Capítulo Dezoito

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"Cat, me desculpa, por favor." - implorou enquanto me seguia pelos corredores.

"Diego, me deixa em paz." - pedi pela enésima vez. Ele acelerou os passos e parou em minha frente.

"Eu fiquei assustado, com medo, não pensei antes de agir. Pô Catarina, foi sem querer."

Eu estava muito chateada, e irritada, mas simplesmente não aguentava mais ele me seguindo por todo hospital. De qualquer forma eu conseguia entender um pouco, Diego era playboy, morava na pista num prédio de frente pra praia, não tinha conhecimento de como era as coisas da favela nem entendia a intimidade que eu tinha com Amanda.

Soltei o ar exasperada, massageei as têmporas com uma das mãos e fechei os olhos com força.

Por Deus, só queria me livrar dele.

"Tudo bem, eu te desculpo. Agora me deixe em paz, por favor." - pedi mais uma vez.

"Só se você topar sair comigo amanhã, como sinal de paz." - ele abriu um sorriso e se aproximou, segui seu impulso e dei um passo para trás também. - "Vamo lá, Cat. Em consideração aos velhos tempos. Se você aceitar eu sumo e só apareço amanhã pra te buscar." - a proposta pareceu tentadora, cruzei os braços e estreitei os olhos.

"Ok. A gente se encontra no shopping, na entrada, às sete." - e sem esperar por uma resposta tornei a caminhar e sai dali, deixando ele sozinho para trás.

Pelo menos ele cumpriu com sua palavra pelo resto do dia até a noite seguinte...

****

Me olhei no espelho e sorri satisfeita com o resultado. Tinha escolhido uma roupa simples, uma saia longa nas cores azul e branca com detalhes florais e uma blusa ciganinha branca, meu cabelo estava solto ondulado e tinha posto alguns acessórios.
Diego tinha acabado de mandar mensagem dizendo já estar a caminho do shopping, por isso, entrei no aplicativo e chamei um carro.

Pela porta soou batidas e logo depois mamãe apareceu no vão do quarto, estava com a feição apática que logo foi transformada em confusão.

"Pretende ir pro culto assim?" - puts, esqueci completamente.

"Não vou pro culto hoje, mamãe." - ela entrou de vez no quarto e se aproximou já irritada.

"Como assim, Catarina? Você vai sim! Já chega dessa sua rebeldia de ficar dias e dias na rua com sei lá quem. Trate de se trocar que estamos com pressa."

"Meu carro chegou, preciso ir."

"Garota você não está me escutando? Você não vai sair daqui pra lugar nenhum a não ser a igreja!"

Peguei minha bolsa em cima da cama e passei por ela ignorando completamente suas ordens, desci as escadas sob seus gritos, passei por papai e despejei um beijo estalado em sua bochecha.

"Onde vai, querida?"

"Ao shopping com um amigo de trabalho, pai. Beijos!" - disse apressada, muito mais para não dar espaço para mais conversa do que por meu carro já ter chegado.

"CATARINA VOLTE AQUI!" - gritou minha mãe.

"Deixe ela, vai sair com um amigo."

"Mas..."

Não ouvi muito depois, passei pela porta e fechei atrás de mim, corri para o carro e seguimos viagem em silêncio até o shopping.

As Cores do Seu Amor - Livro II | Trilogia Amor De bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora