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-Senta ai.- Dei espaço pra ele em uma cadeira, limpei o chão com cuidado.

-Tava em sessão?- Concordei. - Você tem uns minutinhos?

-Tenho sim... vou começar a ajudar as meninas la em baixo.- Me sentei de frente a ele.- Diga.

-Desculpa por ontem... eu não devia ter brincado daquele jeito.- Concordei jogando as luvas e o pano no lixo.- Você ainda ta bravo comigo?

-Nao... eu só fiquei chateado... eu realmente quero que isso funcione Félix, eu quero ter coisa seria com você, quero te chamar de meu.- Felix suspirou.

-Temos visões distintas de relacionamento... Não é por que estamos juntos que você se torna minha propriedade.- Suspirei me sentando, ele passou a mão na minha.- Você precisa entender que nós podemos viver muito bem sem esse peso todo de termos que ser um do outro, a gente pode ser monogâmico, mas de jeito nenhum possessivos.- Abaixei minha cabeça, é tão difícil lidar com gente que tem a cabeça aberta demais.- Se você acha que nós não podemos ficar com outras pessoas tudo bem, eu concordo.

-Félix, eu quero ser só eu e você, ponto final.

-Eu entendi.- Ele se levantou sentando no meu colo.- Só que, a gente não precisa ficar com ciume abusivo hm? Eu não tenho dono, eu tenho um namorado.

-Tudo bem.- concordei puxando ele pra mais perto.- Então eu sou seu namorado?

-É sim... você quer namorar comigo?- Concordei sorrindo. - Lindinho.- Ele beijou minha boca, aqueles lábios tocando nos meus.- Vamo comer? Eu estou morrendo de fome, vim direto do trabalho.

Arrastei Félix pra um restaurante que tinha ali perto.

-Félix. - Ele me encarou.- Você não pode transar de jeito nenhum?- O rosto dele ficou vermelho.

-Por que você não pergunta coisas normais? Tipo "Félix como foi seu trabalho hoje?" "Félix você quer ir comigo ao cinema?"- Dei risada vendo o jeitinho dele de reclamar. - Eu posso dar meu cu tranquilamente.- a voz dele saiu baixinha no meu ouvido, sorri o olhando.- Mas eu não quero.

-A não!- Empurrei o ombro dele.- Eu quero muito transar com você...- Deitei minha cabeça no ombro dele.- Lá no clube, to afim de testar uns brinquedos novos.

-A gente pode... ficar um pouco sem falar disso? Sabe, viver outros momentos que não sejam só sobre isso?- Olhei ele, Félix parecia incomodado.- Eu adoro fazer sexo com você Martin, mas esse não é o motivo por eu estar com você.

-Me desculpa...- Segurei a mão dele.- Eu... não tinha percebido isso.- Beijei a bochecha dele.- Sobre o que você gostaria de conversar?

-A gente pode falar sobre como a gente ta... eu estou feliz porque agora estou namorando.- Ele sorriu.- E porque conversei com o pessoal do meu trabalho e a galera vai passar a me chamar pelo nome social.- Sorri olhando ele.

-Amor isso é incrivel!- Abracei ele, meu corpo grudado no dele passava uma sensação de paz.- Eu estou tão feliz por você.

-Obrigado.- Ele sorriu passando a mão no meu braço.- E você?

-Eu so tenho coisa pra falar do clube, e eu acho que comi um bolo seu de manhã. - Ele deu risada, sua cabeça encostada no meu ombro.

A maneira como ficamos íntimos, como sabemos tudo um sobre o outro, como somos nós mesmos, me agrada tanto, me transforma em algo feliz.

- Oi!- Lucas se sentou ao nosso lado, Pedro sorriu nos cumprimentando.- A gente veio na loja de disco e por um acaso vimos vocês, como estão?

-Bem.- Sorri, Felix segurou minha mão. - E você? Como está?

Martin, não seja burroOnde histórias criam vida. Descubra agora