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Esperei os palhaços pararem de rir da minha cara e paguei pelos cafés saindo da loja, Marina deu risada apertando meu braço.

—O menino te achou bonito Martin, vai lá ficar com ele.— Revirei os olhos escutando as piadinhas que os dois soltavam, Bruno estava se divertindo muito mais como se fosse um adolescente vendo os amigos se ferrarem.— Ai serio, acho que ele ja deu em cima de todos os caras do Clube.

—Ele ta precisando de alguém que coloque ele no lugar dele, fala sério.— Bruno disse empurrando a porta para entrar no clube.

Entrei no ambiente escuro novamente, senti meus olhos arderem com a mudança gritante de iluminação.

—Ai juro, minha vontade de acertar ele com um belo de um chicote de nove tiras é tão grande.— Ouvi a voz da Marina, parecia distante, talvez eu estivesse distante deles.

A grande questão é que aquele menino me enxergou como mero objeto sexual, e não só ele mas como todos os outros que entrarão aqui procurando por um cara que possa satisfazer todos os prazeres dele.

—Martin!— Ouvi a voz da Natasha, sai do meu transe procurando por ela, suas mãos cruzaram meu corpo e seu nariz fez cócegas no meu pescoço.— Que saudade cara.

—Nem faz tanto tempo.— Passei minhas mãos pela cintura dela, agarrei aquele corpo com tanta força, fazia tanta falta senti-la assim tão próxima a mim.

—Estou tão feliz que você aceitou a proposta, dominadores como você é quase impossível encontrar.— A encarei tentando decifrar se era ou não uma ironia, ela sorriu passando a mão no meu rosto.— Você tá tão grande, os hormônios estão fazendo bastante efeito ne?— dei risada concordando, senti sua boca na minha bochecha e relaxei em seus braços.— Eu vou subir agora, tenho uma sessão... o Félix já chegou.— Ela apontou para o balcão do bar, vi o cabelo azul bagunçado, senti o ar faltar, respirei fundo tentando me acalmar, eu sou um adulto certo? Posso lidar com um crush.

Segui até la encostando minha mão em suas costas, ele se virou me encarando, um sorriso foi brotando aos poucos entre seus lábios.

—Martin, que saudades!— Suas mãos se enroscaram no meu corpo, sua boca veio diretamente na minha.— Meu senhor, como é bom vê-lo por aqui.

—O que fez enquanto eu estava afastado?— Me sentei em um banco ao lado do dele, Felix enfiou um canudinho na boca sugando um líquido.— Felix.

—Senhor, nós dois sabemos que eu não ficaria te esperando.— suas mãos estavam tão bonitas.— Essa buceta aqui não aguenta ficar muito tempo sem ser chicoteada.— um sorriso sapeca surgiu no rosto dele.

—Eu sabia!— Dei risada empurrando um pouco o braço dele.— Eu vou ficar fixo agora.

—A Marina me contou, vai finalmente cobrar pelas sessões.— Revirei os olhos me lembrando disso, era pra ser um hobby e se tornou meu sustento.— Vai me usar como cobaia?

—Claro, você é sempre a minha puta predileta.— Felix deu um selinho na minha boca, reparei melhor na roupa que vestia, ou quase roupa nenhuma, a calcinha fio dental que deixavam duas tiras finas na cintura chamava bastante atenção, a bota longa e brilhante o deixava estiloso, e o binder com um pingente da bandeira não binária chamou minha atenção.— Você é não binário?

—Não sabia?— Ele perguntou confuso, eu neguei envergonhado.— Acho que nunca deixei isso muito claro ne? Pode usar qualquer pronome comigo meu senhor.— Ele sorriu, os dentinhos separados me fizeram corar, Felix era tão bonito.

—Por que você está vestido assim?— Felix riu olhando para baixo, vi seu rosto corado.

—A Marina me pediu para tirar minha roupa na porta.— Tampei minha boca imaginando um diálogo perfeito entre os dois, senti minhas pernas formigarem, rocei minhas coxas.

Martin, não seja burroOnde histórias criam vida. Descubra agora