Capítulo Vinte e Oito

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Três meses.

Noventa dias de recuperação e no mínimo sessenta dias sem qualquer esforço físico.

Essa tinha sido a ordem médica dada à Amanda.

Desde aquela noite terrível a ideia de ir embora daquela casa tinha se tornado uma impossibilidade, algo banal. As semanas passaram e aos poucos tudo foi se normalizando, fui me acostumando com aquela minha nova realidade. A faculdade começou e minha licença médica já tinha acabado há muitos dias atrás.

Meu dia começava cedo e terminava tarde.

Aos finais de semana me esforçava ao máximo para conseguir dar atenção a Amanda e no restante das horas estudava o máximo que conseguia.
Era uma rotina exaustiva, mas era o que eu queria.

Era sexta-feira à noite, estávamos de recesso na faculdade devido a época de festas. E era noite das garotas. Nos juntamos todas na casa de Ana para fazermos uma reunião entre meninas, com direito a pipoca, filme e fofoca.

"Vamos fazer o que agora?" - perguntei sentando na ponta do foda retrátil.

"Vamos jogar um jogo de espíritos." - pediu Marcelle, com um sorriso assustador no rosto.

"Não, morro de medo dessas coisas." - retrucou Ana Lucia.

"Que tal um filme?"

"Não cat, vamos brinca de verdade ou desafio." - disse Maria, sem realmente perguntar, apenas afirmando.

Ela se levantou sem muitas delongas, correu até a cozinha e voltou com um balde cheio de longe neck's. Ela se sentou no chão, pondo o balde em sua frente e abriu uma garrafa entornando todo o líquido em poucos segundos, depois colocou a garrafa vazia no chão, deitada, e bateu no piso ao seu lado.

"Vamos, estão esperando convite por escrito?" - ironizou.

Prontamente nos levantamos e sentamos uma de frente para outra formando uma roda, cruzei as pernas me aconchegando na posição e observei atentamente ao que falavam.

"Toda mundo sabe, né? Tu escolhe verdade ou desafio, a cada duas verdades você precisa fazer um desafio, quem se recusar tem que virar uma garrafa inteira." - explicou Maria.

"Já vi que valo ficar bebinha." - zombou Ana, já pegando a garrafa e girando no meio da roda.

Caiu entre Marcelle e Maria.

"Verdade ou desafio?" - perguntou Marcelle.

"Desafio."

"Desafio você ficar trinta segundos de cabeça pra baixo enquanto bebe um shot."

Maria estreitou os olhos mas sorriu desafiadoramente. Marcelle se levantou e correu até a bancada onde encontrou uma garrafa de tequila e copos perfeitamente arrumados a outras bebidas e comidas sobre a mesa. Encheu um copo pequeno típico de shot com o líquido alcoólico e voltou para Maria, que já estava posicionada para fazer a manobra.

Maria deu um impulso no chão ficando de cabeça para baixo na famosa "bananeira" e esperou até Marcelle desejasse o líquido em sua boca, o timer começou a rodar e contamos juntamente a ele. As bochechas rechonchudas de Maria começaram a ficar vermelhas enquanto ela espremia os olhos.

"27, 28, 29 e 30!" - gritamos em unisosso. Maria se jogou de qualquer forma sobre para frente caindo sobre nós e gargalhamos alto.

"Sai de cima de mim, pelo amor de deus!" - gritei enquanto ria.

Nos endireitamos e rodamos a garrafa de novo.

Eu e Ana.

"Verdade ou desafio?"

As Cores do Seu Amor - Livro II | Trilogia Amor De bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora