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Lucas comeu a pizza e foi para o quarto, fiquei com o Felix na sala tomando vinho.

—Vamos esperar ele dormir primeiro.— Félix deu um golinho na taça me dizendo, ele ja estava em cima do meu colo apertando minha coxa.— Sabe, eu tava pensando...— Ele beijou meu pescoço. — De fazer uma coisa mais leve hoje.

—Eu... concordo.— estremeci sentindo a língua dele subindo no meu pescoço.— Você ta bêbado?

—Não, eu só to com tesão. — As mãos dele se enfiaram debaixo da minha camisa, fechei os olhos gemendo.— Acho que já da pra ir pro quarto...

Ele levantou do meu colo pegando a garrafa, saiu na frente, deu uma olhada no quarto do Lucas e foi para o meu quarto, me levantei indo atrás, se o Félix sóbrio já é uma peste, imagina ele com vinho no organismo? Acho que fiz uma péssima escolha.

Entrei no quarto, Félix estava deitado, o vinho em cima da mesa de cabeceira, tranquei a porta.

—Ta acordado?— Perguntei indo até a cama, ele não se mexeu.— Você dormiu? É serio?— Me deitei ao lado dele, Felix estava apagado, não acredito que fui deixado na mão.

Resolvi levantar, troquei de roupa, olhei a roupa que ele vestia, parecia tão desconfortável, peguei um pijama que eu tinha indo até ele, o troquei com cuidado, ele nem se quer se mexeu, me certifiquei de que ele ainda respirava, me deitei do lado dele apagando a luz.

Acordei com uma respiração pesada do meu lado, me virei, Felix estava acordado ofegante.

—Que foi?— Perguntei esfregando meus olhos, minha voz saiu toda embaraçada.

—Por que você trancou a porta e apagou as luzes?— A voz dele saiu chorosa, acendi um abajur olhando ele, lágrimas escorriam no rosto.

—Félix, eu...— Ele levantou indo até a porta, destrancou e saiu, eu fui atrás, o vi entrar na cozinha.— O que ta acontecendo?

—Eu tenho medo de escuro. — Ele falou baixinho, encostei na parede concordando.— Minha cabeça ta doendo.— Olhei o relógio na parede, já era quase cinco horas da manhã.

—Faz tempo que você acordou?

—Eu não sei, Voce me trancou la dentro sem meu celular!  A onde você enfiou minhas roupas Martin?— Ele parecia bravo.

—Estão dobradas em cima da poltrona... eu só tranquei a porta por que achei que... eu achei que a gente ia transar, mas você dormiu, ai eu troquei sua roupa e dormi também....

—Não toca em mim quando eu estiver dormindo.— A voz dele saiu autoritária. — Eu vou dormir com o Lucas.— Vi ele passar por mim, suspirei fechando os olhos, qual o problema de eu ter trocado a roupa dele?

—Cara eu só troquei a sua roupa!

—Quem garante?— ele se virou pra me encarar.— Eu não acordei em nenhum momento, quem garante que você não fez mais alguma coisa?

—É sério?— Mordi os lábios de raiva.— Cara eu nunca fiz nada contra sua vontade! Por que você acha que eu faria algo enquanto você ta dormindo? Ta maluco?— Ele entrou no quarto em que o Lucas estava e fechou a porta, apertei minhas mãos com ódio.

Sempre vai ser assim? Ele nunca vai confiar em mim?

Me enfiei no meu quarto, tranquei a porta me cobrindo com a coberta, deixei todas as mágoas saírem em lágrimas.

Acordei com meu despertador tocando, olhei o relógio, era seis e meia, mandei uma mensagem pra Marina perguntando se podia levar o carro mais tarde e voltei a dormir.

Martin, não seja burroOnde histórias criam vida. Descubra agora