CAPÍTULO 42

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BERNARDO

Foi um dia cansativo intermináveis reuniões mas nem isso tirou o sorriso do meu rosto, hoje estou disposto a lutar pelo meu amor. Tive que sofrer, e quase me definhar de saudade mas eu não consigo mais. Aprender a perdoar é uma lição injusta porque o fato de perdoar não nos faz esquecer, não nos faz simplesmente apagar o trauma e voltar a confiar na pessoa que nos traiu. Eu sempre terei um pé atrás com ele isso não irá mudar mas afirmo que nunca mais irei tomar conclusões sem antes o escutar, se ficarmos juntos daqui pra frente iremos dialogar como dois adultos.

Com certeza agora serei o ciumento da relação e ele terá que conviver com isso, ja estou até fazendo planos com nós juntos baseado no que Fernando e Adriano me disseram e ele também me disse que me ama, só não tentou se reaproximar mas isso eu o farei ainda hoje.

Termino o expediente mais cedo e Wendel me leva pra casa. Chegando em casa vejo que tem uma chuva se armando, peço pra Wendel levar Cecília em casa e fico tomando um lanche, depois tomo um banho caprichado e fico esperando Wendel.

_ Vai sair senhor Bernardo?

Ele ja chega perguntando.

_ Sim. Vamos ao apartamento de Luciano.

_ Está a maior chuva la fora.

Ele diz desanimado mas preciso fazer isso hoje ja esperei demais.

_ Estou vendo mas irei mesmo assim, caso não quiser me levar tomo um táxi.

_ É que está chovendo bastante mesmo, mas se o senhor quer vamos.

Não digo nada e saio de casa, Wendel vai emburrado o caminho todo, aliás ele ja faz um tempo que está estranho. Era falador e agora ficou mais calado, quando eu olho pra ele está me olhando estranho, não estou gostando disso. Chegamos ao apartamento de Luciano e eu digo pra ele me esperar, se eu for ficar aviso por mensagem que ele pode ir embora. Subo ao apartamento de Luciano com o coração saltando pela boca ansioso pra saber a reação de Luciano ao me ver. Chego em sua porta e inspiro algumas vezes antes de tomar coragem e apertar a campainha. Ensaio um sorriso mesmo estando com o coração prestes a sair pela boca e com a mão tremendo aperto a campainha que ele atende rapidamente e fica branco, pálido ao me ver. Eu não entendo e tiro meus olhos de seu rosto reparando que possivelmente o tirei do banho mas uma movimentação atrás dele me faz olhar além dele e contar até dez, até mil pra não voar no pescoço desses dois. QUE MERDA É ESSA?

_ Be..

Luciano diz com a voz trêmula.

_ Adriano acabou de chegar e .... eu ... eu tava no banho...

Adriano fica branco me olhando também e pega uma camisa que estava no sofá e a veste, Luciano nega com a cabeça o recriminando.

_ O Adriano chegou todo molhado da chuva e... entra Bernardo..

Ele fala atropelando as palavras e minha vontade é de virar as costas e sair sem olhar pra trás mas me lembro que fiz uma maldita promessa pra mim mesmo. Qual foi a promessa mesmo? Acho que foi dialogar, ou conversar antes de matar o Luciano, mas também me lembro que promessas existem pra serem quebradas, ou essa regra se aplica somente as regras? Nem sei mais o que estou pensando, só me lembro que estou divagando na porta e eles estão me olhando de olhos arregalados na certa com medo de eu explodir e os matar mas ao invés disso pego meu celular e mando uma mensagem pra Wendel ir embora. Entro no apartamento e fecho a porta, eles continuam me olhando e eu faço um esforço sobrenatural pra agir friamente.

_ Eu vim pra gente conversar.

Consigo dizer graças a Deus sem tremer a voz.

_ Claro.. claro.. eu..

_ Cadê o Gabriel?

_ Está no quarto..

Sigo pra la deixando um silêncio ensurdecedor na sala. Se eu não o matar hoje nunca mais mato. Chego no quarto de Gabriel e ele está acordado brincando com os pés, o que me faz sorrir.

_ Oi meu amor, você está acordado mordendo esse pézinho gorducho?

Pego ele no colo e sou recebido pelo sorriso mais lindo do mundo.

_ Dadá.

_ Dadá meu amor. Quando você vai falar papai pro papai hein lindo do papai.

Luciano chega na porta do quarto ainda com o semblante assustado.

_ Be.. eu vou me trocar e ja venho, não vai embora..

Ele sai apressado pelo corredor. Engraçado que quando estava sozinho com o coisinha ele não se importou em estar pelado. Ok, passou o surto. Verifico a fralda de Gabriel e está tudo bem, vou a cozinha com ele e tem uma mamadeira pronta na garrafinha térmica então pego e me sento no sofá pra dar pra ele. Luciano aparece na sala ja vestido e se senta perto de nós.

_ Eu estava tomando banho quando o Adriano chegou por isso estava de toalha..

Não digo nada e ele continua.

_... ele chegou aqui molhado porque segundo ele o pneu estourou na rua e eu só emprestei uma toalha pra ele, foi quando você chegou. Sei que é difícil de acreditar mas eu juro que estou falando a verdade.

Eu não digo nada e espero Gabriel arrotar pra coloca lo no cercadinho. Me viro pra Luciano e ele está em pé  de frente pra mim.

_ Diz alguma coisa Be. Surta, me xinga, me bate, me atira pela janela mas não fica nesse silêncio por favor..

O interrompo o empurrando no sofá e subo emcima dele o assustando e arrancando uma gargalhada de Gabriel.

_ Eu vim conversar com você e me deparo com aquela cena lamentável seu filho da puta. Você quer voltar pra mim?

_ Quero, eu quero.. eu te amo...

Ele diz de olhos arregalados. Eu agarro seu pau o apertando e fazendo ele ofegar e segurar minhas mãos arregalando ainda mais os olhos, eu não solto seu pau que mesmo o apertando forte ele endurece em minhas mãos.

_ Então nunca mais, entendeu bem? Nunca mais abra essa maldita porta pra aquele sem noção se estiver semi nu ou sozinho nesse apartamento, senão arranco seu pau e faço ele comer ja que ele faz tanta questão de ver.

_ Eu.. eu entendi, desculpa.

Diminuo a pressão no pau dele lhe dou um selinho e saio da cima dele.

_ Agora sim podemos conversar.

_ Agora sim podemos conversar

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APRENDER A PERDOAROnde histórias criam vida. Descubra agora