CAPÍTULO 18

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LUCIANO

Saio deixando um Adriano puto no corredor. Lição de moral pra cima de mim? Banca o moralista mas ja fodeu e muito nesse hospital e não foi só comigo.

Deixo a toalha na lavanderia e vou até o meu armário pegar minha mochila, preciso resolver algumas coisas fora do hospital. Levar minha cachorra ao pet shop e fazer supermercado, minha empregada não deve ter mais nada pra comer na dispensa e a ração ja deve estar acabando.

Chego em meu apartamento e encontro minha shih-tzu de dois aninhos na sala.

_ Oi minha peludinha.

Ela pula a minha volta e quase tem um treco de tão feliz que ficou ao me ver. Joana, minha empregada aparece na sala também.

_ Bom dia senhor Luciano. A holy estava amuada, estava sentindo a sua falta.

_ Bom dia Jo. Agora o papai chegou filha.

Pego ela no colo e a encho de beijos.

_ Jo faz uma lista das coisas que faltam enquanto tomo banho?

_ Faço sim.

_ Irei levar a holy ao pet também e depois volto pro hospital. Pra mim não precisa se preocupar com o almoço.

_ E o Bernardo como está?

Sorrio ao me lembrar dele.

_ Bem. A gente meio que se entendeu, estou muito feliz.

_ Que bom! Fico feliz por isso.

_ Obrigado. Breve o trarei aqui pra conhecer você e a holy. Faz um café com um misto pra mim?

Peço seguindo o corredor e indo pro quarto.

_ Faço, pode deixar.

Entro em meu quarto com holy e meu colo e sigo cantando pra tomar meu banho. Debaixo do chuveiro sorrio com o ardor quando a água bate nos arranhões em minhas costas.

_ A Bê, como eu queria você aqui comigo agora.. como eu te amo..

Digo enquanto massageio meu pau e em instantes estou gozando, apesar de ter gozado fartamente duas vezes de madrugada, mas com ele por mais que eu goze nunca será suficiente.

Saio do banheiro ainda cantando de felicidade e me troco. Pego as roupas sujas da minha mochila e as coloco no cesto de roupa suja, reparo nas cuecas de Bernardo, cuecas caríssimas que devem custar a metade do meu salário de médico, balanço a cabeça em negação e substituo as roupas sujas por limpas, as colocando em minha mochila.

Me dirijo a cozinha, tomo café da manhã me despeço de Joana, pego a holly e vou ao pet. Deixo ela pra banho e tosa e eles ficam de a levar em meu apartamento assim que terminar. Em seguida compro os produtos da lista de Joana no supermercado e também uns doces que sei que Bernardo gosta, irei levar pra ele. Sei que Adriano dará alta pra ele hoje mas será na parte da tarde porque o endocrinologista quer ter mais uma consulta com ele antes da alta. Deixo as compras em casa e sigo rápido ao hospital. Chegando cumprimento algumas pessoas no caminho e vou direto ao quarto de Bernardo, entro sem bater e meu sorriso se desfaz ao me deparar com a cama vazia e o quarto aparentemente arrumado saio no corredor e vejo Leonardo se aproximando.

_ Bom dia Léo. O Bernardo ja teve alta?

_ Bom dia doutor. Ja sim, ele saiu logo cedo.

_ Sabe do Adriano?

_ Estava na emergência.

Saio em disparada em direção a emergência. Porque Adriano o liberou sem falar comigo? O encontro atendendo um paciente junto com Sérgio, seu residente. Pego Adriano pelo cotovelo ja o trazendo comigo.

_ Que isso Luciano? Ficou doido?

Ele se assusta e me pergunta irritado, Sérgio me olha assustado também mas não ligo.

_ Bom dia Sérgio. Você consegue fazer o atendimento sozinho?

_ Bom dia. Consigo sim.

Sigo com Adriano reclamando e me chamando de louco, só quando entro em um consultório vazio é que solto o cotovelo dele.

_ Porque deu alta pro Bernardo tão rápido?

_ É sério isso? Me arrastou aqui só pra perguntar da alta do corno conformado?

_ O que?

Eu o empurro fazendo o cair por cima da mesa, em seguida o agarro pelo jaleco o aproximando de mim.

_ Nunca mais entendeu? Nunca mais se refira a ele dessa maneira pois não responderei por mim. Ele não é corno pois enquanto eu estava com ele eu e você nunca tivemos nada, a não ser uma foda de cinco minutos da qual me arrependo e muito.

O solto com raiva emcima da mesa.

_ O que você disse pra ele?

_ Eu? Aquele moleque me fala um monte de merda, ameaça me agredir, me chama de puta barata e você vem perguntar pra mim o que eu disse pra ele?

_ Exatamente. Pra você. Pois eu deixei um Bernardo feliz e satisfeito emcima daquela cama e quando chego aqui você me diz que ele te chamou de puta? O que eu perdi nessa porra?

_ Perdeu a noção. Aquele maluco pediu pro Leonardo me chamar e praticamente me obrigou a assinar sua alta enquanto proferia um monte de insultos.

_ Irei tirar essa história a limpo.

Saio possesso pelo corredor, mas Adriano me grita.

_ VAI E VE SE BOTA UMA COLEIRA NAQUELA CADELA RAIVOSA.

Dou meia volta e entro correndo no consultório disposto a faze lo engolir cada ofensa que falou mas sou contido por pessoas que ouviram nossa discussão e é claro que fomos levados a sala de Lorenzo que não nos poupou, fomos multado com um terço do salário e três dias de gancho.

Adriano só faltou chorar pedindo clemência a Lorenzo, eu como não via a hora de sair do mesmo ambiente que ele só assinei a multa e advertência e sai de cabeça erguida. O filho da puta teve a coragem de me delatar sobre a transa que tive com o Bernardo, mal sabe ele que eu faria tudo de novo sem nem pensar. Saio do hospital e vou direto ao apartamento de Bernardo tentar entender o que aconteceu.

APRENDER A PERDOAROnde histórias criam vida. Descubra agora