Contei cada segundo do meu relógio, esperei ansiosamente pelo horário de ir embora, queria me desculpar de verdade com o Felix, agora que estou mais calmo, de cabeça fria.
Subi as escadas feliz, finalmente meu turno acabou, dei uma batidinha leve na porta, abri escutando um gemido, procurei Felix na mesa e no cavalete.
A surpresa foi tremenda ao ver uma jaula no meio da minha sala, Felix dentro dela completamente preso, gemendo baixo e abafado pela mordaça, algemas que o impossibilitavam de se movimentar, completamente pelado.
Fechei a porta me aproximando, me sentei na frente dele tentando concretizar que aquilo era real, baba escorria no rosto dele, eu podia jurar que estava em um sonho.
—Félix... que caralhos você...— Felix tremeu inteiro, suspirei tentando passar a minha mão na grade da jaula, tirei a mordaça dele.— A onde tá a chave?— Felix empinou a bunda, revirei os olhos.— Félix é serio, eu estou cansado.
—Ta na....— Felix gemeu baixinho, tentou controlar a própria respiração. — Minha... bu... ceta.— Arregalei os olhos, ele só pode estar ficando maluco.
Me levantei dando a volta na jaula, era pequena para Felix, a bunda ficava prensada na grade, tentei abrir um pouco das pernas dele, Félix forçou um pouco, um vibrador começou a sair, puxei o vibrador, ele gemeu apertando o chão da jaula.
—Você é maluco.— enfiei um dedo, senti a chave, dei um suspiro, Félix não estava brincando, enfiei outro dedo tentando puxar aquele objeto, ele deu um gemido.— Felix como eu vou tirar isso de você!?
—Ta doendo...— A voz dele saiu chorosa, tirei meus dedos.— Ahh ta doendo Martin...— Procurei pelo que ele estava clamando de dor, olhei para o chão da jaula, lotado de tachinhas pontiagudas, suspirei.
—Força Félix, eu não consigo tirar com meus dedos.— Ele forçou, deu um gemido desesperado, tentei enfiar meu dedo de novo, senti a chave mais próxima, enfiei outro dedo, estava tentando de alguma maneira tirar a chave de dentro dele, mas estava tão escorregadia que era impossível.
Quando finalmente consegui, Felix já estava chorando desesperado, me levantei olhando a chave toda melecada, suspirei abrindo o cadeado, ajudei ele sair de lá, varias tachinhas estavam grudadas nos joelhos dele, tirei uma por uma com cuidado.
—A onde você arrumou essa jaula?— Félix me abraçou tentando parar de chorar, estava começando a ficar preocupado.
—O Bruno me emprestou... mas ele colocou esses negócios no fundo, e depois que me prendeu ai dentro enfiou a chave e um vibrador na minha vagina.— Suspirei fazendo carinho na cabeça dele, Félix parecia mal com o que tinha acontecido, claramente aquilo não era o que ele esperava.
—O Bruno não pensa?— Perguntei irritado, dei um chute na estrutura.— Para de fazer as coisas sem me perguntar Felix... por favor.— Ele abaixou a cabeça concordando, procurei pelas roupas dele, as encontrei em cima da mesa.— Se veste, vou falar com o Bruno.
Ele concordou me soltando, sai da sala, bati na porta dele, Bruno abriu, estava só com a calça de couro, percebi que estava bastante suado, olhei pra dentro do quarto, contei cinco pessoas peladas, revirei os olhos.
—Preciso conversar.— Minha voz saiu autoritária, ele fechou a porta atrás dele.— Você é maluco?
—Se vai me ofender eu vou voltar pra la.— Ele demonstrou irritação e impaciência, senti um cheiro forte de álcool. — O que você quer Martin?
—Prendeu Felix em uma jaula?— Ele colocou a mão na boca, deu uma risada abafada.— Cara, você é maluco?— Bruno deu de ombros.
—Ele que me pediu Martin, disse que queria surpreender você.— Ele parecia sincero, suspirei concordando, mordi minha boca, esses dois vão me deixar maluco.— Posso voltar?— encarei ele, Bruno olhou nos meus olhos, engoliu em seco.— Se você não namorasse, eu roubaria um beijo seu.— Suspirei saindo de perto dele, ouvi uma risada.— Ate mais Martin.
Entrei na minha sala, Felix já estava vestido, suspirei olhando tudo em volta, estava uma bagunça, lubrificante e camisinha esparramado... espera? Camisinha usada? Peguei o plastico na minha mão, olhei ele.
