22. Que namorado?

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(Luara narrando)

Por um momento aqueles olhos castanhos me causaram frio na barriga.

Por um mísero segundo eu escutava aquela boca clamar pela minha.

Seus olhos brilharam para mim,
Ou talvez eu estivesse inventando isso para mim mesma.

- Não que eu esteja reclamando, você estar em cima de mim é uma maravilha, mas pretende ficar aí até que horas?
- Sua voz me desperta e eu levanto como o flash.

- Você me assustou, disse que ia ficar lá em baixo, mentiu para mim e quase me matou!
- Reclamo ajeitando minha roupa.

- Eu minto as vezes.
- Ele afirma e eu dou risada sarcástica.

- Você é homem, mente sempre!
- Me afasto dele olhando os quadros nas paredes.

- Ser homem não significa que eu vivo em mentiras, eu sou bem verdadeiro, você não conheceu esse meu lado romântico e fiel, e outra, eu salvei você, impedi que caísse daqui de cima lá pra baixo.
- Ele diz se aproximando e eu volto minha atenção para os quadros.

- Quem é esse?
- Pergunto olhando a foto dele com um menino loiro de cabelos cacheados, por incrível e estranho que pareça ele me lembra alguém, mas não, não faz sentido, é loucura da minha cabeça.

- Meu melhor amigo, o único que eu confio cegamente.
- Ele dá de ombros e tira o quadro da minha frente o guardando na gaveta do criado mudo.

- E esses aqui?
- Falo apontando para um homem e uma mulher bem chiques.

- Pais, você sabe né? A mulher que te dá a vida, e o cara que só se importa quando você nasce, a partir dos seus 10 anos eles já não tem tempo pra você.
- Ele pisca rindo para mim e por um momento eu sinto um aperto no coração.

- Eu sinto muito...
- Falo o olhando séria.

- Não preciso da sua pena, e não, não sinta.
- Ele fala ríspido.

- Olha...
- Quando estou prestes a dar-lhe conselhos meu celular começa a tocar.

Ele vai para a janela e fica olhando para o mar.

Por um momento eu o vejo vulnerável,
Um cara que realmente sente muito, mas de poucas palavras.

Desligo o celular e dou alguns passos para chegar até ele e paro ao seu lado apenas observando o mar junto a ele.

As ondas da praia vindo violentamente mas se acalmando quando chegam na ponta.

Meu celular vibra mais uma vez.

- Não vai atender?
- Dian questiona olhando para a praia.

- Vou, claro, só um minuto.
- Falo assim que o celular toca me tirando dos meus pensamentos.

Ligação On...

Luara onde você está?
Te procurei pela praia toda.
    
               Jhonny, me desculpa, teremos que marcar para outro dia...

Oque? Por que? Está tudo bem?

              Está, só tive que voltar para casa, problemas familiares entende?

Entendo, tudo bem, qualquer coisa é só chamar tá bom?

Obrigada Jhonny.

Ligação Off...

- Problemas familiares é? Falou de mim mas você também está mentindo, você é uma boa mentirosa.
- Dian gargalha.

- Queria que eu falasse Oque? Que um psicopata maníaco me sequestrou para me mostrar sua casinha na árvore em frente a praia?
- Pergunto o olhando com os braços cruzados.

- Não, claro que não, nem eu cairia nesse Papinho furado.
- Ele ri e coloca a mão no peito.

- Idiota.
- Esbravejo por ter me feito mentir.

- Devia ter dito que estava com seu namorado, e que ele estava te punindo por andar com outro homem por aí.
- Ele diz se aproximando de mim e eu começo a rir.

- Que namorado?
- Pergunto irônica.

- Eu.
- Ele responde com um sorriso de canto.

- Você está longe de ser meu namorado.
- Reviro os olhos e ele começa a se aproximar mais e  de tanto ir para trás eu  acabo escorando no criado mudo sem ter como correr dele e apenas o observo.

- A partir de agora eu sou seu namorado, se quiser eu te compro as alianças, mas você vai parar de andar com essas aberrações.
- Ele diz e eu rio.

- Não, nem sonhe com isso, por que nunca vai se realizar.
- Eu pisco para ele e na intenção de sair dali sou puxada bruscamente pela cintura e de imediato colocando minhas mãos em seu peito.

- Oque...oque você está fazendo?
- Gaguejo me odiando por estar tão nervosa assim por apenas um toque.

- Eu vou te fazer se apaixonar por mim lua.
- Ele diz e sem me dar tempo de responder sinto sua mão em meu pescoço me puxando para perto e logo sua boca encaixa na minha como a peça de um quebra-cabeças.

Firmo minhas unhas pelo tecido de sua blusa na intenção de fazê-lo sentir dor e me soltar mas ele nem se move.

Enquanto nossas línguas dançam em uma valsa sensual e romântica e solto minhas mãos do seu peito e entrelaça no seu pescoço.

Sinto ele me pegar no colo e me sentar no criado mudo, e entrelaço minhas pernas pela sua cintura.

Ele se afasta por nos faltar ar e me encara com fome e desejo em seus olhos.

- Por que me atrai dessa forma? Oque fez comigo sua bruxinha.
- Esbraveja com desejo e não consigo responder quando sua boca quente toca meu pescoço.

Fecho meus olhos jogando minha cabeça para trás.

Sinto ele se afastar e abaixo minha cabeça para olhá-lo.

- Não... Não devíamos estar fazendo isso, e se eu continuar, não vou querer parar.
- Ele fala me fazendo revirar os olhos.

Desço do criado mudo e pego meu celular.

Me aproximo dele.

- Eu não sou seu brinquedo, então pare de brincar comigo.
- Aviso apontando o dedo em sua direção e desço as escadas da casa da árvore.

- Lua espera.
- Escuto sua voz e o vejo descendo as escadas da casa mas o ignoro e continuo andando.

- Espera.
- Ele fala mais uma vez e dessa vez eu paro pelo fato dele me alcançar e segurar meu braço.

- Me solta!.
- Reclamo com raiva.

Eu não sei oque diabos ele fez comigo,
Que feitiço me lançou para me deixar assim.

Com vontade dele, vontade de ter e ser dele mas isso está me deixando frustrada.

Por que no final eu sei qual é a dele...

Querido Diannkley.Onde histórias criam vida. Descubra agora