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Félix comeu tanto bolo que eu achei que ele ia morrer de glicose.

—E NESSA LOUCURA...— Ele gritou desviando o microfone pra mim, quantas bebidas Luan preparou pra ele?

—De dizer que não te quero.— Tentei cantar, Felix revirou os olhos indo pra perto da Ana, estava meio perdido, a família inteira tinha bebido ate falar chega.

—Martin.— Ouvi uma voz baixinha, me virei vendo o Lucas.— Pede pra eles abaixarem o volume? To com dor de cabeça.— Concordei puxando ele pra perto, abracei ele, Lucas podia tanto ser meu filho.— O que você ta fazendo?

—Eu não sei.— Soltei ele.— Me deu vontade de te abraçar.— Ele se ajeitou coçando o olho.— O que tu tem?

—Meu avô entrou no quarto de uma vez, ficou chamando a gente pra comer bolo... me deu dor de cabeça.— Ele bocejou, Vi Felix vir pulando até a gente.

—FILHO!— ele abraçou Lucas. — Vem cantar com o papai.— Eu e Lucas arregalamos os olhos.— Que foi gente?

—Félix, você é assumido pros seus pais?— Perguntei baixinho, ele negou.— Então toma cuidado.— Ele concordou puxando o Lucas, vi os gêmeos do Cristian correrem pela casa, pareciam desesperados, um deles veio direto na minha perna.

—Oi...— Olhei a criança catarrenta, devia ter por volta de uns seis anos.— Tá tudo bem?

—Você viu meu pai?— Ele fez biquinho, o nariz foi ficando vermelho, peguei a criança no colo dando uma visão melhor pra ela.

—Ali!— Apontei pra varanda.— Vai lá.— Ele desceu do meu colo, puxou a irmã e correu até la, fiquei vendo eles escalarem o pai.

—Você não se diverte nao?— Ana perguntou se jogando no sofá do meu lado.— Recusou todas as bebidas, e nem quis cantar com a gente.

—Estamos de carro, alguém tem que ficar sobrio.— Ela deu risada concordando.— E vocês? Vão embora como?

—Do jeito que Deus mandar.— Ela deu risada.— Você e a Carol são muito fofos juntos sabia? Um casal e tanto.

—Obrigado.— sorri olhando ela, vi Lucas tentando se soltar do Félix.

—PARA MÃE!— Ele deu um grito se soltando, Luan parou a musica, Felix olhou ele surpreso.— Porra que saco.— Ele saiu bravo.

—O que deu nele?— Félix se aproximou, puxei ele pra cozinha.

—Bebe agua.— Peguei um copo entregando pra ele.— Você ta ficando bebado, eu não to afim de lidar com isso hoje.— Félix revirou os olhos pegando agua.— O Lucas ta com dor de cabeça, seu pai foi la acordar ele.— Félix me olhou, mordeu a boca incomodado.

—Vamos embora então.— Eu dei de ombros, ele me abraçou. — Tá cansado?

—Ai Félix, não vou mentir, já e quase duas da manhã, vocês estão gritando igual loucos,  eu queria muito descansar.— Ele me abraçou, ficou em silêncio por um tempo.

—Desculpa Martin. — Concordei passando a mão no rosto dele.— Quer ir embora?— passei a mão no rosto cansado.— Eu vou pegar o presente do meu pai no carro.

—Deixa que eu pego.— Procurei a chave na calça dele, vi o irmão do Félix entrar na cozinha, ele negou inconformado.

Achei a chave no bolso de trás dele, peguei indo direto pro carro, me enfiei entre os bancos procurando por algum presente, achei uma embalagem bonitinha no banco de trás, peguei olhando, muito fofo, sai de dentro do carro, tranquei entrando.

—Vai se fuder Cristian. — Ouvi a voz do Félix, os dois estavam discutindo na cozinha, os primos do Félix estavam guardando o karaoke provavelmente pra ir embora.— Eu ja falei que não quero você falando desse jeito comigo, eu não te dei essa liberdade!

Martin, não seja burroOnde histórias criam vida. Descubra agora