—Eu posso explicar...— A voz dele saiu baixa, acho que a essa altura ele nem tinha voz mais.— Bruno e Natasha estavam fudendo aqui... eu sai por cinco minutos pra ver o arthur e o sub dele, quando voltei eles estavam se comendo.
—Não mente.— Ele revirou os olhos, taquei a camisinha no lixo, que nojo, a onde essa galera coloca a dignidade?— Está me dizendo que enquanto eu trabalhava tinha dois putos transando na sua frente?— Felix coçou a cabeça.— É absurdo mesmo... Vamos cara, eu estou com sono.
—Não sentiu nada em me ver preso?— Ele perguntou curioso, revirei os olhos, Félix sempre faz isso, age como se eu fosse o dono da razão e depois quem se sente culpado sou eu.
—Félix, outro dominador tocou em você, colocou uma chave na sua buceta, saiu e te largou aqui... era pra eu fazer isso, essa é a parte excitante!— Puxei o rosto dele até estar próximo ao meu.— Vou me certificar de fazer bem pior do que o Bruno, mas por favor, vamos ir pra casa.
Félix concordou se espreguiçando, arrastei ele pelo clube, estava quase tudo fora do lugar, sinceramente? Não quero nem saber quem vai limpar tudo isso.
Subi na moto, Félix subiu atrás, pilotei até em casa, estava morrendo de sono e cansaço, só queria um banho bem quente e uma cama gostosa e macia.
Abri o apartamento, entrei me sentindo aliviado, abri a geladeira pegando uma água gelada, Félix se jogou no sofá, fechou os olhos suspirando.
—Vai pra cama, eu vou tomar um banho e dormir... não to afim de te carregar.— Ele concordou se levantando, encarei a bunda dele, mesmo na calça ela era enorme.— Félix...— Ele me encarou.— Que bundão enorme.
—Para Martin!— Ele me repreendeu entrando no quarto, dei risada pegando meu telefone, encarei as notificações.
Quinze chamadas perdidas do Lucas.
Entrei no WhatsApp, mandei uma mensagem, recebi a resposta na hora.
—Vem me buscar Martin.— A voz dele saiu autoritária no áudio, um pouco baixa por conta do horário, suspirei, já eram quase quatro da manhã. — Eu e o Pedro brigamos.
—Vai desbrigar então, não posso ir ai hoje.— Mandei a mensagem sem o menor remorso, tá na hora de eles se resolverem sozinhos, parecem crianças birrentas.
—Martiiiin.— Ouvi uma mini birrinha no áudio, dei risada da maneira exagerada como ele pronunciou o meu nome.— Eu estou de vela pra ele e pro namoradinho novo.— Arregalei os olhos escutando a parte do namoradinho novo, minha fanfic foi por água abaixo.
Suspirei desligando o telefone, nem fudendo que eu vou buscar o Lucas de madrugada na casa do namoradinho dele que namora com outra pessoa.
Tirei minha roupa entrando no banho, nunca me senti tão feliz com uma água quentinha caindo no meu corpo, tomei um banho demorado, meus músculos se relaxaram diante da água.
Sai do banheiro, entrei no quarto, Félix estava deitado, me joguei do lado dele, pelado mesmo, estava com preguiça de procurar uma roupa.
—Olha só...— Ele me mostrou a tela do celular, encarei o vibrador que estava sendo exibido pelo anúncio. — Vou comprar.
—Félix, a gente já tem um monte de vibrador aqui...— Ele beijou minha bochecha.— Que foi?
—Te amo.— Senti meu rosto queimar, peguei a coberta me cobrindo.
—Também te amo.— Félix sorriu, me encarou, subiu em cima de mim, senti seu corpo roçando o meu.— amor eu estou com sono...
—Eu sei.— Felix não se moveu, deu um sorriso apertando meu mamilo esquerdo, dei um gemido baixinho.— Eu só...— Felix gemeu, dei risada apertando o peito dele.— Filho da puta...
—Vingança, agora me deixa dormir...— Ele desceu do meu colo, fechei meus olhos tentando dormir.— Perdi o sono.
—Que tristeza.— Felix deu risada.— Ainda bem que eu estou com sono.
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Autor: Estou com sono? Sim, mas definitivamente não vou dormir.
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Martin, não seja burro
RomanceDepois de investimentos em uma empresa falida e uma péssima visão de futuro, Martin se ve obrigado a abrir seus fetiches para o mundo e os explorar em troca de dinheiro, o que antes era um simples hobby passa a torná-lo Sr. Martin em tempo integral...