Capítulo Vinte e Seis

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Playboy desceu ladeira abaixo com o carro em alta velocidade parando próximo a nós duas. Ajudei Catarina a entrar na 4x4 e fechei a porta num baque alto quando sentei ao seu lado.

"Quem são?"

"Os gambé."

"Bando de filha da puta." - resmunguei comigo mesma.

Playboy desceu a viela com a maestria de quem conhecia muito bem o lugar, em poucos minutos chegamos à casa dele e descemos às pressas.
Sua mãe já estava andando pela sala com o terço na mão, rezando.

"Ah, glória a Deus!" - disse assim que parou os olhos em Ana e Matheus.

"Mãe!" - chamou Ana, quase em desespero, elas se abraçaram com força e choramingaram uma contra a outra.

Playboy passou direto indo em direção ao seu quarto e segui seus passos, lá dentro ele tirou os acessórios pesados de ouro que carregava no pescoço jogando de qualquer forma na cama e foi até o guarda-roupa.

"Porra só tem o meu aqui Souza." - comentou se referindo ao colete.

"A gente pega um pra mim na mão de algum menor, relaxa." - ele assentiu sem responder e passou por mim, saindo do quarto.

"As armas tão no porta malas."

Ao passar pelas mulheres ele parou em cada uma depositando um beijo estalado na testa, Ana, sua mãe e Maria.

"Toma cuidado." - sussurrou Maria. Ele assentiu, suspirou e saiu porta a fora.

Catarina veio até mim, com as mãos trêmulas e os olhos vermelhos e me agarrou com os braços finos, apertou meu corpo contra o seu com tanta força que me fez prender o ar.

"Volte para mim." - pediu aos sussurros em meu ouvido.

"Pode deixar, loirinha." - puxei o ar com força sentindo uma última vez seu cheiro e despejei um beijo molhado na curva de seu ombro, senti seu corpo tremer e ela fungar e então me afastei, limpei as lágrimas que desciam incontrolavelmente e depositei outro beijo em sua testa.

Sai antes que desistisse da ideia.

Na porta, playboy já estava empunhando duas pistolas nas mãos e um fuzil nas costas presa pela bandoleira. Me adiantei e peguei um outro fuzil, balas e uma .40, além da que já estava empunhada em minha cintura.

"Fé pá nós irmã." - disse Playboy parando em minha frente. Sorrimos sob a adrenalina que corria em nosso sangue e entramos no carro.

Pelo radinho nos localizamos e pegamos mais dois soldados no caminho, parando bem próximo aonde ocorria a invasão. Não consegui pegar um colete, mas isso não era relevante. Os flashs de tiro eram tantos que pareciam fogos de artifício em festa junina, de um lado para o outro numa velocidade quase impossível de se ver. Nossos soldados estavam nas lajes, nos becos, no topo da ladeira, atrás de carros, dentro de carros e no meio da rua, todos a postos onde taticamente tínhamos organizado, no chão tinha apenas dois dos nossos e cinco dos rivais, estavam em desvantagem agora.

Empunhei o fuzil na mira e comecei a atirar, num ciclo automático, mira e dispara, mira e dispara, mira e dispara. Minhas balas não seriam desperdiçadas em troca de tiro, eu desci pra matar e acabar com aquela algazarra que tinham criado no meu morro.
Já tinha derrubado dois e playboy mais um, formiga estava do outro lado atrás de um poste agachado quando soltou um grito agudo seguido de um disparo, seu rival caiu morto no chão e ele baleado.

"Formiga caiu, playboy!" - gritei sem tirar a atenção do que fazia.

"Me cobre!" - gritou em resposta.

As Cores do Seu Amor - Livro II | Trilogia Amor De bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora