra, também é. Da uma chance para sermos felizes!

- Você acredita nisso mesmo? Acredita que podemos ainda viver juntas?

- Eu acredito no nosso amor... vem, eu ajudo você - foi colocando a mão no rosto da cantora que reagia aos carinhos - eu sei que você tem todo direito de recuar, mas vamos em frente, Dam! Só mais uma vez!

Foi chegando mais próxima da cantora que foi colocando sua cabeça no pescoço de Malu, totalmente rendida pelos olhos da outra. Já queria voltar para a jornalista, mas quando esteve em São Paulo, não foi corajosa o suficiente para fazer acontecer. Agora, ali, não perderia essa oportunidade, ainda mais sabendo que a outra veio ao seu encontro, com o intuito de lutar por ela. Tirou o rosto escondido do corpo da outra e ficaram cara a cara:

- Você aceita namorar comigo, Daniela? - Malu já tinha os olhos cheios d'água.

- Aceito, meu amor!!!

Foram se acarinhando com os narizes e tocaram os lábios, começando um beijo gostoso e calmo. Malu tinha as mãos nos cachos de Daniela que estavam soltos e Daniela, com as mãos no rosto e pescoço de Malu. Enfim, tinham vencido o medo e o arrependimento que tanto atormentaram elas, mas foram tiradas desse momento com a chegada das filhas que faziam a maior festa por ver as duas mães se beijando.

- Aêêêê, até que enfimmmmm!!! - Marcinha foi falando e abraçando as duas.

- Mamãe Dam Dam e mamãe Malu estão se beijando - Bella falava com a voz de criança.

- Vocês voltaram mesmo? - Alice perguntou desconfiada.

Malu não respondeu nada. Olhou pra Daniela que disse:

- Sim, voltamos minhas filhas. Vocês terão suas duas mães, juntas novamente.

Fizeram uma grande festa e depois se retiraram dali, deixando as duas mais à vontade.

- Amor, obrigada por confiar em mim novamente, no nosso amor, no nosso projeto de vidas juntas.

Daniela estava deitada a cabeça no colo de Malu, que fazia um carinho nos seus cabelos:

- Eu adiei muito esse momento por medo e por tantas outras coisas, mas estou disposta a continuar nossa história, Malu. Eu sei que não será tão fácil, mas você estando ao meu lado, eu fico mais tranquila.

- Eu vou fazer de tudo para que essa jornada seja mais leve o possível pra ti, minha Vida! Eu te amo muito.

Desceu seus lábios até à cabeça da mulher, pousando um beijo naquele cabelo que tanto amava o cheiro.

Giovana observava as duas e estava com raiva do que estava vendo, quando ia indo importunar o casal, sua vó pegou no seu braço:

- Não faça isso, minha filha. Sua mãe merece uma nova chance pra poder ser feliz. Deixe que ela mesmo decida o que é melhor pra ela.

- Mas vó... essa mulher só causou dor à minha mãe - chorava.

- E ela sabe disso, mas a ama... ela resolveu passar uma borracha nas coisas de ruim que aconteceram. Nós só podemos respeitar e torcer pra que elas sejam felizes. Siga sua vida também. Sua mãe é bem grandinha e sabe a decisão que está tomando.

A garota não falou mais nada. Foi embora da casa da mãe, sem nem ao menos, se despedir.

Depois que teve essa conversa com a neta, Dona Liliana e seu Abreu foram se despedir das duas:

- Tô vendo, que você resolveu dar uma chance para a felicidade né filha? - Seu Abreu foi chegando.

- Pai, mãe... que bom que estão aqui. Quero dividir com vocês que eu e Malu voltamos e vamos tentar esquecer tudo o que aconteceu.

- É verdade, no que depender de mim, ela não derramará mais uma lágrima sequer!

Se abraçaram de lado, vendo a alegria e satisfação dos dois senhores. Se despediram e partiram.

Com o passar das horas, Malu também avisou que teria que ir embora, mas foi impedida por Daniela:

- Não, fica! Dorme aqui comigo, Malu.

- Eu não quero colocar as coisas desse jeito, mas confesso que estou louca de saudades de você.

- Fica, eu to pedindo - fez uma carinha de pidona.

- Com esses olhinhos, como eu consigo dizer não? Nunca! Eu fico sim, é bom que dou um beijo nas meninas antes delas dormirem.

- Eu fico feliz, também estou morrendo de saudades de você.

Se beijaram e subiram pra ver as meninas e dar boa noite com a sensação de família novamente.

O Pra Sempre, Sempre Acaba(?)Onde histórias criam vida. Descubra agora