APRENDER A PERDOAR

CAPÍTULO 33

LUCIANO

Como vocês pais conseguem? Porque eu estou prestes a enlouquecer, e ha aqueles que tem o primeiro depois o terceiro e até o quarto filho. COMO?

Amo meu filho de todo meu coração mas depois dele nunca mais quero ouvir choro de bebê. Eu juro que esse bebê chora tanto que poderia entrar para o livro do guines book. Puta que me pariu! Estou estressado a ponto de explodir, não com ele mas é bom ninguém cruzar o meu caminho de maneira equivocada.

O Bernardo tem mais paciência que eu mas também passa o dia na empresa e só chega no final do dia, isso quando não da uma esticada e vai pra festas que segundo ele requerem sua presença e eu fico em casa me sentindo a esposa com o bebê esperando o marido que chega lindo, cheiroso e me encontra descabelada e cheirando a vômito. Porra que situação!

Adriano quando está de folga as vezes vem aqui em casa e nem comentei isso com Bernardo assim como não comentei que ele é o padrinho do nosso bebê, sinceramente nao quero me estressar pois estou a ponto de explodir, estou exausto e sem sexo a semanas pois de dia ajudo Joana com o bebê e a noite eu e Bernardo revezamos com ele mas quando ele dorme um pouquinho estou tão exausto que nem penso em sexo, durmo também.

Ontem Bernardo veio todo faceiro me procurar de madrugada mas eu estava puto com ele por ter acabado de chegar de uma festa com cheiro de bebida ainda, ele que va pra porra. E pra piorar ele tem uma técnica pra passar a cólica do Gabriel que não funciona comigo, o garoto fica irritado quando tento fazer como o outro pai, quando ele não está Gabriel nitidamente sente a falta dele.

Hoje Bernardo saiu e disse que na volta do trabalho iria passar no apartamento dele pra pegar umas coisas. Poxa não sei porque ele não convida eu e Gabriel pra morar com ele ja que a gente dorme todos os dias juntos, o meu apartamento é alugado ja o dele é dele, seria mais viável morar no dele.

Semana que vem Gabriel faz quatro meses, Joana deu banho nele e o deixou comigo pra limpar a casa e fazer almoço, ele até que está ficando mais bonzinho. Compramos um cercadinho enorme que ocupa metade da sala e enchemos de brinquedo, la ele dorme e até brinca só temos que ficar de olho.

Depois do almoço Gabriel dorme e recebo a visita de Fernando e Adriano, os dois estão de folga hoje e vieram passar a tarde comigo. Espero que Fernando não comente isso com o Bernardo, ele nem sabe que Adriano aparece aqui toda semana.

BERNARDO

Saio de casa cedo pra trabalhar mas não vou ao trabalho, vou fechar um negócio pra fazer uma surpresa pra Luciano que acho que ele irá gostar. Comprei uma casa enorme pra gente, fica num condomínio perto do hospital e relativamente perto da minha empresa. Casa grande com quintal que da pra Gabriel e holy brincarem a vontade, minha cobertura ainda não sei o que farei com ela mais provavelmente será do Gabriel, mais tarde passo no nome dele. Luciano está um pouquinho distante mas atribuo isso a exaustão, eu também estou exausto, tem dias que viro a noite cuidando do Gabriel pois tenho dó de o acordar pra ajudar, ele ja passa o dia com ele.

Em meu horário de almoço uma vez a cada quinze dias vou ao psicólogo, isso tem me ajudado bastante na questão sobre o Adriano e vou tentar não surtar quando o ver, afinal se eu perdoei o Luciano porque continuo com raiva de Adriano.

Fecho o negócio com a imobiliária e depois tenho um almoço de negócio com um arquiteto, ele fará um esboço do projeto da casa e depois o apresentará pra mim e Luciano.

Vou pra casa de Luciano empolgado e Wendel me acompanha até o prédio. Chego abro a porta e me deparo com uma cena que me faz querer voltar pra trás. Luciano, Fernando e Adriano este último com Gabriel no colo que estende as mãozinhas quando me vê. Todos ficam calados e o único som da sala é o Gabriel ja querendo chorar me chamando enquanto se debate com as mãozinhas e pernas.

_ Gabriel eu vou lavar as mãos ja te pego.

Falo e passo pra cozinha com um nó na garganta ja querendo surtar. Uns minutos depois Luciano aparece na cozinha.

_ Amor.. você disse que demoraria hoje, eu...

Olho pra ele e ele está com Gabriel no colo que sorri pra mim. Lavo as mãos e as seco, tiro o blazer coloco na cadeira e pego Gabriel do colo dele que tenta me dar um selinho mas me afasto. Juro que estou tentando não surtar mas é mais forte que eu.

_ Vai mesmo ficar bravo porque Adriano veio visitar o afilhado?

Ele fala e eu o olho incrédulo enquanto ele arregala os olhos percebendo que falou demais.

_ Visitar quem?

Pergunto prestes a explodir. Joana chega na cozinha e percebe o clima tenso, ela sabe a história de Luciano e Adriano. Cheio de ódio parto pra cima dele o empresando na parede e imobilizando seu pescoço com meu braço.

_ Que merda é essa de padrinho porra? Você ficou louco?

Ele tenta me empurrar com as mãos em meu peito.

_ Me solta Bernardo, assim que os convidados forem embora iremos conversar não precisa fazer escândalo.

_ Quando seus malditos convidados forem embora vamos conversar o que? Que você decidiu colocar aquele filho da puta como padrinho do nosso filho sem me consultar? Isso deveria ter sido conversado antes não acha?

_ Eu ia conversar com você mas a gente está numa correria e nunca me lembro..

_ Eu sou uma piada pra você? Porque isso só pode ser a porra de uma brincadeira.

O solto sem conseguir mais o encarar. Eu não acredito que essa merda está acontecendo.

_ Eu não vou aceitar aquele homem como padrinho do Gabriel entendeu? Você não tem o direito de fazer isso comigo, não depois de ter me pedido pra ser o outro pai dele.

_ Eu posso sim, sou pai...

_ NÃO. Depois dessa não precisa falar mais nada Luciano, como pai do Gabriel você decide absolutamente tudo, eu não tenho lugar de fala, desculpa qualquer coisa.

_ Porra não é isso..

Ele tenta dizer mas eu ja dei as costas e saí da cozinha passando por eles pela sala e ignorando tudo, os olhares curiosos, Luciano me chamando mas o que me doeu ignorar foi meu filho, sim meu filho. Ele me prometeu me disse era meu filho também e agora que eu o amo mais do que tudo nesse mundo ele vai e joga na minha cara uma verdade que doeu como uma traição.