I Don't Wanna Die.

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Scarlett on
Terça-feira
New York


– Fala alguma coisa! Seu silêncio está me deixando nervosa.

O que será que estava escrito ali para ela ficar quieta por tanto tempo?

– Scarlett, qual o nome que aparece com maior frequência na papelada que você leu?

Pego um dos papéis que eu estava lendo anteriormente, procurando o nome que ela estava pedindo.

– Wyatt Reynolds Swanson. Por quê?

– Não acha o sobrenome "Swanson" familiar? Ou conhece algo que envolva esse sobrenome?

– Swanson... acho que uma vez eu vi por alguma notícia esse sobrenome. Diziam que eram uma família poderosa, mais especificamente mafiosos.

– Então está aí a nossa resposta.

– Swanson e máfia é nossa resposta? - pergunto confusa, e ela concorda com a cabeça - E o que isso tem haver com nossa família? Somos LaBlanc e O'connell, não Swanson.

– Senta aqui no meu colo, vou te explicar o que entendi - diz batendo em suas pernas, se afastando um pouco da mesa com a poltrona.

Faço o que ela me pede, olhando os papéis em suas mãos, vendo que dois deles eram bem antigos só por suas cores.

– Vamos começar com o mais recente, esse contrato aqui - pega um dos papéis - Aqui diz que Wyatt Reynolds Swanson está agora trabalhando em conjunto com Edward Boyd Schwartz, e aqui embaixo está a assinatura dos dois - indica com o dedo.

– Mas quem são esses dois?

– Calma que vou chegar lá, e depois vamos voltar para esse contrato - deixa o papel de lado, pegando outro - Agora nesse daqui um tal de Hunter Collins Swanson está passando o seu legado para Wyatt. Mas se você olhar bem as assinaturas aqui embaixo, a assinatura de Hunter não está exatamente o nome dele, está assinado como Marcus Ford LaBlanc. Quem é ele?

– É meu avô, por parte de mãe. O sobrenome do meu pai é Roux então não é do lado dele.

– Ele está vivo?

– Não, morreu à uns vinte anos mais ou menos.

– Ok... seu avô é muito burro então, depois vai entender. Agora vamos à esse aqui - pega um outro papel, um pouco mais antigo - Nesse está relatando o começo de uma rivalidade entre duas famílias: Swanson e Schwartz. Foi declarado em 1950 por um Swanson.

– Ainda não estou entendendo muita coisa, mas prossiga.

– E por último temos esse aqui - pega o outro papel, mais antigo ainda - Foi escrito em 1920, de acordo com a data ali em cima da folha. E adivinha? Aqui diz sobre o começo de uma máfia, a Máfia Swanson.

– Mas isso não quer dizer que está relacionado com meu pai, talvez seja algo histórico ou coisa do tipo.

Ah como eu queria que fosse.

– Aí é que está a coisa! Lembra do contrato que falei no começo, entre Wyatt Swanson e Edward Schwartz? Nas coisas do meu pai também não tem o nome dele, mas sim Edward. E você mesma acabou de me dizer que Hunter Swanson é seu avô!

Obrigada por ter feito minha ficha cair, Eilish.

– Wyatt é meu pai e Edward é o seu - Bills concorda, me fazendo ficar sem reação.

Meu pai era um mafioso. Não só isso, minha família também.

– Eles estão usando nomes diferentes como disfarce para ninguém saber de nada. Scarlett, você é filha de um dos maiores mafiosos que existem.

Eu sempre soube.

Sempre soube que meu pai era um monstro.

– Eu vivo em uma família horrível, Billie. Eu convivo no meio de pessoas horríveis. - respondo ainda sem reação.

Eu não estava conseguindo acreditar que aquilo era realmente verdade. Mas as provas estavam ali, debaixo do meu nariz.

– Mas isso não te faz uma pessoa igual a eles, você é totalmente diferente.

– Isso não tá entrando na minha cabeça, só que o mais confuso é o por que de meu pai ter se aproximado do seu sendo que são famílias rivais.

– Eu também não entendi isso. E outra, por que seu avô passou o legado dele pro seu pai e não pra sua mãe?

– Porque ela é mulher e a única filha. Certeza que ele era igual meu pai, sempre dizendo que mulheres são mais fracas e inferiores.

– Deve ser, esses caras são arrogantes.

– O que vamos fazer? Não quero de todo esse legado continue e muito menos quero fazer parte disso.

– Eu não sei, temos que pensar muito. Você entende que mexer com esse tipo de pessoa não é brincadeira né? - concordo com a cabeça - Então temos que pensar muito em cada passo que damos, eles não sentem pena quando matam as pessoas.

Fico apenas calada, ainda sentada no colo dela. Minha cabeça está uma bagunça e estava tentando organizar tudo ainda. Meu processador está muito lento.

E o pior, me assusta não saber o que poderia acontecer daqui para frente.

– Como consegue estar tão calma? - pergunto para ela, olhando para baixo.

– Eu posso estar por fora, mas por dentro nenhum pouco. Não quero te assustar e nem nada, agora não é hora pra isso.

– Por que eles estão continuando isso tudo? Não tem nenhum motivo no mundo que explique.

– Tenho a sensação de que eles querem acabar com a reputação um do outro, e trabalhando juntos isso daria certo.

– Mas para acabar com a reputação um teria que morrer.

– Touché.

– Isso vai acabar mais do que uma morte, e vai durar muito tempo até as coisas se acalmarem ‐ levanto meu olhar para ela, assustada.

Como alguém não ficaria assustada sabendo que vive em uma família mafiosa e que a qualquer momento uma bala poderia estar atravessando as paredes da própria casa ou até mesmo o próprio corpo? E tudo isso para resolver uma rivalidade de anos atrás, que pode acabar com a vida de vários!

– Billie, eu não quero morrer.

𝘽𝙀𝘼𝙐𝙏𝙄𝙁𝙐𝙇 𝙎𝘼𝘿𝙉𝙀𝙎𝙎 ᵇⁱˡˡⁱᵉ ᵉⁱˡⁱˢʰOnde histórias criam vida. Descubra agora