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Os dias foram passando, eu e Felix mal nos víamos, prometi pra Marina que ia cuidar dela e da Zuri, e isso significava ficar longe do meu namorado, já que ele lida com pessoas doentes.

—Te amo.— Ouvi a voz do Félix no telefone, sorri.— O Lucas tá fazendo um ótimo papel te substituindo na loja sabia?

—Puts, perdi meu trabalho.— Dei risada lavando meu rosto.— Eu juro que volto no fim de semana tá? Eu também te amo.

—Fica o quanto precisar, a Marina precisa de você.— Olhei a imagem dele, Felix estava com a roupa do hospital, dei risada achando fofo.— Preciso ir, meu horário de almoço acabou.

—Tchau meu bem.— Acenei para o telefone e depois o desliguei, procurei por uma toalha, escutei o choro da Zuri, sai do banheiro.

—Menina, para de chorar...— Escutei a voz da Marina, entrei no quarto delas.— Eu não sei mais o que eu faço.— Marina me olhou chorando, me aproximei das duas, peguei a Zuri no colo, Marina tirou a camiseta.— Da ela.

—Vai dar mama de novo?— Perguntei chocado, ela fez isso a meia hora, Marina negou, entreguei a Zuri pra ela, Marina encostou a bebe no corpo dela, ficou fazendo carinho naquela cabecinha minúscula. — O que você acha que ela tem?

—Não sei, pega meu celular, liga nesses negócios de ruído. — Peguei o celular dela, procurei por um desses app com barulho de chuva, Marina fechou os olhos segurando o choro.— eu estou cansada Martin, ela não para de chorar um segundo...

—Parou.— Sorri ouvindo só o silêncio, me sentei do lado dela na cama.— Se acalma Mari, ela ainda é bem novinha né?

—Eu sei, mas é vinte e quatro horas chorando... tá me dando nos nervos, eu amo a Zuri, mas esse choro...— Ela deitou a cabeça no meu ombro, fiquei olhando zuri dormindo em cima dela.— Ainda bem que eu não senti nada no pós parto...— Ela me olhou, beijou minha bochecha.— Obrigado por estar aqui.

—Eu te amo sabia Marina?— Ela sorriu apertando a minha mão.

—Também te amo.— Ela sorriu, Zuri espirrou, nós dois olhamos pra ela.— Meu Deus! Que fofura!

Escutei o interfone tocar, fui até a cozinha.

—Oi?

—Boa tarde senhor Martin, o Senhor Bruno Mariano gostaria de subir, posso autorizar  entrada dele.— Suspirei olhando o quarto.

—Pode sim.— Coloquei o interfone no gancho indo até o quarto da Marina.— O pai da sua filha ta subindo.

—Martin!— Ela me encarou, o semblante mudou de carinhoso pra bravo.— Que merda! Quem deixou?

—Ele é pai da sua filha, tem o direito de ver a coitada.— Marina suspirou, estendeu a Zuri para mim, peguei a bebezinha nos meu braços, Marina levantou indo até a sala, encarei ela.

—Opa, já ia bater.— Vi a geladeira de duas portas parado na porta.— Tudo bom Marina?

—Vai tomar banho ou você não chega perto da Zuri.— Ela olhou ele séria, suspirei olhando a Zuri, esses dois já vão brigar de novo.

—Cara você é muito paranoica sabia?— Ele colocou a mão na cabeça dela.— Deixa sua filha viver.

—Bruno, ela não tomou vacina! A única  que ela tomou não protege ela de gripe!— Marina tirou a mão gigante dele da cabeça dela.— Por favor.

—Tá bom, me arruma uma roupa? Aliás, por que você tá pelada?— Marina fechou a porta suspirando.

—Sua filha não para de chorar, to deixando ela pele a pele... faz isso também.— Bruno revirou os olhos tirando a camiseta, Marina empurrou ele pro banheiro, voltou pro quarto se olhando no espelho.— Meu peito começou a cair...— Ela se virou de lado.— E veja só, minha barriga ainda ta enorme.— Me aproximei dela, Marina suspirou olhando a barriga, ainda estava inchada, mas não era tanto assim.

Martin, não seja burroOnde histórias criam vida. Descubra agora