Capítulo Trinta e Três - Part. I

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Eu estava com os nervos à flor da pele. Seria uma noite de muitas novidades. E, se Deus quisesse, de muita felicidade.

Já passava das 15h00, as empregadas já tinham ido embora e eu só estava voltando para casa agora, coincidentemente assim que estacionei o carro Mafê desceu de uma moto em frente a minha casa. Ela pagou ao motoboy e veio em minha direção.

"Oii!" - disse assim que nos aproximamos. Mas foi somente nessa hora que notei sua expressão.

"Preciso de ajuda."

(....)

Fechei a porta atrás de mim e segui em sua direção. Tínhamos ido até a lage para ficarmos sozinhas e assim ninguém nos ouvir, apesar de ter deixado claro que Amanda estava provavelmente hibernando no quarto, Maria insistiu que fosse assim.

"O que foi? Você tá me matando com esse suspense todo." - perguntei assim que cheguei nela.

"Eu estou grávida."

"Como?"

"Minha menstruação atrasou esse mês e eu não estranhei nem nada porque ela nunca foi muito certinha, mas eu senti alguma coisa dentro de mim e pela primeira vez na vida fiquei assustada com o atraso dela. Então fui na farmácia escondida e comprei um teste e fiz em minha casa, deu positivo nos primeiros minutos, eu não acreditei então voltei e comprei mais quatro." - ela se virou para mim e me segurou pelas mãos. - "Catarina, fiz oito testes e todos deram positivo!"

"Isso é bom, não é? Filhos são bençãos!" - sorri confusa. Ela definitivamente não parecia feliz com isso.

"Bom? Está louca? Eu sou muito nova, não queria isso agora."

"Vocês se protegiam?"

"Sim, claro, mas não era sempre, eu fazia tabelinha. Cat, desde meus 14 anos eu faço tabelinha, nunca deu errado."

"Mari, não é assim que funciona, quando tem que vir, vem. Isso está fora de nosso controle, Deus escolhe nossos destinos."

"Catarina, não preciso de pregação agora."

"Então pra que veio me procurar?"

"Eu fiz o beta, fiz hoje de manhã. Não queria pedir para as outras meninas olharem porque sabia que elas fariam um estardalhaço e provavelmente Matheus descobriria."

"E o que te faz pensar que eu não vou fazer um estardalhaço? Maria eu amo crianças." - ela pareceu exitante e então me soltou, suspirando.

"Por que se eu não quiser contar agora eu sei que você vai respeitar minha decisão." - disse com sinceridade.

Aquilo me tocou, mais do que imaginei que poderia. Eu já estava melancólica e o dia prometia ser cheio de emoções.
De todas as amizades que tinha feito ao longo daquele ano, Mafê era a que eu considerava a menos íntima. Ela tinha aquele jeitão de fodona, de mulher segura e extrovertida, e eu me sentia menina demais perto dela, como se, eu sendo o completo oposto dela não me fizesse boa o suficiente para ser sua amiga. Mas, sendo sincera, não era assim que acontecia. Maria Fernanda tinha uma personalidade marcante mas nunca me tratou diferente, nunca foi arisca ou ofensiva comigo, muito pelo contrário, me abraçou e me protegeu como se nos conhecêssemos há décadas.

Estava claro que não éramos o tipo que demonstra o tempo inteiro o carinho que sentíamos uma pela outra, mas também era nítido que havia algo forte ali, como com Ana e Vinícius e Marcelle.

"Não é pra chorar Catarina, foco!"

"Ok, ok." - disse fungando.

Peguei o papel de sua mão e abri. Meu peito batia acelerado, mas provavelmente nem se comparava ao dela. Não tinha intenção de fazer suspense, assim que abrir o envelope fui direto para a parte importante.

As Cores do Seu Amor - Livro II | Trilogia Amor De bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora