𝕷𝖆𝖉𝖞 𝕯𝖆𝖘 𝕿𝖗𝖊𝖛𝖆𝖘 (1ª Temp.)

Capítulo 5

- Esta não está boa.- Diz Garrick, pegando a sexta varinha da minha mão e a guardando rapidamente.

Ele procura por outra, com certo desespero e ansiedade, nas prateleiras lotadas de sua loja. E, pela sétima vez, ele vem até mim, com uma caixa em mãos, dizendo que está é a certa, e me entregando.

Eu havia dito, anteriormente, que isso iria demorar, mas isso está, de fato, me surpreendendo, pois esta demorando três eras. Está demorando tanto, que Cissy e Dray (Como ele me pediu para chamá-lo, depois de uma conversa, longa, quando Garrick foi buscar outra varinha) entraram na loja e se sentaram em um pequeno sofá, que havia ali, para esperar.

Está demorando tanto, que eu estou começando a me cansar. Parece que nenhuma varinha está se adequando ao meu núcleo mágico. Garrick chegou a afirmar que, talvez, elas estivessem com medo de mim.

Dray me zoou, dizendo que eu sou feio demais, oque, segundo Cissy, é a mais horrorizante e descabida mentira que ele já havia contado, desde os seus 1 ano de 3 meses, que foi quando ele começou a falar.

Eu jamais havia gargalhado tanto, em meus 13 anos de vida, quanto eu ri naquela ocasião. Mas eu me senti bem depois, pq eu me senti de uma forma que, eu acho, jamais havia sentido antes. Me senti querido e amado.

Claro que, antes, "meus amigos" me faziam sentir assim, mas não tanto quanto nesse momento. Acho que, eu só me senti, verdadeiramente, assim, quando Fred, George, Luna e Neville me fizeram uma pequena festa, no fim do semestre anual do meu 2° ano, para o meu aniversário, já que, segundo eles, eu não os veria nas férias.

Eu realmente me senti feliz, naquele dia. Realmente me senti amado de forma fraterna. Isso me faz temer que eles sejam falsos e mentirosos, como Hermione e Ron.

Mas, agora, voltando à realidade, vejo Garrick colocar a sétima caixa de volta às prateleiras, já que, como as outras, está também não havia funcionado.

O vejo ficar parado no meio do corredor, que há entre uma prateleira e outra, e pensar. De repente, sua expressão fica séria e ele olha para mim, com um misto de emoções diferentes em seu olhar. Emoções das quais eu consegui identificar algo como desconfiança e curiosidade.

Franzindo o cenho levemente, eu olho para a prateleira que está à sua frente, não vendo nada, e volto a olhar para ele, vendo que está indo até mais fundo na loja.

Se passam alguns minutos, algo que nos faz, eu, Cissy e Dray, ficar curiosos, muito curiosos e, talvez, até mesmo tensos.

Se ouve um barulho, de algo caindo no chão de madeira, e, de repente, ele vem até nós novamente. Garrick para, no meio do corredor, pensando, novamente, mas logo volta a andar, parando na minha frente com uma expressão séria.

- Tome, teste esta. - Ele diz, quando abre a caixa e pega a varinha, se encolhendo um pouco.

Garrick estende a varinha na minha direção, esperando que eu a pegue e assim eu faço.

Quando a pego, sinto o calor, como da primeira vez, mas muito melhor, como uma chama, ardente e flamejante. Sinto meu núcleo vibrar, assim como a varinha, e algo ronronar dentro de mim.

Abro os olhos, dos quais eu nem sabia que havia os fechado, e olho para a varinha, vendo como ela é linda.

É vermelha, seu cabo, com detalhes em um dourado brilhante. No topo há um rubi, brilhante e polido, e, logo abaixo, há uma lua minguante, igualmente dourada, com uma pedra menor de rubi no seu meio. Abaixo da lua, há uma pedra menor de rubi e, logo abaixo dela, há uma lua minguante menor e, abaixo dela, uma estrela, ambas douradas.

Balanço a varinha, levemente, no ar, e vejo, na sua ponta, uma leve luz vermelha, que vai aumentando, gradualmente, até que fique tão claro, que não seja mais possível ficar com os olhos abertos.

- Isso foi...- Dray começa, quando a luz cessa, mas acaba ficando sem palavras e as deixa morrer no ar.

- Incrível.- Cissy diz, encantada, com seus lábios entre abertos, ainda em surpresa.

- Bom, parece que achamos sua varinha.- Dray afirma, sorrindo de lado, quando acorda de seu estupor.

- Sim.- Concordo, sorrindo animadamente, e volto a olhar para Garrick, que estava de boca aberta, ainda em choque.- De quê ela é feita?

- Bem...- Ele começa, saindo do seu estado de choque, e olha para mim, continuando. - Essa varinha, em suas mãos, senhor Potter, é uma varinha de um teixo raríssimo, florecido uma vez a cada 10 mil anos, 28 cm, e núcleo de pelo de um unicórnio negro, pena de uma fênix de gelo e, o mais difícil de se encontrar: sangue de um lycan selvagem, o mais selvagem.- Garrick diz, parecendo temer a varinha que acabara de tocar.

- Oque é um lycan?- Pergunto genuinamente curioso, o vendo se encolher, levemente.

- Oh, algo me diz que o senhor irá ter conhecimento sobre isso em breve, senhor Potter. Muito em breve... - Ele afirma, olhando para o nada, parecendo estar perdido em pensamentos. Mas, quando ele volta a olhar para mim, seus olhos estavam temerosos.- Tenha cuidado, senhor Potter. Algo me diz que o senhor terá um futuro próspero, mas, antes deste futuro, há um do qual o senhor terá que fazer muitas escolhas que podem mudar o rumo de muitas coisas, principalmente de sua vida. Há uma escolha em suas mãos que pode mudar todo o rumo temporal e que pode gerar muitos conflitos, mas, se o senhor souber como lidar com eles, nenhum de seus inimigos poderá derrubá-lo.

- Fico feliz em ouvir isso.- Digo, depois de um minuto em silêncio, sorrindo minimamente.

- Vamos, Hazz?- Dray pergunta, parecendo receoso, com seu tom de voz.

Aceno para ele e volto a olhar para Garrick, que estava sério. Me aproximo dele e pego a bolsa que Sarcrov havia me dado, logo colocando 50 galeões em cima da bancada.

- Senhor Potter, isso...- Garrick começa, mas eu prontamente o interrompo.

- Fique, é uma gorjeta pelo seu tempo gasto e pelas palavras.- Digo, sorrindo amigavelmente, e me viro para a porta, logo saindo do estabelecimento, junto à Cissy e Dray.

- Onde vamos agora?- Pergunta Dray, quando saímos da loja.

- Eu irei voltar ao alfaiateiro, para buscar minhas encomendas. Vcs podem ir me esperar no Caldeirão Furado?- Pergunto curioso, olhando o horário no relógio de bolso que havia pego, momentos antes, na bolsa que Sarcrov havia me dado.

- Claro, Hazz, esperamos vc lá.- Dray diz começando a andar, mas logo parando, quando ouviu novamente minha voz.

- Diga ao seu pai que não irei demorar.- Afirmo e ele se vira, olhando para mim confuso.

- Meu pai?- Ele pergunta curioso.

- Sim, Sarcrov mandou uma carta para ele dizendo para me encontrar no Caldeirão Furado, pouco antes de nós nos encontrarmos. - Respondo e o vejo olhar para mim ainda mais confuso.- Foi depois de decidir que eu iria ficar com vcs, o senhor Malfoy deveria ir me buscar lá.

- Ah, certo.- Ele afirma, entendendo a situação, e se vira novamente.

- Até mais, Hadrian.- Cissy diz, também se virando e começando a andar, junto à Dray.

Me viro para o lado oposto e caminho, fazendo o caminho de volta, ainda pensando nas palavras sérias de Garrick.

Oque será que ele quis dizer?

Continua...