𝐒𝐜𝐚𝐫𝐥𝐞𝐭𝐭
A viagem pelo castelo até a Torre Norte, o local da nossa aula de adivinhação, era bem longa. Dois anos em Hogwarts não tinham me ensinado quase nada sobre o lugar, e eu nem mesmo tinha ido à Torre Norte antes. Ainda assim, com um pouco de dificuldade, conseguimos encontrar o local.
Subimos alguns degraus e chegamos a um minúsculo patamar, onde a maioria dos alunos já estava reunida. Por algum motivo, não havia portas no patamar.
Hermione e Rony olharam ao redor, procurando pela entrada da sala da professora. Até que Rony cutucou Harry indicando-lhe o teto, onde havia um alçapão circular com uma placa de latão.
— Sibil Trelawney, Professora de Adivinhação... – leu Harry. – E como é que esperam que a gente chegue lá em cima?
Como se respondesse à sua pergunta, o alçapão se abriu inesperadamente e uma escada prateada desceu aos seus pés. Todos se calaram.
— Primeiro você... – disse Rony sorrindo, e Harry subiu a escada.
Todos nós chegamos a uma sala muito esquisita. Sequer parecia uma sala de aula, e, sim, uma cruza de sótão com salão de chá antigo. Havia, no mínimo, vinte mesinhas circulares juntas ali, rodeadas por cadeiras forradas de chintz e pequenos pufes estufados. O ambiente era iluminado por uma fraca luz avermelhada; as cortinas às janelas estavam fechadas e os vários abajures, cobertos com xales vermelho-escuros.
O calor sufocava e a lareira acesa sob um console cheio de objetos desprendia um perfume denso, enjoativo e doce ao aquecer uma grande chaleira de cobre. As prateleiras em torno das paredes circulares estavam cheias de penas empoeiradas, tocos de velas, baralhos de cartas em tiras, incontáveis bolas de cristal e uma imensa coleção de xícaras de chá.
— E onde está a professora? – eu perguntei.
Uma voz saiu subitamente das sombras, uma voz suave, meio etérea.
— Sejam bem-vindos. Que bom ver vocês no mundo físico, finalmente.
Trelawney, a tal professora, mais parecia um inseto cintilante. Ela saiu das sombras, e percebi que ela era muito magra. Tinha uns óculos imensos que aumentavam seus olhos várias vezes, e ela vestia um xale diáfano, salpicado de lantejoulas. Em volta do pescoço fino, usava inúmeras correntes e colares de contas, e seus braços e mãos estavam cobertos de pulseiras e anéis.
— Sentem-se, crianças, sentem-se! – disse ela.
Todos subimos desajeitados nas cadeiras, e alguns se afundaram nos pufes. Harry, Rony e Hermione se sentaram a uma mesa redonda, enquanto eu acabei me juntando a Blaise e seu amigo, Theodore Nott, que eu não conhecia muito bem.
— Nesta sala vocês irão descobrir se possuem clarividência... - Trelawney começou a sua aula. - Juntos, iremos aprender a adivinhar o futuro! Hoje vou lhes ensinar a tasseomancia, que é a arte de ler as folhas de chá! Pegue a xícara da pessoa que está à sua frente!
— Toma a minha! - Blaise me entregou.
Troquei minha xícara com ele e comecei a analisar o estranho desenho que a dele formava. Apesar de pensar que seria fácil, não era tão simples assim identificar figuras numa folha de chá.
— O que vocês veem? Você! - ela diz apontando para Blaise. - O que você está vendo?
— Hm, eu vejo um barco, acho... - ele começou a folhear o livro. - Que pode significar que você vai ter a visita de um amigo... E também... Isso aqui parece ser um dragão. Dragão significa mudanças. Mas não sei dizer se são boas ou ruins...
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As Chamas da Fênix「 REWRITED 」- Harry Potter Fanfic
FanfictionScarlett Von Phoenix é uma meta-fênix e acaba de completar 11 anos, quando de repente recebe um presente que não esperava - uma carta de Hogwarts. Assim, ela descobre que, além de ser a última de sua espécie, ela também é uma bruxa. Assim que começa...