Num lugar desconhecido...

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Num lugar desconhecido...

*Megan Sulivan*

Quando acordo do que suponho ter sido uma droga pra me nocautear, sinto minhas mãos e pés amarrados e algo cobre meus olhos e boca. Começo a me mexer, tentando me desvencilhar daquilo, mas uma dor aguda me atinge na barriga e creio ter sido chutada.

- Uma cadela como você deveria ficar quieta e saber seu lugar irmãzinha. - Não preciso ver para saber que é Ágatha, não posso acreditar que isso está acontecendo, começo a tentar gritar e ela me chuta novamente, mas dessa vez, tira a venda e a fita de minha boca.

Levo um tempo para meus olhos se adaptarem a luz repentina, mas então vejo Braddy sentado numa cadeira a minha frente, Ágatha do seu lado com as mãos no seu ombro e inusitadamente Mary em pé no canto, olhando ansiosa para a janela, enquanto morde as unhas.

- Vocês estão todos loucos, fora de suas capacidades mentais, acham que vão se safar depois de fazerem isso? - eu digo de forma raivosa.

- Cala sua boca vadia, nada vai acontecer se você estiver morta e a 7 palmos do chão! - Braddy se levanta, caminha em minha direção, pega meu queixo e me olha de forma asquerosa. - Sabe Megan, tivemos um bom momento naquela época, apesar de ter sido uma aposta, gostei de tirar sua virgindade, ter sido o primeiro a entrar na sua bocetinha de vadia, foi ótimo, como estrear um carro novo.

Ele termina de dizer e já sinto as lágrimas rolando por minha bochecha, ele é nojento e asqueroso, não tenho tempo de pensar quando Ágatha se aproxima e me estapeia depois que empurra Braddy para o lado.

- Você é uma vagabunda treinada mesmo, consegue seduzir um homem até nessa situação.

- Deve ter puxado a própria mãe, aquela mulher era uma vagabunda de alto calibre, soube certinho como abrir as pernas para John! - Mary diz, mas logo tampa a boca percebendo o que acaba de dizer.

- O-o que? - Eu gaguejo, tentando entender essa nova informação.

Olho alternadamente entre os três tentando buscar uma informação. Ágatha pega Mary pela blusa e manda ela sair dali e calar a boca.

- Eu nunca gostei de você Megan, desde o começo soube que você era uma bastarda do meu pai, uma mancha na minha vida. Tudo poderia ter sido melhor se você estivesse longe, mas até que teve certa diversão humilhar você dia após dia, tirar tudo que você desejava, inclusive seu suposto namorado. - Ela ri de maneira diabólica e eu a olho confusa, fazendo-a continuar. - Isso mesmo, foi eu que tive a ideia de fazer a aposta, eu que disse para Braddy te seduzir apostando com os amigos, tudo foi eu, mas meu pai vai lá e deixa tudo para a bastardinha!

- Então ele sabe que sou filha dele? - Pergunto incrédula, não acredito que John seja meu pai e por todos esses anos me negligenciou deixando sua esposa e filha me maltratar.

- Claro que não, meu pai é um imbecil idiota, você é fruto do primeiro amor dele, meu pai foi obrigado pelo vovô a abandonar ela e não sabia que Emma estava grávida de você na época, ela acabou morrendo no parto e você foi abandonada num orfanato qualquer. Começaram a ameaçar minha mãe dizendo que contariam a John sobre seu paradeiro e ela então resolveu te adotar para mantê-los calados. - Ágatha diz e sai da sala junto de Braddy.

Agora estou sozinha nessa espelunca, parece ser um motel de beira de estrada, não tenho certeza. Não consigo me mexer por estar amarrada e se gritar eles vão voltar e me bater mais, tenho que tentar me livrar das amarras primeiro.

Olho em volta para tentar achar algo cortante para me livrar da fita enquanto posso, acabo vendo um clique de papel no chão, pode ser quase nada, mas consigo pegar depois de me arrastar pelo quarto tentando fazer o mínimo de barulho possível.

Começo a tentar rasgar a fita das mãos com a ponta do clip aberto, mas sou interrompida pelo barulho da porta e Mary entrando.

- Mary, você foi a mulher que me criou, pense com cuidado, tenho certeza que não quer ser uma criminosa. - Digo tentando trazer razão na cabeça dela.

- Você acha que estou com medo? Quero você morta e enterrada igual sua mãe. Seu pai sempre teve olhos somente para Emma, eu sempre fui deixada de lado, apagada como se não existisse, minha chance surgiu quando meu sogro os separou por ela ser uma pobretona e eu fui a escolhida a ser a esposa, pois sempre fui da alta sociedade! Sempre fui a mais qualificada e adequada a estar ao lado de John, mas mesmo depois de todos esses anos, ainda carrega uma foto de Emma na carteira, incapacitado de esquecê-la e eu tendo que conviver com migalhas... Não suporto nem olhar para você, pois me lembra aquela vadia. - Mary vem em minha direção com ódio nos olhos e começa a me bater.

Chutes e tapas por todo meu corpo, já me sinto fraca quando ela para, cansada pelo esforço e eu sinto as lágrimas e gosto de sangue na minha boca. Só queria que isso acabasse logo.

Mary acaba saindo e assim posso continuar com a tentativa de me tirar das amarras. Passa algum tempo e com muito esforço, consigo me soltar, já está de noite quando entro no banheiro do quarto pensando em fugir pela janela, mas percebo que não caibo na abertura, minha única escolha é esperar atrás da porta com algo pesado nas mãos e assim eu faço.

Fico de prontidão, com o coração acelerado e um abajur nas mãos, assim que alguém entrar, não vou pensar duas vezes, vou bater primeiro e perguntar depois. Escuto um barulho da porta sendo aberta e agarro o objeto na minha mão mais firme, me preparo para atacar quem quer que seja, mas um cheiro familiar e nostálgico me invade e me segura.

Max me segura firme em seus braços, me abraçando fortemente sem dizer nada. Ele me solta e confere meu corpo e rosto, vejo sua mandíbula tensionada quando vê as marcas escurecidas no meu rosto.

Meu corpo relaxa quando sinto o calor de suas mãos em meu corpo e o abraço com força, começo a chorar e tremer depois de ter passado por tudo isso e ele ter vindo me salvar, mesmo eu tendo me distanciado dele, ele não desistiu de mim.

Não consigo raciocinar direito quando escuto o som alto e Max caindo nos meus pés. É então que vejo Braddy com uma arma na mão. Ele atirou em Max!


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