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Encarei ele, Bruno ne soltou do abraço, abaixou a cabeça.

—Por que você me pediu para gritar?— Perguntei me sentando, ele se sentou ao meu lado, deu um sorriso fraco.

—Quanto mais eu escutar que não é de mim que você gosta, mais eu vou ir tirando você da minha cabeça.— Ele me deu um empurraozinho.

—O que você viu em mim?— Olhei ele.— Você e o Félix enxergaram o que em mim?— Ele deu de ombros.

—Você é bonito, gentil, engraçado... e... o que me mata é que você é um tesão!— Dei risada olhando ele.— Desculpa, você tem namorado.

—Isso mesmo.— Falei baixinho.— Bruno, eu não quero que pareça que você é um mero objeto nas minhas mãos e nem nas do Félix.

—Eu já estou acostumado... o que somos se não objetos realizando fetiches de outras pessoas? Sejamos sinceros cara, a galera tem fetiche em transar com um cara preto porque me idealiza como um milhão de coisas, eu estou tranquilo em relação a isso.— ele negou dando de ombros.— Agora, na real é bem triste e frustrante saber que essa é a unica forma que as pessoas se relacionam comigo.

—Eu e o Félix fizemos exatamente isso.— Enfiei minha cabeça nas mãos, estava envergonhado, eu sabia que ele gostava de mim e mesmo assim eu fui lá e fiz isso, eu sou um merda.

—Cara, somos todos adultos, se eu não quisesse eu diria nao.— Ele deu risada me empurrando um pouco.— A gente não precisa ficar nessa coisa de "ainn tadinho do Bruno", para com isso, eu já tenho trinta e tres anos.

—Meu Deus, tu é um velho!— Ele deu risada me empurrando de novo.— É a idade de cristo né?

—Eu não sei, sou ateu.— Dei ainda mais risada, Bruno se levantou, estendeu a mão, peguei na mão dele, fui puxado de uma vez.— Vamos descer, seu namorado deve estar preocupado.

A gente desceu, assim que entrei no apartamento procurei por Félix, Bruno entrou curioso, abri a porta do nosso quarto, ele estava dormindo, nossa como ele é preocupado.

—Ele parece bem tranquilo na verdade.— Fechei a porta do quarto falando.— Quer comer algo?

—Quero sim.— ele sorriu, fui até a cozinha, Bruno se apoiou no balcão. — Cara, posso te perguntar uma coisa?— concordei.— É mais um conselho na verdade, eu tava afim de chamar um sub meu pra ser fixo sabe? Além das sessões, eu queria um que fosse exclusivamente minha posse.

—Você é possessivo ne?— Bruno deu risada, peguei quatro pães, queijo e presunto.— Continue.

—Eu não sei como fazer isso... tipo, é só chegar nele e dizer, quer ser minha posse?— Ele suspirou apertando a cabeça com as mãos. — Eu não sei o que fazer.

—Por que não tenta ir com calma? Você já sabe o que quer, eu acho melhor você chamar ele pra comer algo e ser direto, não sei se seria legal fazer isso no clube.— Ele concordou deitando a cabeça no balcão, coloquei os pães na torradeira.— Tá pensando no que?

—Já quis ter um sub fixo?— Ele perguntou baixo, olhei pra porta do meu quarto, ele revirou os olhos.— Ele é seu namorado, eu to falando de um sub mesmo, que fosse só seu submisso.

—Acho que não, eu nunca liguei tanto pra isso.— Dei de ombros , tirei os pães da torradeira, entreguei dois pra ele.— E a Mari em? Ta cuidando dela?— Bruno gemeu.

—Me mudar pra casa daquelas duas pragas foi horrível... não param de encher meu saco, a Marina come tanta coisa! Já vi ela comendo uns quinze tipos diferente de carne só essa semana.— Dei risada mordendo meu pão. — Cara, nem acredito que vou ser pai.— Dei um soquinho nele.

Martin, não seja burroOnde histórias criam vida. Descubra agora