Capítulo 42

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Quando Any entrou em casa, o ar de sofisticação que permeava a mansão parecia ainda mais opressor. Os pisos de mármore impecáveis refletiam as luzes do imponente lustre de cristal. Sentado em sua poltrona de couro na sala de estar, Carlos Daniel, analisava alguns documentos enquanto segurava uma taça de vinho. Ao ouvir a porta se fechar, ele ergueu o olhar.

Carlos Daniel: Demorou - Ele consultou o relógio de ouro no pulso com uma precisão que fazia Any estremecer - Sabe que não gosto que fique até essas horas na rua sozinha.

Any, mesmo com o estômago revirando de nervosismo, manteve a postura. Ela sabia que qualquer deslize poderia se transformar em uma longa palestra sobre responsabilidade e imagem familiar.

Any: Desculpa. - Ela respondeu com um tom medido, quase ensaiado, evitando parecer defensiva.

Carlos Daniel fechou a pasta que segurava, pousando-a sobre a mesa de centro. Seus olhos, analisaram a filha como se ela fosse um contrato que ele precisava entender.

Carlos Daniel: Como foi no colégio hoje?

Any hesitou por um momento. Ela sabia que a resposta precisava ser perfeita. Qualquer vacilo poderia despertar a desconfiança do pai, algo que ela definitivamente queria evitar.

Any: Normal, sem nenhuma novidade.

Carlos Daniel arqueou uma sobrancelha. Ele não era tolo, muito menos ingênuo. Conhecia a filha bem o suficiente para perceber quando ela escondia algo.

Carlos Daniel: Hum...

O silêncio que se seguiu foi quase insuportável. Any sentia o peso do olhar penetrante do pai, mas evitava encará-lo diretamente.

Any: Vou subir para o meu quarto, estou um pouco cansada. - Ela disse rapidamente, tentando encerrar a conversa antes que ele tivesse tempo de questioná-la mais.

Carlos Daniel inclinou-se na poltrona, girando a taça de vinho em uma mão enquanto a observava caminhar em direção à escada.

Carlos Daniel: O jantar já está quase pronto.

Ela parou no meio da escada, os dedos apertando o corrimão com força. Sabia que recusar um jantar preparado sob as ordens do pai era algo raro — e que ele não deixaria de notar.

Any: Eu... não estou com fome. - Sua voz saiu mais baixa do que esperava, quase um sussurro.

Ele estreitou os olhos, um misto de preocupação e autoridade em sua expressão.

Carlos Daniel: Any, depois vamos conversar

Ela não respondeu, apenas assentiu levemente antes de continuar subindo as escadas. Ao entrar no quarto, fechou a porta atrás de si e soltou um longo suspiro. A rigidez do pai era como uma sombra constante, e lidar com isso todos os dias exigia mais energia do que ela estava disposta a admitir.

Na sala, Carlos Daniel permaneceu sentado, seus pensamentos divididos. Ele era um homem que valorizava o controle e a ordem, mas algo no comportamento de Any naquela noite o incomodava profundamente. Havia algo fora do lugar, e ele tinha certeza de que descobriria o que era — como sempre fazia. Afinal, para Carlos Daniel, nada escapava ao seu olhar minucioso.

Valentina entrou na sala com passos firmes, como era seu costume. Carlos Daniel sentado em sua poltrona de couro, a taça de vinho ainda na mão, e os documentos sobre a mesa de centro. Seu semblante era sério, típico de alguém que sempre calculava cada ação e reação.

Valentina: Está com essa cara por quê?
- Ela perguntou enquanto ajustava uma pulseira no pulso, fingindo desinteresse, mas com um tom levemente provocador.

Quando é amorOnde histórias criam vida. Descubra agora