Querido Diannkley.

4. Nunca parei.

- Não pode fumar aqui senhor.
- Escuto um segurança falar se dirigindo a mim e dou mais uma tragada olhando friamente para ele.

- Certeza?
- Pergunto soltando a fumaça e ele acena positivamente.

- Então fala para aquele grupo ali, parar de fumar também.
- Falo apontando para o grupo e ele olha e volta sua atenção para mim.

- Eles estão autorizados senhor, por favor apague o cigarro.
- Ele diz cruzando os braços.

- Ah sério? E aqueles outros ali?
- Aponto para um grupo de obviamente menores de idade e ele repete a mesma frase.

- Eles também estão autorizados.
- Ele diz simples se aproximando e eu me levanto dando outra tragada e solto perto dele.

- Parece que está obcecado por mim não é mesmo? Desculpa cara, eu sou hétero.
- Sorrio provocativo e ele se enfurece.

- Você está proibido de fumar aqui, não entendeu?
- Ele se aproxima na intenção de me bater mas recua quando eu apago o cigarro no seu pescoço.

- Não entendi, me explica esse negócio direito.
- Falo simples cruzando os braços.

- Filho da...

- Se xingar ela ela vai te mandar embora, cuidado.
- Sorrio.

- Vai a merda seu filho da puta.
- Esbraveja e eu sorrio.

- Você terá apenas algumas horas de trabalho, aproveite por que é por pouco tempo.
- Sorrio e ele vem para cima de mim.

Me esquivo dele observando as pessoas ao nosso redor loucas por uma briga e pego um guardanapo fazendo sinal para ele vir e quando ele vem eu me esquivo novamente.

- Desgraçado.
- Ele diz e tenta me dar um soco mas eu me esquivo novamente chutando seu traseiro.

- Aí.

- Doeu? Eu não senti.
- Começo a rir e acabo dando brecha para ele me derrubar.

Ele fica por cima e fecha o punho na intenção de bater meu rosto mas em um movimento rápido eu troco as posições ficando por cima dele e começo a desferir socos em seu rosto.

- Alguém tire ele de cima do cara.
- Escuto um cochicho e sorrio.

- Parece que você gosta de ser dominado não é mesmo?
- Me levanto deixando o cara ensanguentado ali e tomo meu último gole de coquetel, pegando meu esqueiro e meu cigarro do balcão.

- Cara, sua mãe vai te matar, já é o terceiro segurança que ela manda embora.
- Brian resmunga e eu dou risada.

- O problema não é meu se eles tem problemas comigo, manda ela procurar alguém mais competente.
- Falo acendendo outro cigarro e ele mexe a cabeça negativamente.

- Ela só contrata os melhores, mas você sabe, ninguém é melhor que...
- Ele começa e fica quieto, como quem acabou de falar demais.

- Como eu? Tô ligado mano, mas eu jamais trabalho para um deles, fala para ela que ela não está dando conta do trabalho, receio que vou ter que virar chefe pra conduzir esse minhoca para a luz.
- Brinco e ele guia a mão dele para me dar um tapa na cabeça mas eu me afasto e dou um tapa na sua mão.

- Parceiro, você tá causando encrenca, ela é sua mãe e te conhece melhor que você mesmo.
- Diz e eu mexo os ombros como quem não se importa.

Me conhece melhor que eu? Por que? Por que me colocou nesse inferno de mundo? Confia.

Ela não conhece a criação dela, ela apenas me colocou no mundo, não me ajudou a me conhecer e muito menos quis me conhecer.

Não falem essas besteiras, vocês não conhecem nada sobre minha vida muito menos minha relação com ela.