Capítulo 56

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Alfonso estava com a mente ocupada, mas, enquanto dirigia em direção à loja de brinquedos, sentiu uma necessidade de fazer algo por Noah. Algo que, talvez, ajudasse a criar um laço mais forte entre eles, ou simplesmente alegrasse o menino. Quando ele entrou na loja, foi atraído pelas prateleiras coloridas e pelos brinquedos que pareciam falar diretamente com a criança interior que ainda habitava dentro dele.

Foi ali, entre brinquedos e jogos, que ele viu o que procurava: um conjunto lúdico de dinossauros, com peças de encaixar e uma pequena base de cenário que permitia criar um mundo de dinossauros em miniatura. Era perfeito para Noah, que amava os animais pré-históricos, e ainda mais para um pai que tentava encontrar uma forma de se aproximar de seu filho.

Alfonso pegou o jogo, analisando-o com atenção. Era mais do que um simples brinquedo; era uma oportunidade de criar momentos de conexão, de mostrar ao filho que ele estava presente, disposto a entender e participar de seus interesses. Quando o jogo estava em suas mãos, ele sentiu uma mistura de saudade e esperança. Saudade de uma época que nunca viveu com Noah, mas que agora sentia o desejo de construir. Esperança de que talvez, por meio desse gesto, conseguisse quebrar as barreiras que ainda os separavam.

Depois de pagar, Alfonso saiu da loja com o pacote nas mãos. No caminho de volta, seu pensamento estava em Noah, em como seria bom ver a alegria nos olhos do menino ao abrir o presente. Mas, ao mesmo tempo, sua mente ainda estava tomada pelas questões não resolvidas com Any.

Ele caminhava com o pacotinho de brinquedo nas mãos, sentindo uma mistura de excitação e nervosismo. O joguinho de dinossauros, apesar de simples, era algo que ele sabia que faria Noah sorrir. Queria que fosse um gesto de aproximação, uma forma de mostrar ao filho que ele estava ali, disposto a se envolver em sua vida e conquistar, aos poucos, o seu espaço.

Quando chegou à casa de Any, Alfonso respirou fundo antes de tocar a campainha. Sabia que, embora o presente fosse algo carinhoso, as coisas entre eles ainda estavam tensas. Não era apenas sobre Noah, mas também sobre as questões não resolvidas entre ele e Any. Ele sabia que aquele gesto não apagaria os erros do passado, mas talvez fosse um primeiro passo. Um pequeno gesto em direção à reconciliação com seu filho.

Foi Teresa quem atendeu à porta. Ela sorriu ao ver Alfonso, e ele se sentiu acolhido por aquele olhar. Dentro de casa, só estavam ela e Noah naquele momento. O pequeno, ao vê-lo, imediatamente sorriu, seu rosto iluminando-se com alegria.

Noah: Papai! — exclamou, correndo até ele com os braços abertos, com uma felicidade tão pura que fez o coração de Alfonso acelerar.

Alfonso: Oi, campeão! —  respondeu, agachando-se para ficar no nível de Noah e estendendo os braços. O simples fato de vê-lo tão animado fez todos os nervos e incertezas desaparecerem por um instante.

Noah, com uma expressão de alívio, tocou o rosto de Alfonso, como se quisesse se certificar de que ele estava realmente ali. Seus olhos, brilhando de empolgação, mostravam o quanto ele estava feliz por ver o pai.

Noah: Você veio, você não foi embora? — perguntou, com uma mistura de alegria e inocência, como se ele precisasse de uma garantia de que aquilo não era só um sonho. A pergunta era carregada de emoção, mas também refletia o medo de perder o que ele acabara de descobrir.

Alfonso ficou tocado, as palavras do filho soaram como um lembrete doloroso de como ele havia falhado em estar presente antes. Porém, naquele momento, ele se sentiu ainda mais determinado a ser o pai que Noah merecia.

Alfonso: Claro que não fui embora, campeão — respondeu, a voz baixa e cheia de afeto. Ele sorriu com ternura, tentando transmitir segurança. — Eu estou aqui, e não vou embora.

Quando é amorOnde histórias criam vida. Descubra agora