Capítulo Vinte - Part. II (final)

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Horas antes

"GERAL LOCALIZA A SOUZA, AGORA!"

Gritou playboy no radinho.

Normalmente não fico com o aparelho próximo a mim dentro de casa, fica na minha penteadeira ao lado da cama ou sobre e mesa na sala, é muito difícil me chamarem quando estou em casa, mas aquela noite em específico me ocorreu de entrar em casa e ir direto pro banheiro tomar banho, deixando o radinho e minhas roupas sujas no chão.

Empurrei o vídeo do box confusa e encarei o objeto no chão, coberto pelas roupas.

"Vi ela entrando em casa, chefe. Vo encostar lá."

Respondeu outro alguém. Busquei a toalha no suporte e me enrolei rapidamente, em menos de dois minutos alguém bateu na porta no andar de baixo.

"DIZ QUE TÔ ME VESTINDO!" - gritei pra qualquer um que escutasse e fosse abrir a porta. - "Coe playboy?"

"Desce voando menor, a mãe de Catarina tá descendo o cacete nela."

"Puta que pariu, menor."

Não sei importância em responder, corri banheiro a fora, escolhi qualquer roupa no guarda roupa, grudei minha pistola na cintura juntamente ao radinho e fui até a cama.

"Quando voltar quero tu fora daqui." - anunciei para Raquel que estava deitada em minha cama.

"Como assim, amorzinho? Nem fizemos nada ainda." - disse com a voz enjoada.

"METE O PÉ RAQUEL!" - gritei já em direção a porta.

Ouvi seu resmungo mimado e sai do quarto, desci as escadas correndo e encontrei minha tia e um vapor na sala.

"Tá maluco rapa? Tá entrando armado na minha casa com minha coroa aqui?" - ele arregalou os olhos e colocou o fuzil para trás do corpo numa tentativa ridícula de esconder aquela arma enorme. - "Mete o pé fi, já recebi o recado."

Não esperou uma segunda ordem e saiu correndo pra fora da minha casa.

"Não precisava falar assim, sabe que já me acostumei com isso, Amanda. O que aconteceu?"

"Um bo ai que vou resolver."

"Tome cuidado, por favor."

"Não se preocupe." - despejei um beijo em sua testa e sai de casa.

Liguei a moto, mudei a marcha e acelerei avoada pra fora de casa, buzinava repetidas vezes para todos sairem da minha frente, acelerava o máximo que podia, e não podia, e quando me aproximei da rua que há algumas horas estava já notava a diferença.

Os gritos se arrastavam por toda rua, os fofoqueiros cochichavam e observavam a entrada da casa como se estivessem assistindo um filme em estreia. Maria e Ana estavam do lado de fora aos prantos, chorando de soluçar. Quando me aproximei, estacionando a moto de qualquer jeito na calçada, Ana correu em minha direção e me puxou pelos braços em desespero.

"Amanda pelo amor de Deus, ela vai matar a Catarina!" - disse embolado, entre lágrimas.

"Não sai daqui pô, fica ai." - ordenei e passei pelo portão da casa, indo em direção a entrada.

Lá dentro estavam dois senhores que entendi serem os pais de Vinicius, que também estava lá, os três discutiam desesperados com o pai de Catarina, playboy tinha acabado de passar por eles e subir as escadas, sumindo pelo corredor.

Não me dei ao trabalho de me apresentar ou cumprimentar qualquer um, passei por eles tão rápido quanto pude e corri escadas acima. Playboy já estava na porta do quarto, batia, esmurrava, chutava, mas a madeira parecia nem se mexer. Os gritos desesperados de Catarina arrepiaram todo meu corpo, num ato impulsivo, afastei playboy, puxei a glock que pendia em minha cintura e disparei na maçaneta, travei a arma novamente e guardei, me afastei um pouco peguei impulso e chutei a porta com toda força que podia.

As Cores do Seu Amor - Livro II | Trilogia Amor De bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora