15. Você vem?

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(Luara narrando)

Acordo pela segunda vez no mesmo dia e
com um pouco de dor de cabeça.

Deve ser a ressaca.

Me levanto e me sento na beira da cama e coloco a mão na cabeça como quem quisesse que aquilo parasse de doer.

- Você dormiu aonde ontem?
- Escuto uma voz rouca e direciono o olhar até a porta do quarto.

- Conheci umas meninas ontem e elas me chamaram para uma festa na casa delas, e eu acabei bebendo muito e dormi por lá.
- Invento uma história ao mesmo tempo que conto a verdade.

- Como você é irresponsável.
- Ele diz me fazendo rir de forma irônica.

- E você foi muito responsável quando foi comprar cigarro e nunca mais voltou não é mesmo?
- Falo irônica e ele se irrita.

- De novo com esse assunto?
- Pergunta irritado.

- Quer saber? Não me importo, saia do meu quarto.
- Falo irritada também.

- Olha aqui mocinha, essa casa é minha e se eu quiser ficar aqui e vou ficar.
- Ele cruza os braços e encosta na porta.

- Como quiser, eu mesma saio.
- Pisco para ele provocativa e separo uma roupa indo para o banheiro tomar meu banho.

Assim que feito me visto lá dentro mesmo e saio arrumando meu cabelo.

Passo um gloss e uma sombra brilhante prata nos olhos, uma máscara de cílios e passo um ativador de cachos para cachear mais meus fios sedosos.

Tudo isso com ele ali na porta me observando.

- Vai mesmo ser imatura a esse ponto?
- Questiona.

- Não, eu não estou sendo imatura, eu apenas não vou ficar aguentando você me enchendo o saco que pelo visto é só isso que você sabe fazer.
- Respondo de forma imediata e pego minha bolsa, meu celular e meu fone e quando estou prestes a sair ele me segura de forma firme pelo braço me machucando.

- Você está me machucando, me solta!
- Esbravejo e ele me empurra para dentro do quarto me fazendo cair no chão.

- Daqui você não saí!
- Ele fala e saí do quarto trancando a porta.

Quero ver alguém me impedir.

Tento abrir a porta mas minhas tentativas falham com sucesso.

- Aaah que ódio.
- Esbravejo em tom alto para ele se sentir satisfeito por alguns instantes, por que vou revidar e aí ele quem estará com ódio.

Me sento na ponta da cama e tiro a sandália que estava em meu pé, e coloco uma meia e um tênis.

Pego minhas coisas novamente e abro a janela e saio por lá.

Pulo do telhado caindo no gramado de bunda, e me levanto com dificuldade, bato a palma da minha mão para tirar a sujeira do short que estou vestindo e Saio de lá em direção a uma praia que tem aqui em Starley.

Eu me sinto sozinha não nego.

Não tenho amigos do tipo de falar "Nossa, nossa amizade é tudo para mim, fazemos muitas coisas juntos"

Eu perdi minha mãe, meu pai é um lixo de ser humano, se é que pode ser considerado um ser humano.

Eu conheci pessoas aqui mas não tenho afinidade nem intimidade com nenhuma delas.

Eu até me diverti com aquelas meninas mas não sei se devo confiar e nem quando vou as encontrar novamente.

Chego na praia e me sento em um banco logo atrás da areia.

Querido Diannkley.Onde histórias criam vida. Descubra agora