Querido Diannkley.

39. No final das contas, eu não pertenço a lugar nenhum...

(Luara narrando)

Acordo com a cabeça parecendo querer explodir.

Tudo dói, as palavras voltam e rodam na minha mente como um flashback.

As palavras daquela mulher não saiam da minha cabeça...

Ao pensar em tudo isso meu estômago revira e eu corro para o banheiro vomitando tudo o que comi e deixei de comer.

Um refluxo de todo o caos que está minha vida...

Eu não suporto a idéia de perder o Dian...

Imaginar ele com outra pessoa me dói, e não é pouco.

- Luara desce aqui agora!
- Escuto a voz de Jacob.

Levanto do chão dando descarga e lavo o rosto e a boca, escovo meus dentes rápido e desço as escadas.

No quarto degrau meu corpo gela ao ver a mesma mulher de ontem que falou coisas horríveis para mim sentada confortavelmente na poltrona rosa de costas para a porta.

Seu rosto lentamente virou em minha direção e seus olhos se prenderam em mim.

Engulo a seco e seguro o refluxo que me sobe respirando fortemente.

- Desça menina, eu não mordo.
- Sua voz carregada de ironia.

Sem falar uma palavra se quer eu desço e olho para Jacob evitando o contato visual com a mais velha, que aonde vai leva seu cão de guarda.

- O que conversamos sobre você sair com aquele delinquente?
- Questiona Jacob e assim que vou responder a voz agoniante da velha me corta.

- Mais respeito Jacob você está falando do meu filho!
- Ela esbraveja e ele faz cara de zombaria para ela como se não se importasse.

-  E você veio na MINHA CASA, falar da Minha filha, irônico não?
- Ele esbraveja e eu não tenho tempo de responder novamente.

- Você melhor que ninguém sabe que essa bastarda não é sua!
- Tento raciocinar antes de seu olhar frio subir por minhas costas.

Os mesmos olhares que se fossem armas já tinham me furado como peneira.

Olho para Jacob com os olhos cheios d'água sem entender nada do que está acontecendo.

- Sobre oque ela está falando... pai.
- Falo a última frase em quase um sussurro.

Ele me olha mais frio que nunca.

- Ela está falando a verdade, você não tem meu sangue nas veias, mas ainda sim escolhi cuidar de você, embora não seja a MINHA obrigação.
- Ele vocifera de forma rude.

Sinto um nó no peito, meus olhos ardem, minha mente pesa.

Fecho os olhos tentando esquecer tudo aquilo por um momento até que alguém me interrompe.

- Você não passa de uma bastarda, como a Nicole.
- Sinto suas palavras tão frias quanto um prato de vingança.

- Olha, com todo o respeito Tânia, eu nunca te fiz mal algum, eu não entendo o por que você se incomodou de vir até aqui e estragar tudo.
- Falo tentando segurar o choro.

- Quero me assegurar que meu filho não se envolva com qualquer uma como você, você não merece ele, você não é o suficiente, querida, sejamos realistas uma com a outra, vocês não vão durar muito tempo.
- Suas palavras me cortam como lâminas, meu peito pesa e minha cabeça dá longas voltas como roda gigante.

- Não importa oque a senhora diga, eu não vou desistir do Dian.
- Falo decidida por fora, mas por dentro estou um caco.

- Ele vai, não se preocupe, farei com que ele veja que você não é muita coisa, não passa de um pedaço de lixo.
- Eu não consigo retrucar eu apenas fico ali, calada.