O táxi me deixou na principal, há uns metros da favela, normalmente não passavam mais que isso dessa área, os traficantes tinham a terrível mania de dar sustos nos motoristas.
Paguei a viagem, agradeci e saí do automóvel.
Na entrada do morro os vapores me cumprimentaram com um aceno de cabeça, sorri em resposta e segui caminho subindo a ladeira extensa em direção a minha casa.
Não passava das 21h00min, a rua ainda estava movimentada, provavelmente o culto já estaria terminando; meu "passeio" tinha sido apenas a viagem de ida e volta de carro, pois o que deveria ser um encontro entre amigos divertido no shopping se tornou o pior momento do meu dia.Mas não queria por nada me lembrar daqueles instantes, se pudesse apagar da minha memória esse reencontro o faria.
Precisei parar no meio da ladeira para respirar e recuperar o fôlego. E nessa pausa avistei Ana e Playboy de longe, acenei para ambos que mudaram o caminho vindo em minha direção.
"Coe, tudo de boa?" - perguntou playboy assim que se aproximou, fez um toque em minha mão e sorriu.
"Tudo tranquilo por aqui."
"Iai amiga, que saudade." - disse Analu quase me esmagando com um abraço de urso.
"Vai me matar desse jeito." - zombei em seu ouvido e ouvi sua risada.
"Tava por onde?"
"Ah, um encontro que não deu muito certo."
"Encontro é? A Souza tá sabendo disso?" - perguntou playboy com deboche e um sorriso sacana no rosto. Revirei os olhos e sorri sem graça.
"Eu e a Souza não temos nada, playboy."
"Vo conta pa ela." - ameaçou em tom de brincadeira.
"Tá querendo empacar os esquemas da mina, filho?" - perguntou Ana também brincando.
"Vocês dois são insuportáveis sabia?" - ambos gargalharam e acabei me juntando.
"Mas Iai, tá indo pa onde agora?"
"Casa, descansar."
"Bora subir junto então, tamo indo pra casa também." - ofereceu playboy.
"Beleza."
Playboy passou os braços por meu ombro e o de Ana ficando em nosso meio, subimos o resto do morro conversando e brincando como três crianças. Duas no caso, ele e a Ana, eu era o motivo da piada, eu e a Souza, já tava de saco cheio de tanta zoação, os dois insistiam que nós duas ia dar em algo, que a Amanda só vivia irritada e suspirando pelos cantos, pensando em algo, ou alguém, que eles suspeitam ser eu.
Du-vi-d-o-do!
A Amanda tava muito bem sem mim, vivia subindo e descendo com Raquel na garupa, pelo que minhas fontes - vulgo Maria fofoqueira e Marcelle compartilha histórias - me contaram. Ela só queria alguém a mais pra por na fila de peguetes dela, aquele papo que tivemos quando recebi sua carona não me enganou, já entendi o joguinho ridículo dela.
"Vai dar problema cês duas, tô te falando pô."
"Não vai dar nada playboy, Souza tá com Raquel e eu não quero me meter nessa história." - suspirei e revirei os olhos.
"A Raquel é puta amiga, tá com um e outro, não existe 'história' delas." - disse fazendo aspas na palavra.
"Falando no diabo."
Instantaneamente paramos - ou apenas eu - e olhamos ao redor - novamente, apenas eu -, de um beco qualquer saia Amanda em sua moto, sozinha, vestia uma bermuda casual preta deixando à mostra o cos da cueca CK, um top da mesma marca preto e um boné virado pra trás.
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As Cores do Seu Amor - Livro II | Trilogia Amor De bandido
Romance¡AVISO! Aos novos leitores, não é necessariamente obrigatório a leitura de "Amor de Bandido Part. I" para entender o enredo dessa história, apesar de conter a mesma base, serão livros distintos. Ps.: Porém, recomendo que leia todos, são incríveis...