Capítulo Três

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"Não precisa disso, Catarina." - sussurrou Vinicius em meu ouvido.

"Eu faço questão Vini, foi falta de atenção minha." - insisti.

"Beleza então."

Analu foi dissipando toda aglomeração que se formou ao nosso redor e guiou nós três até sua cozinha. Vinicius não saia de meu lado, pelo apelido, e vestes, era nítido que ela era envolvida. Assim que chegamos a área de serviço Lúcia me mostrou alguns produtos e disse que podia pegar o secador em seu quarto, cujo Souza já conhecia o caminho. Com muito custo ela conseguiu levar Vinicius com ela, nos deixando a sós.

"Me desculpa..." - falei finalmente. - "Pelo esbarrão. Eu estava distraída." - ela assentiu, mas permaneceu em silêncio.

"Não vai pedir minha blusa?" - perguntou. Maneei a sobrancelha sem entender e ela sorriu. - "Pra limpar pô. Não tamo aqui pra isso?"

"Ah sim! Claro, eu... você pode... tirar ela." - pedi e ela sorriu mais.

Por Deus, pare ou não vou me concentrar! - supliquei em mente.

Sua blusa foi erguida lentamente, como se fosse pirraça, prendendo minha atenção, meus olhos arrastando-se por toda extensão do seu tanquinho definido e coberto de tatuagem, seus seios medianos estavam cobertos por um top preto, o cós da cueca box CK estava amostra.

Tudo nela chamava minha atenção, prendia meu olhar; aquele formigar na ponta dos meus dedos, o calor repentinamente surgindo, os pensamentos...

"Pega." - estendeu a camisa nas mãos. Engoli em seco e a peguei.

Ela se escorou sobre a segunda pia da área, cruzou os braços e ficou me observando enquanto tentava focar em meu trabalho, sentia minhas bochechas quentes, seu olhar intenso me desconcentrava, como se o ar me faltasse.

"Cê é de onde, mina?"

"Moro perto da Igreja Batista, no final do morro." - respondi ainda sem olhá-la, não conseguiria nem se tentasse.

"Hum, sei onde é."

Permanecemos em silêncio novamente até que eu acabasse de limpar todo glacê rosa de sua blusa, ela me guiou até o quarto de Ana Lúcia e me entregou o secador que estava em cima da cama.

"Cê é irmã da igreja mermo?" - perguntou de repente.

"Sou." - o estalar de sua língua chamou minha atenção, parecia levemente desapontada.

"Uma pena."

"Por quê?" - perguntei confusa.

Não tinha notado o quão próxima ela estava, talvez evitar olhá-la não tinha sido uma ideia tão boa assim, quando percebi, ela estava tão perto que podia sentir todo meu corpo vibrar com o calor que emanava de seu corpo.
Seu indicador se ergueu até meu queixo e o ergueu até que pudesse encara-la, já que ainda evitava olhar em seus olhos; sentia como se fosse cair a qualquer momento, as pernas trêmulas e frágeis, meu peito subia e descia vagarosamente, em contrapartida meu coração bombeava tão forte que podia escutar suas batidas nos fundos dos meus ouvidos.

"Porque é um grande desperdício uma lora tão linda não poder fazer nada." - sussurrou perto de meu rosto.

"Me acha linda?" - perguntei sem pensar.

As Cores do Seu Amor - Livro II | Trilogia Amor De bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora