Billie Eilish on
Quinta-feira
New YorkAcordo assustada e ofegante, sentindo meu rosto molhado tanto por suor quanto por lágrimas.
Eu havia sonhado com o que aconteceu mais cedo, Scarlett apontando a arma para si mesma. As falas, sensações e desesperos eram os mesmos, foi um replay do acontecimento. Me senti como se estivesse acontecendo novamente.
– Que merda. - passo minhas mãos em meu rosto, na tentativa de o secar.
Olho para o relógio de meu telefone que marcava 02:38 da manhã. Sky não estava ali do meu lado, o que me fez criar um certo desespero. Me apresso e calço minhas pantufas, tendo certeza de que ela não estava ali pois a porta do quarto estava aberta.
Não foi difícil de achá-la, já que havia apenas algumas luzes acessas pela casa que me levaram até a cozinha.
É nesses momentos em que agradeço por ela ter medo do escuro.
– O que está fazendo aqui essa hora? - pergunto ao chegar no local, fazendo a mais nova se assustar e virar segurando um copo nas mãos.
Seu rosto ainda estava inchado pelo choro que durou horas, até adormecer em meus braços.
– Que susto! Vim tomar um pouco de leite, meu estômago está vazio. - responde com a voz falha, me analisando com seus olhos cansados - Está tudo bem? Parece assustada.
– Estou, apenas tive um pesadelo. - me aproximo dela, abraçando seu corpo e me sentindo mais calma.
– Desculpa por não estar lá. - corresponde meu abraço, deixando o copo de lado - Queria te chamar para vir comigo, mas não queria acordá-la.
– Podia ter chamado, eu não iria me importar bebê. - deixo um beijo no topo de seus cabelos, me separando do abraço.
Sigo até a geladeira, a abrindo e pegando leite para ela tomar. Já estou aqui, não custa nada eu preparar seu leite.
– Gosta de leite de amêndoas?
– Nunca experimentei, normalmente tomo o de vaca.
– Eca. - pego o copo que estava em sua mão minutos atrás, colocando um pouco ali e a entregando - Experimenta.
Primeiro ela toma apenas um pouquinho com receio de não gostar, mas logo vira o copo e toma todo o resto.
Temos que concordar em uma coisa, leite de amêndoas é melhor do que o de vaca.
– É tão bom! Quero mais um pouco. - estica seu braço para mim, deixando o copo em minha frente.
– Sabia que iria gostar. - digo rindo, pegando seu copo e o enchendo quase todo - Vou esquentar um pouco, quer ele puro ou com achocolatado?
– Pode deixar que eu faço, acordei para isso. - tenta pegar o copo de minha mão, falhando por eu ter o levantado para o alto.
Ser mais alta tem as vantagens, às vezes.
– Eu faço e você fica quietinha sentada.
– Não vale levantar o braço. - se senta no balcão, emburrada - Só um pouco de achocolatado.
– Isso aí, me obedece que gosto.
Coloco o copo no micro-ondas e esquento o leite por pouco tempo para não ficar tão quente. Retiro de lá e coloco uma colher de achocolatado, mexendo até ver a cor branca ficar levemente marrom.
Antes de a entregar tomo um pequeno gole, me deliciando com o gosto. Acho que a fome chegou em mim também.
– Aqui pequena. - entrego para ela.
– Obrigada. - segura o copo com as duas mãos, sorrindo para mim.
Abro levemente suas pernas e me posiciono entre elas, abraçando sua cintura. Apenas observava a garota tomar seu leite de forma calma, que também me olhava e sorria quando abaixava seu copo.
Seu sorriso não é falso, mas também não é tão verdadeiro assim. Seus olhos tristes a entregam.
– Como está se sentindo?
– Não sei.
– Não? - passo meus dedos pelo canto de sua testa, retirando alguns fios dali e colocando por trás de sua orelha - Sei que não quer falar disso, mas por que não me contou sobre todas suas crises e recaídas?
– Não queria te preocupar.
– Sabe que pode contar comigo sempre que quiser, faço questão de te falar isso quantas vezes for preciso.
A loira apenas continuava me olhando, sem me responder.
– Não vou aprofundar o assunto, sei que já está abalada o suficiente. Mas por favor, nunca mais repita o que aconteceu ontem naquele jantar.
Minha garganta se fecha ao relembrar mais uma vez do ocorrido, sendo acompanhado com a ardência em meus olhos e nariz. Não sou uma pessoa sentimental ou emotiva, mas a sua tentativa de suicídio mexeu de certa forma comigo.
Em um movimento rápido a mais nova me abraça após ver lágrimas teimosas escorrerem por minha bochecha, deixando meu rosto em seu pescoço. Contenho todas elas, não me permitiria desabar em sua frente e a fazer se sentir culpada.
– Eu te amo, amor. - diz da forma mais doce que alguém já poderia ouvir.
Um sorriso escapa de meus lábios, estava tentando me confortar sendo que quem deveria estar sendo confortada era ela.
Sua bondade às vezes me questiona se realmente a mereço.
– Eu também te amo, muito mesmo.
Seus lábios selam o topo de minha cabeça e depois meus lábios de forma carinhosa.
– Me promete? - pergunto novamente.
– Não posso prometer, mas juro que irei tentar.
– Bom... já é um começo. - me separo do abraço respirando fundo e me recompondo - Vamos esquecer sobre tudo que está acontecendo ultimamente e tirar um tempo só para nós pelos próximos dias.
– Concordo com você, precisamos disso.
– Eu sei meu anjo - selo nossos lábios de forma rápida - Termine seu leite, precisamos voltar para cama.
– Tudo bem. Mas preciso dizer que amo quando me chama por apelidos carinhosos.
Posso apelidar ela de tantas formas que provavelmente faria um livro, até mesmo quando está triste consigo fazer isso porque sua beleza não para. Sua beleza é surreal e posso dizer por experiência própria.
Mesmo eu a fazendo feliz a maior parte do tempo chegava uma determinada hora que ela se sentia triste e cansada, e me contava o motivo de seu sentimento. Mas o que nunca deixei de reparar é o quão linda ela continua sendo com aqueles olhos azuis e cabelos loiros. Certamente seria linda até morrendo.
Sinceramente, ela é a total definição de Beautiful Sadness.
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𝘽𝙀𝘼𝙐𝙏𝙄𝙁𝙐𝙇 𝙎𝘼𝘿𝙉𝙀𝙎𝙎 ᵇⁱˡˡⁱᵉ ᵉⁱˡⁱˢʰ
FanfictionBillie Eilish Pirate Baird O'connell, uma garota destemida de apenas 18 anos de idade, que não se importa com o que falam sobre ela e muito menos com o que pensam sobre ela. Caso alguém cruze seu caminho com más intenções, a sua má versão será revel...