Ruas vazias, escuras e com um ar de solidão.
É como se as pessoas que morassem aqui fossem apenas bonecos, o lugar é vivo mas essas pessoas a matam todos os dias.
Aqui cheira a encrenca, morte e mistério, mesmo tendo voltado, faria de tudo para estar longe daqui novamente.
Sou tirada dos meus pensamentos inacabáveis quando escuto umas risadinhas atrás de mim.
Vejo um grupo de pessoas andando em minha direção, com sorrisos maliciosos e intenções óbvias.
Ou talvez seja minha paranóia aumentando...
Volto minha atenção para o caminho mas qualquer rua que eu entro o mesmo grupo está bem atrás de mim, talvez eu não esteja ficando louca.
Aumento o passo e entro em uma rua na qual nem lembrava que existia até ver a enorme placa com luzes vermelhas e um desenho feminino ousado.
"Drinks Bar"
Drinks Bar é uma boate, a mais famosa de Starley, onde é frequentado por filhinhos de papai, a maioria das pessoas que frequenta essa boate, ou é rico, ou é bancado pelos pais, ou trabalha na própria boate para poder frequentar e ver rostos bonitinhos, pessoas escrotas que giram em torno do dinheiro e de corpos padrão.
Nunca na minha vida eu pensaria que reveria este lugar, essa cidade estranha que me causa calafrios desde que me entendo por gente, aqui você se sente observado a todo momento.
Olho para trás pela última vez e agora vejo só um dos rapazes que estava no grupo, seu rosto não consigo ver, está de capuz, seus olhos observando cada movimento que faço, não deixei de notar o sorriso de canto quando me vê olhar para si.
Um calafrio percorreu por toda minha espinha mas sou tirada daquele momento quando o vejo se esconder e sinto meu corpo trombar com alguma coisa.
Olho para frente ainda tentando entender oque estava acontecendo, e vejo um rapaz de mais ou menos 1,72 de altura, olhos penetrantes da cor do abismo, músculos definidos, com alguns piercings, sendo um na sombrancelha direita, um na asa do nariz, um no cepto e um na boca, um nariz bem definido e seu rosto sério e a força que firma em meus ombros me dizem que eu não deveria ter colidido com ele.
- Já terminou de me admirar?
- Escuto sua voz rouca questionando e me mexo para me soltar fazendo ele se afastar.- Eu não estava... Eu só...
- Na real, não me interessa, só presta atenção por onde anda!
- Ele vocifera e vai em direção ao Drinks.Olho para trás para me certificar de que estou sozinha novamente e não vejo o cara de mais cedo, e o de agora também sumiu.
Sinto o falhar da luz de LED vermelha bem em cima de mim e vejo isso como um sinal de que eu já deveria estar em casa.
Caminho mais um pouco quando vejo o lago...
Cheio de tristeza como se estivessem o esquecido, solitário, vazio e provavelmente frio como cubos de gelo.
Observo com atenção quando escuto um barulho atrás de mim e me viro para me certificar.
Nada além de escuridão, vejo um bicho em cima de uma lata de lixo, uma luz fraca a cima dele, como se estivesse anunciando a entrada dele para o show.
Deve ter sido ele o causador do meu pequeno pânico mental momentâneo.
Me viro para o lago novamente e o observo mais alguns minutos, e enfim vou para casa.
O caminho todo foi tranquilo, nada nem ninguém, apenas eu e...eu.
Pego minha chave no bolso e abro a porta de casa e encontro meu pai dormindo no sofá.
Provavelmente esperando por mim, que ironia não é?
- Já estive no seu lugar de esperar, parece que o Carma realmente chega.
- Brinco mas ele nem se move e no fundo dou graças a Deus por isso, senão iria se iniciar mais uma discussão.Desligo a TV e subo as escadas me direcionando ao meu quarto que tem um monte de caixas e uma cama já montada, um criado mudo vazio, e um guarda-roupa grande marrom montado também e provavelmente vazio.
Mas isso só vou descobrir amanhã por que agora eu vou cair nessa cama e dormir.
Abri uma das caixas e tirei o cesto de colocar roupa suja que a mamãe tinha comprado para nós duas, e agora é só meu...
Coloquei entre a porta e o guarda roupa,
Peguei um pijama que estava dentro de uma das caixas, e fui para o banheiro, me lavei, escovei meus dentes e saí o mais rápido possível de lá.Já vestida apaguei a luz do quarto e em seguida o abajur e me deitei na cama me cobrindo com o edredom.
Fechei os olhos e minha cabeça ficou a mil por segundo.
Flashback...
- Lua eu já falei que não quero você saindo com aquelas garotas, elas são má influência para você filha.
- Minha mãe reclama.- Elas são minhas únicas amigas, não vou virar a cara para ela por que você não gosta delas.
- Esbravejo e ela bate o punho na mesa indicando que está nervosa.- Não quero que fale assim comigo novamente, eu sou a sua mãe, e essa sou eu tentando tirar essa venda dos teus olhos, que te impede de ver que elas estão se aproveitando de você!
- Ela fala cruzando os braços.- Claro, você sempre tem razão de tudo, você é a sabe tudo!
- Falo já sem paciência me direcionando a escada para ir para o meu quarto.- Luara Smith Vargas!
- Ela pronuncia com tom alto.- Eu já falei para não me chamar assim!
- Grito com raiva dela e ela vem até mim e ergue o braço e eu apenas fecho os olhos esperando o impacto.- Quer saber? Não vale a pena, você quer seguir elas? Faça como quiser, depois não diga que eu não avisei você.
- Ela diz me fazendo abrir os olhos e volta para a meses e se senta para tomar café.- Bom, eu vou indo.
- Falo pegando minha mochila.Ela não diz nada apenas continua tomando seu café e eu sigo meu rumo até a casa de Brenda.
Flashback off...
Limpo as lágrimas e fecho os olhos me atormentando para dormir.
Até que finalmente tudo escurece.
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Querido Diannkley.
FanfictionDiannkley é um jovem atormentado pelos seus pensamentos que vive em uma pequena cidade que ele considera ser seu próprio inferno pessoal. Cercado por sombras e segredos obscuros, pessoas vazias e encrenqueiras que fazem de tudo para estar no topo, e...