30 - Você prometeu...

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(Luara narrando)

Assim que adentro a casa meu pai se ajeita no sofá.

- Não respondeu nenhuma das minhas mensagens.
- Diz com um tom calmo e vejo uma lata de cerveja escondida do lado de seu pé.

- É sério isso?
- Pergunto cruzando os braços e olho visivelmente para sua perna fazendo ele perceber que eu já vi.

- Foi só uma latinha, e não fuja do assunto.
- Debate pegando a latinha e assim que ele a coloca na boca eu arranco ela de sua mão jogando dentro da pia todo o conteúdo.

- Você está passando dos limites.
- Reclama.

- Nós tínhamos conversado, você prometeu parar.
- Eu o olho com desaprovação.

Eu entendo que talvez seja um vício, mas ele tem que se permitir se livrar dele.

- Eu não...
- Ele para e fecha os olhos passando as mãos em seu rosto.

- Eu disse que ia dormir fora, não foi falta de aviso.
- Falo me sentando na pequena e baixa mesa em frente ao sofá.

- Com quem? E na casa de quem?
- Questiona.

Não posso mentir, independente de não confiar totalmente nele ele não tem nenhum poder sobre mim.

Ele não pode me proibir de nada.

- Eu dormi na casa do meu namorado.
- Falo observando sua expressão de raiva.

- Dormiu com um homem?
- Ele se altera e se levanta e eu faço o mesmo.

- Abaixe seu tom, eu já sou grandinha o suficiente para me cuidar.
- Vocifero e quando tento sair da sala ele puxa meu pulso com força.

- Eu não o conheço, então automaticamente não confio nele.
- Fala com uma voz autoritária.

- Mais eu confio nele, e é isso oque importa.
- Retruco me soltando de sua mão.

- Luara, entendo toda essa tensão entre nós, sua mãe faleceu e eu nunca estive presente...
- Eu o corto.

- Exatamente, você nunca esteve lá nas minhas apresentações de escola, ou em uma reunião de pais e mestres, realmente, você nunca esteve lá quando eu estava na rua altas horas da noite voltando do trabalho, muito menos acompanhou meus primeiros passos, você nunca se importou o suficiente então não me venha com essa de "eu sou seu pai" por que pai não é quem faz, é quem cria, então minha mãe foi meu pai também, ela esteve lá!
- Após minha fala eu sinto meu rosto arder e as lágrimas caírem.

- Nunca mais fale comigo nesse tom novamente, independente de não me ver como um pai, você ainda está sob MEU TETO, então me deve respeito!
- Vejo ele gesticular a mão como quem quisesse tirar a dor que causou nela no momento em que sua mão trombou com meu rosto.

- Você não tinha... não tem esse direito.
- Minha voz sai falha e ele dá um passo para trás.

- Me desculpa, eu...
- Eu o corto novamente.

- Essa foi a última vez que fez isso, última me escutou?
- Questiono e ele abaixa a cabeça.

Estávamos bem até ele decidir que a bebida nunca será menos importante que eu.

Ela sempre será sua primeira prioridade na lista.

Viro-me de costas e subo as escadas.

Entro em meu quarto e tranco a porta.

Novamente, eu não confio nele, não sei quando ele tentará algo contra mim, então não posso confiar.

- E lá vamos nos de novo.
- Falo para mim mesma e limpo as lágrimas salgadas que vai direto para minha boca.

Tiro toda minha roupa e removo a maquiagem.

Entro debaixo do chuveiro e deixo a água quente passear sobre meu corpo.

Fecho meus olhos entrando totalmente debaixo d'água e minha mente vai até o banheiro do Dian, aquela atração toda, nossas provocações que se há uma testemunha que aconteceu, ela será a água que estava entre nós, e com nós.

Faço minhas higienes e saio para o quarto.

Sinceramente? Não vou ficar aqui com essa torta de climão.

Eu vou bem sair denovo, mas dessa vez será eu e...eu.

Eu podia chamar o Jhonny para dar uma volta mais se Dian souber provavelmente não vai ser legal.

Mesmo que eu não tenha intenção nenhuma no Jhonny, eu não sei se é recíproco, então é melhor não.

Coloco um short e um top, e uma blusa transparente da mesma cor que o top por cima,
Um tênis All Star e pego meu celular e meus fones.

Desço as escadas e o mesmo me olha.

- Vai sair de novo?
- Ele questiona e eu me viro para ele.

- Sim, ficar aqui com você não me parece um programa legal.
- Falo simples e ele não responde.

- Se não há mais nada.
- Falo e abro a porta, saindo e a fechando novamente.

Vou até um café e me sento lá.

- Oque gostaria senhorita?
- Escuto uma voz doce e olho para a mulher de cabelos escuros a minha frente.

- Um capuccino por favor.
- Peço e ela anota o pedido e se despede sorrindo.

A mesma adentra e vai até o balcão passando o papel para quem irá preparar o pedido.

Aumento novamente meu fone e olho para uma flor específico que floresceu em um lugar pouco provável de nascer.

Ela nasceu em um "pequeno buraco" na rua, ela tem sorte.

Afinal ninguém a matou ainda, ou seja, ninguém pisou nela na pressa, ou de propósito.

- Aqui está, me desculpe pela demora.
- A moça de cabelos escuros sorri e me entrega o copo de cappucino com o desenho de uma flor.

- Que lindo, obrigada.
- Eu sorrio emocionada e ela sorri de volta e entra.

Tomo meu cappucino sem pressa alguma.

Sinto meu celular vibrar em minha mão e vejo que chegou uma mensagem de Dian.

"Estou com saudades."

Sorrio.

- Se eu tivesse apostado eu teria ganhado, que droga!
- Falo baixo e sorrio para o celular.

- Luara?
- Escuto uma voz feminina me chamar e olho para a voz que me chamou.

- Alana?
- Ela sorri e eu me levanto para cumprimenta-la.

- Melissa e Pietra.
- Sorrio para a ruiva e a linda mulher negra a minha frente.

- Luara.
- Eu as cumprimenta com um abraço e um beijo na bochecha.

- Podemos nos sentar?
- Melissa pergunta sorridente e eu afirmo.

- Claro, querem que eu peça algo para vocês?
- Pergunto elas negam com a cabeça.

- Não precisa, vamos dar uma volta de iate daqui a pouco.
- Alana fala e eu sorrio.

- Ah claro.
- Digo apenas e tomo meu cappucino.

- Gostaria de se juntar a nós?
- Melissa sorri me fazendo o convite.

- Não, tudo bem, eu vou dar uma volta no parque depois do café.
- Sorrio e é a vez de Pietra falar.

- Não aceitamos não como resposta.
- Ela diz sorrindo e segura minha mão me puxando.

- Calma tenho que pagar pelo cappucino.
- Digo e ela sorri para mim, fazendo um gesto para a moça que me atendeu e a mesma apenas faz um ok com a mão.

Querido Diannkley.Onde histórias criam vida. Descubra agora