Pânico. Era apenas isso que sentia.
As imagens passavam como vultos, meu coração ecoava alto em meu ouvido. Doía cada vez que batia. Meu coro cabeludo ardia pelos puxões, minha boca estava inchada pelo tapa e minha roupa estava rasgada.
Eu chorava, como uma criancinha, completamente exposta.
"Vamo melhorar essa roupa?!"
"Não, por favor, por favor, me deixem em paz!"
"Rasga a roupa dessa puta aí menor, deixa a Souza usar a imaginação..."
Eu lembrava de cada palavra. Não tinham feito nada, mas prometeram muito. Assim que Souza me visse, ela iria se entregar, e assim tomariam o morro. E que Deus tivesse piedade de mim quando isso acontecesse.
Era esse o preço de amar uma bandida?
Era esse o significado do amor?
Riscos e torturas?
Eles tinham tirado minha saia, me deixando apenas de calcinha, aberto minha blusa social num único puxão rancando junto vários botões. Desceram comigo por todo o morro desta forma, seminua, ao prantos, completamente exposta.
Quando chegamos no topo da ladeira, a mesma que há meses atrás tinha acontecido um outro caso comigo, todos estavam comemorando. Por um segundo, pensei que os rivais estavam errados e iriam perder aquela guerra. Aparentemente, tínhamos vencido.
Mas isso foi só até o tiro ser disparado para o alto e Amanda pôr os olhos em mim.
De imediato ela não teve reação, parecia não acreditar no que via. Eu também não acreditaria, em seu lugar. Eu estava terrível. Chorava aos prantos a ponto de precisar puxar o ar com força para conseguir respirar.
Estava assustada, com medo, envergonhada.
Todos ali estavam me vendo no modo mais vulnerável possível. Vendo o que eu desejava que apenas Amanda visse.
"Achou que tinha acabado, filha da puta?"
Quando Amanda voltou a si, ela nem sequer esperou por ordens. Lentamente retirou a bandoleira da arma das costas e a colocou no chão, depois, a pistola e mais uma outra arma. Ergueu as mãos em sinal de rendição sem desviar os olhos de nós dois.
"Calmae Souza." - reclamou playboy.
"Tá maluco porra? Se fosse a Fernanda teria calma?"
"Fica tranquilo aí vocês dois." - ordenou o homem atrás de mim.
"Dá a garota, menor. Me pega e entrega ela." - pediu Souza.
"Huumm... Será?" - brincou o homem atrás de mim. De repente ele entregou a arma para o soldado ao seu lado, que voltou a posição mirando em minha cabeça.
Eu senti o nó grosso em minha garganta, senti vontade de vomitar, senti vontade de me jogar no chão e berrar como louca, chorando completamente aos prantos. Suas mãos ásperas e grosseiras subiram por minha coxa. Era nojento. Era estranho. Sua pele arranhava a minha, me fazia gemer de desgosto.
"Ela é gostosa pá caralho, Souza." - suas mãos subiram para minha blusa e puxaram o resto dos botões que seguravam a blusa. A blusa se abriu deixando à mostra minhas peças íntimas, uma calcinha fio de renda vermelha e um sutiã da mesma cor e modelo.
Não consegui controlar o grito de dor. Tentei a todos custo fechar a blusa, mas cada vez que tentava ele puxava mais meu cabelo, e eu gemia de dor. Minha cabeça já latejava. Meus olhos ardiam de tanto chorar.
"Eu vou matar você." - disse Amanda, com toda raiva que podia transparecer.
"Não vai não. Sabe por quê? Porque se você chegar perto, eu vou foder com sua mule bem na sua frente, até ela implorar pra eu parar. Ou talvez ela goste. Você vai gostar de ser comida de verdade, putinha?" - ele se inclinou para frente e me olhou nos olhos. Então se aproximou e lambeu minha bochecha.
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As Cores do Seu Amor - Livro II | Trilogia Amor De bandido
Romance¡AVISO! Aos novos leitores, não é necessariamente obrigatório a leitura de "Amor de Bandido Part. I" para entender o enredo dessa história, apesar de conter a mesma base, serão livros distintos. Ps.: Porém, recomendo que leia todos, são incríveis...