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S/n

Enquanto Matteo estudava, Billie estava assistindo filme. Eu passei pela sala para poder ir até a cozinha beber agua, mas minha atenção foi roubada pela mulher deitada no sofá, ela usava uma roupa do dia a dia, uma bermuda larga e uma camiseta igualmente larga, porém ela estava tão... Linda!

Minha caminhada até a cozinha se tornou mais lenta, meus olhos capturados por Billie deitada no sofá, a imagem da tranquilidade. A luz da TV iluminava seu rosto em intervalos, destacando seus traços suaves e a expressão relaxada enquanto ela se concentrava no filme. A simplicidade de sua roupa, uma bermuda larga e uma camiseta igualmente larga, somada à maneira descomplicada como ela ocupava o espaço, a tornava inegavelmente atraente. Havia algo na autenticidade desse momento, na despreocupação de sua postura, que me fazia vê-la sob uma nova luz.

Hesitei na entrada da sala, lutando com a decisão de seguir meu caminho ou me permitir aproveitar esse vislumbre dela em um estado tão puro e despretensioso. Decidi por um meio-termo, parando sob o pretexto de assistir ao filme por um momento.

-- Esse filme é bom? -- perguntei, tentando soar casual enquanto me aproximava, meu coração batendo um pouco mais rápido do que o normal.

Billie olhou para mim, seu sorriso se alargando ao perceber minha presença. Ela deu um tapinha no espaço vazio ao seu lado no sofá, um convite silencioso que eu estava mais do que disposta a aceitar.

-- Venha ver por si mesma -- respondeu ela, com um brilho nos olhos que parecia refletir mais do que apenas o interesse pelo filme.

Conforme me ajeitava ao lado dela no sofá, uma sensação de calor e proximidade nos envolveu. O filme prosseguiu, mas minha atenção estava dividida entre a tela e a mulher ao meu lado, cuja simples presença tornava o ambiente mais acolhedor. Naquela tarde, percebi que minha atração por Billie era algo que eu não poderia mais ignorar facilmente, uma realidade doce e complicada que se desdobrava diante de mim.

-- você pode vir mais para ca?-- Billie pergunta repentinamente

-- ah... Claro... Mas p-porque?-- pergunto hesitante

-- porque... Eu quero te beijar, e você esta um pouquinho distante para isso... -- Minha respiração se prendeu no peito, surpresa e nervosismo misturando-se de forma indistinta. A franqueza de Billie, a maneira como ela olhava para mim, tudo parecia intensificar o momento até que o ar ao nosso redor se carregasse de uma expectativa palpável.

-- Oh... Eu... -- Minha voz falhou, a hesitação evidente, mas o desejo era um fogo lento que começava a arder dentro de mim, dificultando qualquer tentativa de recusa. Movi-me mais para perto, o coração batendo tão alto que eu estava certa de que ela poderia ouvi-lo.

Billie sorriu, um gesto suave e reconfortante que de alguma forma dissipou parte da minha ansiedade. Ela levantou a mão, tocando meu rosto com uma delicadeza que enviou arrepios pela minha pele, guiando-me para mais perto até que a distância entre nós fosse quase inexistente.

-- Você tem certeza? -- consegui sussurrar, uma última concessão à incerteza que me assolava, mesmo enquanto cada parte de mim inclinava-se para ela, ansiando por diminuir aquele último espaço.

-- Absoluta -- Billie confirmou suavemente, e então ela diminuiu o último resquício de distância entre nós, seus lábios encontrando os meus em um beijo que começou tímido, mas rapidamente se aprofundou com uma paixão contida que ambas parecíamos desesperadas para explorar.

Quando nossos lábios finalmente se tocaram, foi como se uma tempestade de sensações explodisse dentro de mim. O beijo foi suave no início, uma pergunta feita com a delicadeza dos lábios. Mas à medida que a paixão crescia, transformou-se em uma resposta ardente, um diálogo intenso de movimentos e toques que falava mais profundamente do que palavras.

Nossas bocas moviam-se com um desejo insaciável, explorando, reivindicando, dando e recebendo com uma fome que só poderia ser saciada por mais. Cada toque de nossas línguas era como uma faísca que alimentava um fogo maior, uma chama que consumia todo o resto, deixando apenas a pureza de nosso desejo.

O mundo ao nosso redor desapareceu completamente, deixando apenas a sensação de estar completamente viva, completamente envolvida na união de nossos espíritos. O calor, a paixão, a intensidade daquele beijo foi como nada que eu já havia experimentado antes - foi o ponto culminante de todo o desejo, toda a saudade, toda a paixão que havia entre nós.

Quando finalmente nos afastamos, ofegantes e ainda envoltas na aura daquele momento, sabíamos que algo profundo e inabalável havia sido selado entre nós. Foi o beijo mais intenso e apaixonado do planeta, um beijo que transcendeu o tempo e o espaço, um beijo que iria nos marcar para sempre.

-- eu estava querendo fazer isso a um tempo... -- A confissão de Billie, sussurrada contra meus lábios com uma sinceridade que enviava ondas de calor por todo o meu corpo, só servia para intensificar o momento. Seu gesto delicado, mordiscando meu lábio inferior, provocava um arrepio que percorria minha espinha, desencadeando uma resposta igualmente profunda em mim.

-- Eu também... -- admiti, a surpresa na minha voz se misturando com uma dose de maravilha. Havia algo incrivelmente libertador em saber que aquele desejo, aquela tensão que vinha crescendo entre nós, era mútuo.

Nossos olhares se encontraram, e havia uma nova compreensão ali, uma promessa não dita de explorar o que estava surgindo entre nós. O beijo tinha quebrado barreiras, trazendo à tona sentimentos que, até então, havíamos tentado reprimir ou talvez nem mesmo reconhecêssemos completamente.

Billie sorriu para mim, um sorriso que falava de possibilidades, de começos. Era como se estivéssemos à beira de algo novo e desconhecido, mas ao mesmo tempo profundamente certo. Ela segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos, uma conexão física que simbolizava a intimidade emocional que começava a se formar entre nós.

-- O que fazemos agora? — perguntei, a voz baixa, quase temerosa de quebrar o encanto do momento.

-- Agora... -- Billie começou, pausando como se ponderasse suas próximas palavras, seu olhar fixo no meu. -- Agora, acho que devemos explorar isso. Juntas. Devagar e com cuidado, mas... juntas.

E naquele instante, apesar de todas as incertezas e possíveis complicações, a ideia de explorar o que sentíamos uma pela outra, com tudo o que isso implicava, parecia a única coisa que fazia sentido. Havíamos cruzado um limite, e embora o futuro fosse incerto, estávamos dispostas a enfrentá-lo, desde que fosse juntas.

New Ties (Billie/You) GpOnde histórias criam vida. Descubra agora