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Os dias foram se passando, quando vi já tinha me acostumado com a prensença deles, tive um retorno com o médico e descobri que o Félix tinha cuidado perfeitamente de mim.

—Você trabalha com algo pesado?— O medico perguntou me olhando, como eu explico pra ele?

—Não muito, só que demanda um pouco de força.— Felix disse antes de mim, sorri aliviado.

—Então acho que você já pode voltar na próxima semana Martin, não teve nenhuma rejeição ao procedimento e muito menos aos remédios.

—É serio?— Perguntei animado, ele concordou sorrindo, olhei Félix. — E assim doutor, eu ja posso fazer tudo mesmo né?

—Claro que sim, sua recuperação foi perfeita, acredito que a Carol seja um dos maiores motivos.— Ele olhou Félix. — Ela é uma boa enfermeira.

—Obrigada.— Felix sorriu passando a mão no meu ombro, sorri concordando.

O médico me mandou pra casa, e eu como bom paciente obedeci.


—Martin eu preciso ir buscar o Lucas na escola.— Felix tentava se levantar da cama, eu estava agarrado nele quase dormindo.

—Não, você vai me abandonar.— Cruzei minhas pernas com a dele.— Por que vocês não se mudam pra cá? Já estão vivendo aqui a um mês mesmo.

—Não Martin, e toda a vida que eu construi.— Ele conseguiu se soltar.— Meu apartamento, minhas coisas, eu vou deixar tudo pra trás?

—Uma hora vocês vão ter que se mudar, o Lucas me contou dos problemas com o contrato. — Felix suspirou pegando a calça dele.— A gente pode arrumar um mais barato, a gente divide o aluguel.

—Martin, para de agir como se você fosse meu namorado, eu vou resolver isso sozinho.— Ele colocou a camiseta suspirando.— Desculpa...

—Cara eu não te entendo, vocês praticamente moraram aqui comigo, o que ia mudar?— ele abaixou a cabeça.— Você e o Lucas já trouxeram várias coisas pra ca, sejamos sinceros Felix, o que nós somos se não namorados? Vocês vivem aqui, você faz tudo por mim, você me ouve e eu ouço você, nós fazemos sexo, qual requisito está faltando?

—Eu não posso depender de você Martin, um apartamento é um compromisso grande, se tudo isso acabar pra onde eu vou? Quando você cansar de mim e do Lucas o que a gente vai fazer?— Me sentei na cama respirando fundo, eu não posso perder a cabeça.

—Eu sei que você está preocupado com tudo isso, mas eu prometo que eu não vou deixar vocês sozinhos, se um dia isso acabar eu vou fazer questão de amparar vocês.

—Eu não quero que você ache que eu sou interesseiro.— Felix arrumou o cabelo.— Sua casa é luxuosa, você vive uma vida luxuosa, e eu sou só um enfermeiro, pai solo.— Ele se aproximou passando a mão no meu rosto.— E o que ta faltando para sermos namorados é um pedido.— Ele beijou minha boca.— Eu vou dar um jeito, você não precisa se preocupar.

—Quer que eu busque o Lucas? Assim você pode ir lá resolver isso.— Ele suspirou passando os braços no meu pescoço.

—Martin, o Lucas é minha responsabilidade, você não precisa se preocupar, você não é pai... pra que ter essas preocupações hm?— Ele passou a mão no meu rosto com cuidado.— Pode deixar que eu dou conta disso.

—Você não precisa dar conta de tudo sozinho, deixa eu ir, amanhã eu volto a trabalhar, a gente não vai se ver tanto quanto antes.— Felix beijou minha testa concordando. — Você se incomoda com o meu trabalho?

—Eu sei que eu sou a sua única puta fixa. — Ele sorriu apertando meus ombros.— Eu sou o único que mexe com seu coração. — A voz dele saiu baixinha no meu ouvido.

Fechei meus olhos sentindo a mão dele passar no meu corpo, sua boca perto do meu ouvido, conseguia ouvir sua respiração.

—O Lucas!— Ele me soltou. —Vamos juntos buscar ele, ai a gente conversa sobre o apartamento, eu não tomo nenhuma decisão sem falar com ele antes.— Concordei me levantando, beijei a bochecha dele pegando a chave do carro.

—Aqui o Bruno foi grandão. — Balancei a chave pra ele.— Enquanto ele estiver preso todos os clientes dele são meus, e o carro também. — Sorri animado.

—Para criatura, coitado, já faz um mês que ta naquele inferno.— Felix negou saindo do quarto, o segui animado.

—A Natasha disse que marcaram uma audiência pra ele semana que vem, o transfobico acordou ne, ta vivo, ta bem.— o segui até a garagem.— Quer dirigir?

—Quero.— Ele tomou a chave da minha mão. — Se... SE.— Ele reforçou a palavra.— eu e o Lucas resolveremos morar aqui, ele vai ter que mudar pra uma escola mais perto, o que ja é um empecilho se pensar que ele não vai querer deixar o Pedro pra trás.

— A gente paga Van. — Ele me olhou.

—Você não vai gastar um real com o Lucas.— Suspirei concordando, eu so quero ajudar.

Félix dirigiu ate a escola, Lucas ficou chocado ao ver o carro que estávamos.

—Me digam que meu pai descobriu que é herdeiro e agora gente vai morar em uma mansão!— Lucas entrou dentro do carro animado, dei risada da fanfic dele.

—Esse carro é de um amigo meu.— Respondi animado, ele suspirou jogando a mochila no banco.

—Lucas, eu preciso ter uma conversa séria com você. — Felix olhou ele pelo retrovisor, o menino engoliu em seco.— Eu e o Martin estávamos conversando, nosso contrato vence mês que vêm...

—A gente vai morar na casa do tio Martin?— Lucas interrompeu o Félix, o encarei em silêncio.

—É uma hipótese, mas... eu não sei ainda, e é  temporário  até eu conseguir um novo apartamento.— Olhei ele, essa parte não estava nos planos.

—Hm... Eu vou ter que mudar de escola?— Félix concordou.— Então eu não quero.

—A gente pode ver outros jeitos, isso não precisa ser oito ou oitenta.— Interferi vendo o Felix seguir o caminho do apartamento dele.— Você pode vir de van, ou então sei la... a gente...

—Tio.— Lucas me interrompeu, o olhei.— Eu gosto da ideia, mas se for pra gente ficar se mudando toda hora eu não quero.

—Como assim?— Felix perguntou estacionando o carro de frente ao prédio dele.

—Se a gente mudar pra casa do tio Martin vai ser definitivo, você vai parar de procurar apartamentos e vai focar em outras coisas... tipo o curso de dança que você prometeu que ia ver comigo.

—Eu posso ir com você. — Me virei olhando ele.— A gente pode resolver tudo juntos... não é só vocês dois agora.

—Precisa ser um responsável legal.— Lucas suspirou descendo do carro, Felix desceu também em silêncio.

Desci do carro olhando eles, como pode ser tão difícil lidar com duas pessoas da mesma família?

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Autor: Espero que esses dois evoluam bem aff

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Martin, não seja burroOnde histórias criam vida. Descubra agora