Querido Diannkley.

20. Idiota.

(Luara narrando)

Idiota...

Alguns flashbacks começam a aparecer em minha cabeça e eu volto bruscamente a minha realidade.

- Me deixa sozinha garoto!
- Falo enfurecida e ele se aproxima me prensando contra a mesa.

Ainda de braços cruzados e com o copo em minhas mãos eu não ouso me mover.

"Se você se mexer será punida"

"Maldita, eu vou te castigar"

"Nunca demonstre medo"

Eu não posso demonstrar receio.

Afinal, ele não vai fazer nada comigo.

Pelo menos é isso que eu peço em pensamentos.

Ele novamente pega o copo em minha mão e bebe.

- Qual é o seu problema com as minhas bebidas em?
- Questiono e ele tira seus olhos do copo e olha para mim.

- Eu já disse que não te permito beber.
- Ele dá outro gole na bebida ainda me olhando.

Como esse desgraçado consegue seduzir desse jeito?

Quem foi a filha da puta que te moldou dessa forma tão desgraçadamente sexy e impiedosa que te faz implorar mentalmente para ser um mísero copo?

Volto minha atenção ao copo desejando aquela bebida.

Ele bebe mais um gole da bebida e me puxa bruscamente pelo pescoço e me beija, me dando um pouco do que eu quero provar.

- Está docinho?
- Ele pisca para mim e dá um último gole na minha bebida.

- Por que diabos você fez isso?
- Questiono ainda tentando entender oque ele quer de mim.

- Não é óbvio?
- Questiona e eu dou de ombros.

- Você gosta de mim?
- Pergunto pensativa esperando ele me responder.

- Ah, não exagera né, eu não gosto de ninguém.
- Ele diz dando risadas após sua própria frase.

Como se o coração dele fosse de pedra.

Gelo derrete, mas no final a pedra pode quebrar em pedaços.

O mesmo com qualquer coração.

Você não é tão foda como acha que é, e também não vai me fazer de besta!

Engane outra pessoa.

- Então por que vem atrás de mim como se fosse um cachorrinho abandonado? Seria mais fácil admitir que se apaixonou por mim.
- Ele fecha a cara como se eu tivesse ferido seu coração.

E por um momento, eu me sinto um monstro.

Mas não posso voltar atrás no que eu disse, eu já disse.

- Eu gosto de te irritar, você é uma presa fácil.
- Ele desfaz sua careta e sorri se afastando e olhando os troféus expostos nas vitrines.

- Você nem precisa fazer esforço para me irritar, só ver sua cara já me irrita.
- Falo e ele ri novamente.

Que ódio esse cara me faz sentir.

- Engraçado, não foi isso oque você disse na última vez que dormiu na minha casa.
- Ele fala e eu travo de vergonha e tento me recompor falhando novamente.

- Eu estava bêbada, nada demais, aquilo nem significou nada.
- Eu falo no impulso e ele fecha os punhos visivelmente irritado.

- Quer dizer que você dorme com qualquer um que te dá moral?
- Ele pergunta me deixando irritada também.