Martin, não seja burro

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Voltamos pra casa cansadissimos depois de andar horrores no centro, Lucas estava deitado no sofá, do lado uma garrafa de um vinho caro que eu ganhei de algum ex amigo empresário.

—Lucas...— Felix se aproximou, Lucas estava tão bebado que mal conseguia abrir os olhos.— Filho... o que você fez?

—O Pedro não...— Ele arrotou, Felix suspirou puxando ele do sofa.— Eu odeio... a minha... vida...— Lucas caiu de joelhos chorando, suspirei pegando a garrafa completamente vazia.— Eu quero morrer...

—Filho, vem comigo.— Felix tentou levantar ele.— Vamos tomar um banho.— Lucas tentou se levantar, estava completamente sem controle do próprio corpo, deixei a garrafa de lado indo ate eles, ajudei Felix a leva-lo para o banheiro.— Obrigado Martin.— Ele sentou Lucas no vaso tirando a roupa dele.

Fechei a porta, era melhor deixar os dois sozinhos.

Olhei a casa, uma bagunça sem limites na sala e na cozinha, provavelmente aquele vinho não era o primeiro que ele bebia, e não era nem três horas da tarde.

—MAMÃE!— Ouvi um grito, me aproximei do banheiro.— Meu corpo ta doendo...

—Que porra você fez Lucas...— A voz do Felix saiu chorosa.— Filho... olha pra mim...— Bati na porta.— Martin, me ajuda aqui.— Abri a porta, Fui até eles, Félix apoiou as mãos do Lucas em mim.— Filho...

Abri o chuveiro na agua mais gelada que tinha, enfiei Lucas debaixo da agua, Felix me olhava com os olhos cheios de lágrimas, Lucas começou a tremer.

—Filho...— Felix abraçou ele, a agua molhando a roupa dele, Lucas tentava desviar, ele apertou os braços do Félix com força.

—Me solta.— Félix desligou o chuveiro, ambos tremiam, Lucas se soltou dele, peguei toalhas entregando uma para cada.— Eu vou matar o Pedro!— A voz dele saiu arrastada e raivosa, Felix tentou segurar ele, mas o que recebeu foi um tapa e um empurrão.

Segurei Lucas, olhei no fundo dos olhos dele, eu amava aquele moleque, mas em nenhuma situação eu deixaria ele tratar Félix como qualquer coisa, puxei ele com cuidado até o quarto, procurei por uma roupa quentinha, vesti ele com cuidado, o deitei na cama o cobrindo.

—Não sai daqui, eu vou ver teu pai.— Sai de la indo para o banheiro, Félix estava sentado no vaso todo molhado com uma toalha no ombro.— Toma banho, eu vou cuidar dele.— Felix me olhou, ele estava completamente tomado por lagrimas.— Amor, calma...

—Aonde foi que eu errei Martin... era pra ele vir correndo até mim quando algo desse errado, e o que ele fez foi procurar bebida, cara.— Ele limpou as lágrimas, suspirei fazendo carinho na cabeça dele.

—Eu vou ver ele... se acalma meu bem...— Ele abaixou a cabeça, voltei para o quarto do Lucas, ele estava batendo queixo mesmo completamente coberto, procurei pelo secador dele, era isso que eu podia usar.

Sequei o cabelo dele com cuidado, toda hora ele tombava pro lado, tentava levantar, me xingava, xingava o Pedro, chorava, eu perdi em algum momento a capacidade de entender o que estava acontecendo.

Deitei ele na cama, Félix apareceu na porta, o rosto um pouco inchado, o tapa marcado, fiquei com dó dele, cobri novamente o Lucas, desliguei o secador e fui até meu amorzinho.

Tirei ele do quarto, levei ele pro nosso quarto, Félix segurava as lágrimas, parecia perdido.

—É culpa minha...— A voz dele saiu baixa, eu neguei suspirando.— Quando o Lucas era criança eu fazia a exata mesma coisa... bebia até passar mal, não cuidava dele... e tudo isso por causa do meu ex, toda vez que a gente brigava eu fazia isso...— ele me abraçou chorando.— Que porra eu fiz... eu devia estar aqui cuidando dele.