Sonhos Ruins

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Horas depois de Gabriel juntar todos os ingredientes e levar para a ruiva, Sam e ele saíram, já que precisavam buscar o Impala 67, pegar seus pertences e fechar a conta dos quartos. Rowena preparou um banho de ervas para acalmar a febre do caçador mais velho e mostrou para Castiel o que fazer, deixando-os sozinhos para ir descansar em seu quarto no bunker.

Nenhum dos três havia realmente explicado para o anjo o que exatamente estava acontecendo, só disseram que Dean ficaria bem e que até poderia acordar logo, mas que o menor teria que ficar perto do mesmo para isso acontecer. Imaginou que o motivo seria seu vínculo profundo com o caçador, por ser seu anjo da guarda. Contudo, não deixou de notar que Gabriel parecia se divertir demais, enquanto Sam tentava explicar para ele a situação do outro Winchester. Alguma coisa o arcanjo estava escondendo, mas não sabia o porquê.

Castiel acordou de seus devaneios, quando seus ouvidos escutaram a voz de Dean resmungando, quase em um sussurro. Ele o olhou, procurando algum sinal de que o caçador estava acordando finalmente, mas para sua tristeza, o loiro não estava. Continuava a dormir e a febre parecia ter voltado mais forte dessa vez, lhe fazendo delirar. Soltou a mão do mesmo e molhou o pano no banho de ervas, como a ruiva havia ensinado mais cedo.

Cas... Cas... — Dean sussurrava, com uma expressão de dor, os olhos se apertando, as sobrancelhas franzidas, até mesmo sua respiração ficou ofegante, como se precisasse de mais ar nos pulmões. O anjo se aproximou, colocando o pano em sua testa e tocando a bochecha delicadamente com a outra mão. — Não, não... Cas, por favor...

— Dean, eu estou aqui. — Disse. Tentou entrar na mente do outro para acalmá-lo, mas também não obteve sucesso. Algo lhe impedia. — É só um pesadelo.

Tirou as mãos do rosto do caçador para molhar novamente o pano e torcer na bacia. E, enquanto se concentrava na ação, o loiro voltou a delirar.

Eu te amo, Cas... Eu te amo tanto...! — O menor travou no lugar, tinha realmente escutado aquilo? Eram só os delírios, não eram? Dean não poderia o amar do mesmo jeito que ele o amava... Não era possível. Seu coração martelava no peito, agitado demais para se manter calmo. — Não me deixe... Por favor, não me deixe, Cas! Eu... Eu preciso de você. — Dean parecia desesperado ao ponto de chorar. Castiel sentia suas mãos tremerem, primeiro pela declaração inconsciente e, segundo, pela forma como o caçador parecia desesperado, a voz quebrando em agonia. Ele voltou a tocá-lo, mesmo incerto, colocou o pano na testa do Winchester e pegou sua mão com a outra. Dean se acalmou lentamente, mas ainda recitava o apelido do anjo como um mantra, e insistia em pedir para que não o deixasse.



O moreno tomou um susto quando, no dia seguinte, Rowena apareceu atrás de si, perguntando o estado do caçador. Não havia percebido o tempo passar.

— Dean teve febre alta e delírios. Mas consegui abaixá-la como me ensinou, obrigada. — Sorriu gentilmente para a mulher, que devolveu o sorriso, se sentando na poltrona de frente para os dois.

— E você, querido? — Castiel a encarou em confusão. — Como você está? Parece-me preocupado e distante, se for pela febre, é normal Castiel. Dean irá ficar bem em breve. Imagino que deva ser frustrante não poder curá-lo com sua graça, mas o feitiço não permite a cura através dela.

— Eu sei... Mas não consigo não me preocupar, sou o anjo dele... — Aquela frase pareceu tão certa e tão errada dentro de si, ele se perdeu de novo em sua mente, voltando a olhar o Winchester. A ruiva percebeu a pontada de tristeza em sua voz.

One More Hunt - DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora