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—Se acalma Zuri!— Estava tremendo todo, tentando acalmar a Marina, a coitada não parava de gritar, ela apertava minha mão com força, encarei Camila.

—Marina, respira... já tá com seis dedos... tem que esperar.— Ela começou a chorar, suava sem parar.

Faltavam duas semanas para o dia previsto para o parto, quando de repente Marina me ligou desesperada no meio da noite, Felix e eu estávamos tomando banho.

Escutar as palavras: "Minha bolsa estourou e eu estou com dor", me apavoram, na hora eu não raciocinei e na minha cabeça, marina quis dizer: "eu estou morrendo"

E agora já fazia quase duas horas que estávamos no hospital esperando pra dilatação acontecer.

Camila estava nos acompanhando, liguei pra ela desesperado falando que Marina estava literalmente perdendo o bebê, a coitada veio parar de pijama no hospital, talvez eu tenha exagerado um pouco.

—Olha de novo.— Marina começou a chorar mais, Camila suspirou olhando, fiquei com dó dela, parecia estar sentindo muita dor.

—Está dilatando rápido Marina, acredito que em umas duas ou três horas você vai estar pronta.— Marina apertou minha mão com mais força, as contrações pareciam cada vez mais constantes, ela não parava de chorar por nenhum segundo, Félix estava do lado de fora, junto estavam o Lucas, o Bruno, Natasha, a mãe e o irmão da Marina, ela só autorizou a minha entrada.

Peguei meu celular mandando uma mensagem para Félix, recebi emojis aleatórios e uma foto deles esperando, respirei fundo guardando o celular.

—Você consegue levantar?— Camila perguntou olhando a Marina, ela concordou limpando o rosto, ajudei ela a se levantar, a médica caminhou com ela até o banheiro, escutei um choro baixo, meu coração ficou apertado, andava de um lado para o outro desesperado, quando é que esse parto vai acontecer?

Escutei meu telefone tocar, atendi meio desesperado.

—Oi Martin. — Ouvi a voz da minha mae, respirei fundo tentando me acalmar.— A Marina já entrou em trabalho de parto? Félix me avisou.

—Entrou... estamos esperando, não posso ficar no telefone mãe. — Desliguei sem remorso, me aproximei do banheiro, escutei um barulho de chuveiro, abri a porta curioso, Camila estava ajudando Marina a ficar agachada, ela tremia um pouco, tentando respirar fundo.— Precisam de ajuda?— Camila concordou, entrei no banheiro.

—Segura ela Martin, vou pedir para já deixarem a sala de parto pronta.— Segurei o braço da Marina, camila saiu do banheiro.

—Doi tanto...— Ela apertou meu braço, me agachei ao lado dela, Marina estava com o rosto todo molhado.— A Zuri é enorme Martin... ela vai me rasgar.— Dei uma risada abafada, ela tentou rir mas não conseguiu, estava nervosa.— E se... eu não conseguir parto normal?

—Vai sim Marina...— Ela se apoiou em mim tentando levantar, a ajudei com cuidado.— E qualquer coisa a Camila é uma ótima médica.

—Desliga o chuveiro e me leva pra maca por favor?— Concordei desligando o chuveiro, peguei uma toalha, tentei secar ela com cuidado, levei a Marina pra maca, deitei ela com toda a cautela que eu conseguia, fiquei com medo de ela cair.

—Abre as perninhas Mari.— Ouvi a camila falar, Marina obedeceu, ela examinou.— Tá quase... tá com oito dedos, vamos pra sala de parto tá?— Marina concordou respirando fundo, tentava controlar a respiração e eu ficava com cada vez mais dó dela.— A gente vai aplicar um pouco de anestesia e...

—NÃO!— Marina gritou apertando minha mão com força.— Como eu vou parir com anestesia?— Camila deu uma risada empurrando a Maca, um enfermeiro veio nos ajudar.

Martin, não seja burroOnde histórias criam vida. Descubra agora