Rosas vermelhas...

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*Megan Sulivan*


Ele é louco! Impossível entender o que se passa na cabeça dele, sério. Primeiro me provoca naquela cafeteria, com uma brincadeira de extremo mal gosto, então, subitamente começa a me ignorar sem motivos claros. Depois, me manda aquela mensagem estranha tarde da noite e em seguida, aparece no parque, praticamente me obrigando a ir embora. Não dá para entender suas atitudes... Ele parece se importar em um momento e logo em seguida age de forma contraditória.

Decido ignorar esses pensamentos sobre Max, nada disto faz sentido. Tanto o fato de eu continuar pensando nele, tanto esses episódios estranhos nos últimos dias. Neste momento, só quero me concentrar na reunião, anotando todas as informações que serão necessárias mais tarde.

Finalmente é concluída a reunião. Arrumo os papeis e junto minhas coisas, estou prestes a sair quando Mark me chama:

-Megan, bom dia, como você está hoje?

- Ah, Mark, estou bem e você?

- Ótimo... – Ele hesita por um instante, mas continua. – Eu gostaria de saber se você gostaria de, sei lá, jantar comigo está noite. Passei em frente a um restaurante italiano e me pareceu que você poderia gostar de ir... comigo...

Ele diz de forma desajeitada e parece ansioso com minha resposta, normalmente eu iria recusar, para não me envolver com pessoas do trabalho, mas ele já se tornou um amigo. July me diz que ele quer ser muito mais que um amigo, que eu deveria dar uma oportunidade para ver o que acontece. Ela fala para experimentar e viver vários momentos, para então, adquirir experiencia para escolher corretamente.

- Claro, eu adoraria ir com você! – Eu digo, tomando uma decisão rápida, sem pensar muito no assunto, não tenho nada a perder, na verdade, Mark é ótimo, não tenho motivos para recusá-lo. Quem sabe, neste encontro, nossa química não comece a surgir?

- Legal, fico muito feliz por isso... – Mark diz, com um sorriso tímido e bem mais relaxado – Certo, te busco às oito, pode ser?

- Perfeito! – Digo, me despedindo para poder continuar trabalhando. Creio que será uma ótima experiencia. Como amigo ele é ótimo, tenho certeza de que pela personalidade, seria um ótimo namorado. Uma pessoa estável mentalmente é tudo que eu precisava.

...

Vou para casa para me arrumar para o jantar de hoje, estou até animada, será muito diferente, sair um pouco da rotina irá aliviar muito a tensão que venho acumulando nos últimos dias.

- Que sorrisinho é esse, hein? – July diz, me observando cuidadosamente.

- Aparentemente terei um encontro com Mark, ele me fez o convite hoje na empresa!

- Não acredito, pensei que seria um encontro com o chefe gostoso...

- Não! Já te disse, aquela noite na boate foi a última, não quero me envolver mais... Ele é um homem muito complicado e a última coisa que quero são complicações na minha vida. Vou sair com Mark e ver onde isso vai dar.

Não quero aparecer muito produzida, pois não sei se o restaurante é muito formal, mas também não quero ficar básica demais. Opto por um vestido preto longo com uma fenda na perna, ele deixa meus ombro a mostra, então coloco um colar simples para não exagerar. Deixo meu cabelo solto e faço uma maquiagem elaborada nos olhos. Finalizo com um salto alto.

Assim que o ponteiro do relógio indica que já são oito horas, escuto as batidas na porta. Vou atender e vejo quando Mark me olha de forma surpresa, ele está com um buque de rosas vermelhas, que me entrega. Coloco em um vaso e começo a olhar melhor para ele.

Mark está de terno, mas sem a gravata, somente com os primeiros botões abertos. Ele é um homem muito bonito, possui um olhar tímido, o que o deixa mais charmoso. Seus cabelos negros estão penteados para trás, a barba sempre feita, evidenciando suas covinhas. Possui olhos verdes, como se fossem esmeraldas e um sorriso encantador. Com certeza, seria o meu tipo!

- Você está... – Ele me olha boquiaberto. - ... Magnífica, não tenho nem palavras!

- Obrigada, já podemos ir se quiser... – Digo sorrindo.

Chegamos no restaurante italiano. O lugar é lindo e elegante. Um garçom vem e nos conduz para uma mesa que fica de frente para uma vidraça que mostra a rua movimentada do lado de fora, nos sentamos e Mark pede um vinho. Também escolhemos nossos pratos.

- Fico feliz que tenha aceitado, Megan. Eu estava com um pouco de receio de que negaria. – Mark diz, me olhando nos olhos.

- Muito obrigada pelo convite. Eu estava precisando de um programa diferente. – Digo, sorrindo levemente.

Conversamos confortavelmente durante muito tempo, inclusive depois que nossos pratos chegam. Mark me contou que é do Canada, mas que resolveu trabalhar em Seattle porque um tio pediu muito por sua ajuda. Ele até me convidou para conhecer sua cidade, Vancouver, quando pudéssemos. Conversar com ele é muito fácil e confortável, mas não sinto aquela expectativa pelo que acontecerá em seguida, é mais como um sentimento de amizade.

Nosso jantar termina e Mark me acompanha até em casa, foi um cavalheiro do começo ao fim, até se recusou a me deixar pagar a conta. Quando chegamos em frente ao meu apartamento, ele abre a porta do carro para mim e me acompanha até a entrada do prédio.

Ele segura minhas mãos, parado de frente para mim, me olhando com um sorriso.

- Eu gostei muito da noite de hoje, obrigado mais uma vez por aceitar meu convite... – Ele diz timidamente.

- Eu que agradeço, foi um jantar excelente e a companhia foi melhor ainda...

Nos olhamos por um tempo e Mark me beija. Nos beijamos por apenas alguns segundos, mas foi o suficiente para que eu pudesse notar que meu corpo não reagiu como eu gostaria. Não senti minha pele queimar e aquela sensação como se estivesse flutuando. Não senti nada disso. Me desvencilho delicadamente e digo:

- Desculpe Mark, no momento não estou buscando nenhum tipo de relacionamento... – Digo ligeiramente nervosa, olhando para minhas mãos.

- Não, tudo bem... Me perdoe, eu fui rápido demais. – Ele diz com um tom triste.

Nos despedimos desconfortavelmente e eu entro. July já me esperava na porta quando cheguei.

- Eu vi tudo pela janela! E aí? Como foi? – July diz, dando pulinhos de animação.

- Eu... Não sei ao certo... Não senti nada específico. Não senti aquelas "borboletas" no estomago, não como senti com o... – Paro antes de dizer e ela me olha de lado, com uma feição inquisidora.

- Não sentiu como quando ficou com seu antigo chefe, certo? – Ela me questiona e eu somente aceno em resposta.

- Ah, que pena, eu estava torcendo para rolar alguma coisa com você e Mark, pois ele é um homem excelente, mas não mandamos em nossas emoções e não podemos escolher quem amamos.

Eu digo mentalmente comigo "quem amamos...", então me questiono se um dia amarei alguém de verdade e se esta pessoa me amará na mesma intensidade... 

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Obs.: E esse beijo? Parece que a Megan não gostou, pelo menos não quanto gosto do beijo de outro alguém... 🤭 O que estão achando? 

Uma Grande ApostaOnde histórias criam vida. Descubra agora