Os dias foram se passando, eu me adaptei melhor a loja e ao clube, foi como se eu sempre tivesse feito isso.
—Amor...— Levantei minha cabeça vendo Félix, soltei os discos saindo de tras do balcão. — Você esqueceu sua marmita em casa.— Ele estendeu as mãos, sorri vendo uma sacola cheia de potinhos, ai como eu amo ele.
—Oi meu bem.— Beijei a bochecha dele pegando a sacola.— Fica a vontade, eu vou chamar o senhor Joel.— Ele concordou, subi as escadas.— Senhor...
—É hora do seu almoço ne?— Ele sorriu ajeitando o cabelinho.— Fica a vontade, eu vou descer.— Concordei, ele desceu as escadas com cuidado, ouvi uma conversinha e logo em seguida Felix apareceu nas escadas.
—Então ele mora nesse estudio?— Ele perguntou se aproximando, olhou tudo em volta curioso.
— É sim.— Me sentei na mesa.— Ele diz que é o suficente. — Abri as marmitas vendo um monte de comida, mordi meus lábios animado.
—Amor.— Olhei Félix. — Quando eu vou conhecer sua mae?— Perdi a fome, encarei Félix por um tempo, suspirei pegando um garfo.— Eu to de folga esse final de semana, seria bom fazer uma viagem hm? O Lucas precisa descansar um pouquinho a cabeça, hoje ele teve tres provas.— Ele se sentou na mesma cadeira que eu pegando um garfo.
—Ir pra casa da minha mãe é igual a se estressar cinco vezes mais.— Félix deu risada comendo um pedaço de batata.
—Para de ser pessimista, eu vou ajeitar as malas hoje ta? Aliás, vou colocar gasolina no carro.— Respirei fundo comendo, vai ser um final de semana horrível. — Eu te apresentei minha família né? Chegou sua vez.
—Ai Félix, me deixa comer.— Ele revirou os olhos.
O dia passou rapidamente, o clube ficou vazio então me liberaram mais cedo, quando cheguei em casa tinham duas malas ajeitada no sofá, suspirei, ele não vai desistir disso né?
Entrei no quarto, Felix estava dormindo como um anjinho, me deitei ao lado dele, ele me abraçou.
Dormi igual uma pedra.
—MARTIN!— Escutei um grito seguido de algo me acertando com força, abri os olhos, Félix estava em cima de mim com um travesseiro.— Porra, você não acorda nem com um desastre acontecendo ne!?— Ele desceu de cima de mim.— O café ta pronto, agora é você tomar e partiu viajar!— Ele fez uma dancinha, sorri, talvez essa viagem não seja tão ruim.
Ajeitei as malas no carro, Lucas estava enrolado em uma coberta tomando um todynho, fiquei com inveja dele, Félix estava no banco do passageiro animado.
—Minha mãe é péssima, então se prepara.— Entrei no carro, era melhor eu me preparar se quisesse aguentar três horas de estrada, liguei o rádio, Felix deitou a cabeça no vidro.
—eu so peço a Deus, um pouco de malandragem!— nós três cantamos juntos acompanhando a música, respirei fundo encarando meu antigo bairro.
—Amor...— Félix me encarou.— Se você morava no interior como é que estudava lá na cidade grande?— Ele olhou as árvores.
—Minha mãe e eu moravamos na cidade e meus avós aqui, a gente vinha só nos finais de semana.— Suspirei olhando tudo.— Quando minha avó morreu ela veio morar aqui, não queria deixar meu avô sozinho..— Olhei a casa da minha mãe, do mesmo jeito, a entrada pintada de azul.— tem certeza que querem isso?— Felix concordou, Lucas estava mexendo no celular freneticamente. — Vamos...— sai do carro, Felix saiu atrás, vi algumas poucas vizinhas sentadas nas calçadas.
Bati palma na frente do portão de grade, uma música baixa vinha de dentro da casa, vi minha mãe sair, os cabelos ruivos estavam presos em um coque, ela apertou os olhos.
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Martin, não seja burro
RomanceDepois de investimentos em uma empresa falida e uma péssima visão de futuro, Martin se ve obrigado a abrir seus fetiches para o mundo e os explorar em troca de dinheiro, o que antes era um simples hobby passa a torná-lo Sr. Martin em tempo integral...