CAPÍTULO 41

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BERNARDO

A médica me da alta e um monte de recomendações que pretendo seguir a risca agora, isso que aconteceu comigo foi ridículo. Fernando me leva pra casa e eu fico me perguntando onde está Luciano, é claro que agora tem o Gabriel e ele não pode ficar disponível pra mim mas nesse horário tem a Joana e a Cecília pra ajudar ele. Poxa será que terei que dar o primeiro passo pra me aproximar? Esse meu orgulho é uma grande merda e o fato dele não me deixar sequer perguntar ao Fernando onde caralhos Luciano está me deixa ainda mais puto.

Chegando a garagem do prédio eu saio do carro batendo a porta. A saudade e o tesão por Luciano estão me corroendo por dentro, e pensar que ele passou a noite comigo e eu nem vi.

O elevador se abre e eu entro com Fernando, antes da porta fechar uma mão impede e uma pessoa que a tempos vem enchendo a porra do meu saco entra no elevador junto conosco e me olha feito um psicopata, fica me olhando de cima abaixo com seu olhar nojento e Fernando como sempre fica entre nós, o filho da puta da um sorrisinho debochado ainda me olhando. Eu empurro Fernando e passo por ele agarrando Vicente pela gola.

_ Escuta aqui seu lixo, ou você para de me olhar como se eu fosse um pedaço de carne ou eu mesmo quebro essa sua cara feia, e acredite quando eu digo que não preciso de segurança pra te deixar molinho todo quebrado no chão seu nojento.

Fernando me segura por trás pela cintura.

_ Calma senhor Bernardo.

Eu solto Vicente com força e ele bate na parede do elevador fazendo barulho.

_ Calma é o caralho. Esse olhar de cobiça pro meu lado acaba aqui, esse cara a tempos está testando minha paciência.

_ Não posso estar no mesmo ambiente que o reizinho dos cosméticos?

_ Exatamente. Retire sua bunda suja desse prédio hoje mesmo ou te queimo de um jeito no mercado de cosméticos que nunca mais nessa sua vida conseguirá vender um mísero frasco de desodorante.

Ele engole um seco e quando o elevador abre ele desce em seu andar sem mais me olhar. E pela primeira vez ouço o som da gargalhada de Fernando.

_ Que ódio desse cara.

_ Isso foi muito bom, pelo menos me economizou uma bala.

Não digo nada e chegamos em meu apartamento. Chego digo bom dia a Wendel e Cecília e digo pra Fernando ir pra casa descansar, vou pro quarto tomar banho pra ir trabalhar  e quando estou chegando na porta Fernando me chama.

_ Senhor?

_ Fala Fernando.

Digo um pouco impaciente pois estou atrasado pra uma reunião com fornecedores.

_ Ele te ama.

Ok, agora ele ganhou minha atenção.

_ O Luciano te ama muito e não está aqui porque ele tinha uma reunião com o diretor do hospital, mas ele virá.

Me coração acelera ao ouvir isso.

_ Sei que não me perguntou sobre ele mas sinto que devo falar. Todo esse tempo que estão separados ele nunca deixou de cuidar do senhor, ontem quando o senhor saiu da boate sem o meu conhecimento o Luciano me ajudou a te socorrer, pelo celular ele me instruiu a fazer com que o senhor ingerisse um pouco de refrigerante e isso foi fundamental para que o senhor não entrasse em choque, e quando eu cheguei no hospital com o senhor ele ja estava la o esperando com uma médica, não permitiu que Adriano te atendesse e me pediu pra levar o Gabriel ao berçário do hospital enquanto cuidava do senhor, só saiu do seu lado no horário da reunião dele com o diretor do hospital, foi ai que eu tomei o seu lugar.

Minhas lágrimas descem sem eu as conter mas agora de alívio, de saudade, de amor.

_ Obrigado Fernando. Eu o amo também.

_ Eu sei e torço muito por vocês.

O pegando desprevenido vou até ele e dou um abraço que ele retribui sorrindo.

_ Vá descansar Fernando. E mais uma vez obrigado.

_ Fique bem senhor Bernardo.

Ele sai e eu vou ao meu quarto tomar um banho, e dessa vez com um sorriso no rosto.

LUCIANO

Depois de ter passado a madrugada ao lado do meu amor dei uma passada no berçário pra ver Gabriel e ele estava dormindo, então fui pra reunião com Lorenzo. Ele ainda quis me persuadir a mudar de idéia mas eu estou convicto do que quero. E pensar que a uns anos atrás recriminei Bernardo e o chamei de louco por largar um ótimo emprego pra seguir seu sonho agora olha eu aqui fazendo a mesma coisa, e agora pior porque tenho um filho pra sustentar, o que me consola é que se não der certo pra mim ao menos o outro pai de Gabriel é milionário e pode dar conta fos gastos dele, é ridículo dizer isso mas agora é a minha realidade.

Deixo Gabriel em casa com Joana e vou ao banco resolver minha papelada, peguei um bom dinheiro com a minha rescisão e isso de início será suficiente. Fui ao cartório abrir firma pro meu consultório, procurei lugar pra alugar, isso me consumiu o dia todo e não encontrei um lugar que me agradasse, cheguei em casa quase atrasado pra joana ir buscar sua filha na escola pois está caindo uma chuva torrencial e o trânsito está terrível, chamei um táxi pra Joana chegar a tempo na escola e paguei a mais pro motorista as deixar em casa. Gabriel estava dormindo então fui tomar um banho pois mais tarde irei no apartamento de Bernardo, estou torcendo pra que ele me receba pra conversarmos. Quando estava no chuveiro quase terminando meu banho alguém enfia o dedo na campainha e pro barulho não acordar Gabriel eu me enrolo na toalha e saio correndo pra abrir a porta. Abro e me deparo com Adriano todo molhado que ja vai entrando e arrancando sua camisa.

_ Que isso Adriano?

_ Chuva. Meu pneu estourou aqui perto e eu me molhei todo pra chegar aqui. Tem uma toalha pra me emprestar?

_ Tenho.

Sigo pro quarto pegar uma toalha me perguntando o que Adriano quer aqui pois Gabriel ele ja viu hoje cedo. Volto a sala e entrego a toalha pra ele.

_ Aconteceu alguma coisa pra ter se abalado até aqui debaixo de chuva?

_ Porque você pediu demissão? Foi por minha causa?

_ Por sua causa? Claro que não...

A campainha toca novamente e eu reviro e olho e corro pra atender, não quero que Gabriel acorde agora. Abro e dou de cara com Bernardo que está com seu sorriso lindo de covinhas mas olha pra mim de cima a baixo só de toalha e esse sorriso se desfaz ao olhar além de mim e se deparar com Adriano sem camisa e com o cabelo molhado.

Oh porra!

Oh porra!

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