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Lucas ficou me atrapalhando a sentar, ele sentou ao lado do Félix, olhei as cadeiras que sobravam, um ao lado do velho rabugento, corno, desgraçado, e a outra era longe de tudo e todos, olhei Lucas, ele sorriu sapeca.

Me sentei ao lado do velho, ele me encarou, estava comendo carne.

—Você come? Ou é igual a Carol cheio de frescura?— Ele perguntou me olhando, sorri pegando um pedaço, parecia tão suculenta.— Pelo menos nisso você não é delicado.— Ele olhou Félix e depois me olhou.— Você pretende casar com a minha filha?— Engasguei com o pedaço de carne, o que esse velho chato quer saber?

Me desenguasguei depois de enfiar quase um copo inteiro de refrigerante goela a baixo, quando finalmente voltei a respirar encarei ele.

—Acho que sim...— Cocei a cabeça.— Isso depende dela.— Encarei Félix, ele dava risada conversando com o primo.— Por mim sim.

—A Carolina não é mulher pra casar.— Ele me encarou de cima abaixo.— Mas algo em você me diz que você presta, eu não entendo essa palhaçada toda de cabelo pintado e essas roupas horríveis... e eu não suporto o fato de que aquele menino surgiu sem ser em um casamento. — Ele olhava os dois.— Mas se for pra fazer ela sofrer, larga mão. — Ele me olhou bem no fundo dos meus olhos.— A Carolina não merece mais um cafajeste na vida dela.— Concordei olhando ele, no fim das contas o velho não era de todo ruim.

—Eu não vou machucar ela... eu fiz um pacto com o Lucas.— encarei ele.— Precisa ver como esse moleque protege a mae, é um carinho tão grande, um amor sabe?— Ele ficou quieto, não esboçou nenhuma reação.

Félix se levantou, veio até nós, fez de novo aquela coisa de colocar a mexa atrás da orelha, ajeitou a camiseta.

—Amor, você quer alguma coisa?— eu neguei olhando ele.— tem certeza?— Concordei, Felix foi ajeitar a calça, o corpo tremeu inteiro, ele ficou pálido quase transparente.

—Que foi?— Perguntei me levantando, Félix apertou meu ombro desesperado.— Amor?— Ele mexeu um pouco a perna dando um gemido baixo.

—O piercing...— a voz dele saiu sussurrada, puxei Félix com cuidado pro canto da varanda, ele tentou ajeitar a calça sem chamar muita atenção, fiquei tampando ele.— Eu nunca mais uso calça sem calcinha.— encarei ele, Félix já estava mais relaxado.

—Como é que é?— Dei risada.— Você tava esse tempo todo sem calcinha?— Ele concordou corado, beijei o pescoço dele.—Você não cansa de ser uma puta?— Felix apertou meu braço.

—Amor, não fala isso aqui.— Olhei ele.— Eu vou procurar por...

—tem uma calcinha no porta luvas do carro.— Falei baixinho encostando ele na parede.— Só que é daqueles fio dental bem chamativa que tem escrita em metal na parte de trás.

—Ai mentira.— Ele deitou a cabeça na parede.— O que ta escrito?— Dei de ombros, Felix suspirou saindo de perto, me virei como se nada tivesse acontecido, reparei que o Cristian ficava me encarando.

—Qual foi?— Ele se apoiou na parede, no mesmo lugar do Felix.— Já teve muitas namoradas antes da Carol?— Encarei ele.

—Não muitas, e você? Tem namorada?— Ele deu risada.

—Namoro é pra quem quer dor de cabeça, já fui casado.— encarei ele sem saber o que dizer, era meio óbvio que ele tinha se casado, arrumado gêmeos, a mulher não suportou, ele foi embora e pega os filhos nos finais de semana pra tirar foto.— É a mãe dos gêmeos sabe?— Concordei dando um risinho, tão previsível. — A gente não deu certo, ela era muito chata.— Concordei me ajeitando um pouco.— Tem filhos?

Martin, não seja burroOnde histórias criam vida. Descubra agora